Nos EUA, Seattle aprova salário mínimo para motoristas de Uber e Lyft

A nova regulação, que entra em vigor em janeiro, obriga as empresas a pagarem pelo menos US$ 16 por hora de trabalho dos motoristas

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Por Redação Link
Atualização:
A nova lei de Seattle é mais uma pressão no modelo de negócio dos appsde transporte Foto: Hannah McKay/Reuters

A Câmara Municipal de Seattle, nos Estados Unidos, aprovou nesta terça-feira, 29, uma lei que estabelece um pagamento mínimo para motoristas de aplicativos como Uber e Lyft. Sob a nova regulação, que entra em vigor em janeiro de 2021, os motoristas da cidade ganharão pelo menos US$ 16 por hora de trabalho — o equivalente ao salário mínimo em Seattle para empresas com mais de 500 funcionários.

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Seattle é a segunda cidade dos EUA a estabelecer essa regra — Nova York já havia implementado uma regulação semelhante em 2018. A lei tem como objetivo pagar mais aos motoristas mesmo nos períodos em que eles passam dirigindo pela cidade sem passageiros.

As autoridades municipais argumentam que a nova regulação visa impedir que o Uber e a Lyft saturem o mercado às custas dos motoristas. As empresas, porém, afirmam que a lei as forçaria a bloquear o acesso de alguns motoristas aos apps.

“O plano da cidade é profundamente falho e na verdade destruirá empregos para milhares de pessoas —até 4 mil motoristas apenas na Lyft — e levará as empresas de caronas a saírem Seattle”, disse a Lyft, rival do Uber nos EUA, em um comunicado. O Uber não comentou o assunto. 

Estudos de pesquisadores da Universidade da Califórnia e da New School de Nova York mostram que os motoristas de caronas de Seattle ganham cerca de US$ 9,70 por hora e que um terço de todos os motoristas trabalham mais de 32 horas por semana. 

Em contrapartida, um estudo apresentado pelo Uber e pela Lyft aponta que a maioria de seus motoristas em Seattle trabalham nos apps apenas por meio período. Segundo as empresas, os ganhos estão alinhados com a média da cidade. 

A nova lei de Seattle é mais uma pressão no modelo de negócio dos aplicativos de transporte, que consideram os motoristas como independentes, em vez de funcionários. Na Califórnia, uma decisão judicial emitida em agosto chegou a impedir as empresas de classificarem seus motoristas como terceirizados. 

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