O serviço de streaming de vídeo Netflix anunciou nesta terça-feira, 17, que chegou à marca de 151 milhões de assinantes em todo o mundo. O crescimento no último trimestre – entre abril e junho de 2019 – foi de 2,7 milhões de novas contas. O resultado, parte do balanço da empresa divulgado nesta terça-feira, foi bem abaixo da expectativa de 5 milhões de novos clientes e levou as ações da empresa a caírem mais de 13% após o fechamento do mercado.
"Não atingimos nossa previsão em todas as regiões, mas o resultado foi um pouco pior em lugares onde aumentamos os preços da nossa mensalidade", disse a empresa, em carta aos investidores. Em março, o Brasil foi um dos países atingidos pela subida de preços – hoje, a assinatura mais simples do serviço custa R$ 21,90. Nos EUA, onde também houve alta de preços, a empresa chegou a perder 130 mil assinantes.
No relatório aos acionistas, a empresa negou que a competição crescente no mercado de vídeo foi um fator para o mau resultado. "Não acreditamos que a competição afetou, uma vez que não houve mudanças no cenário competitivo nesse trimestre", disse a empresa. No entanto, há ameaças no horizonte: nos próximos meses, Apple e Disney colocarão seus serviços no ar, enquanto empresas como NBC e HBO vão repaginar seus serviços.
"A grande dúvida sobre o futuro da Netflix é o que vai acontecer quando os competidores chegarem", disse o analista Joel Kulina, da Wedbush Securities, em nota divulgada a investidores. "Será a prova de fogo para o conteúdo da empresa, que também sofreu com a alta nos preços".
Em termos financeiros, o lucro da empresa ficou na casa de US$ 270,7 milhões. Já a receita foi para US$ 4,92 bilhões ao longo do período – alta de 25% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. A expectativa para o terceiro trimestre deste ano é de que a Netflix ganhe 7 milhões de novos assinantes, com auxílio de estreias como a terceira temporada das séries Stranger Things e La Casa de Papel e dos filmes The Irishman (de Martin Scorsese) e 6 Underground (de Michael Bay).
Apesar da queda brusca após o fechamento do mercado, levando as ações da empresa serem negociadas a cerca de US$ 320, a Netflix ainda tem tido um bom desempenho na bolsa este ano. Desde o início de 2019, os papeis da empresa se valorizaram em cerca de 20% no mercado – descontando a queda após o fechamento do mercado, mas que ainda precisa ser confirmada durante o pregão desta quinta-feira, 18.
Além disso, a empresa revelou planos de criar uma assinatura apenas para quem usa dispositivos móveis – o preço do serviço seria mais baixo que o praticado hoje e os primeiros testes seriam feitos na Índia no terceiro trimestre. Não há previsão para essa modalidade chegar ao Brasil.