O engenheiro que criou o Nubank e conquistou fãs

O colombiano David Vélez ouviu de bancos que a ideia de revolucionar os serviços financeiros no Brasil nunca daria certo; atualmente fintech vale mais de US$ 1 bilhão

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Por Cláudia Tozetto
Atualização:
David Vélez é cofundador e presidente do Nubank Foto: Alex Silva/Estadão

Em uma manhã de outubro de 2017, havia uma longa fila numa rua tranquila do bairro de Pinheiros, na zona sul de São Paulo. A cena lembrava as aglomerações de fãs em frente aos hotéis, quando algum “pop star” passa pela cidade para um show. Mas, na verdade, as pessoas estavam ali para ouvir David Vélez, fundador e presidente executivo do Nubank, sobre a nova fase do cartão de crédito roxo, que virou sensação entre os jovens.

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Muitos não conseguiram entrar na sede da startup. Lá dentro, a plateia aplaudiu quando, meio sem graça, Vélez subiu ao palco para revelar a conta-corrente do Nubank, o mais concreto sinal de que ele quer transformar a startup num banco digital. Mais gritos e palmas tomaram conta da sala decorada com dinossauros grafitados, numa alusão aos grandes bancos tradicionais.

Foi um longo caminho para Vélez chegar até aqui. O colombiano, de 36 anos, se formou em engenharia e finanças na Universidade de Stanford, no coração do Vale do Silício. Ele seguiu carreira no mercado financeiro, mas logo enveredou para o capital de risco: em 2008, montou no Brasil a operação do fundo General Atlantic. Em 2011, voltou para ficar, na liderança do lendário Sequoia.

Mas Vélez não resistiu ao desejo de empreender. Em 2013, buscou executivos de alto escalão dos bancos para vender seu sonho de revolucionar os serviços financeiros. Ouviu de todos que aquela ideia nunca ia dar certo.

Ele não desistiu. Com US$ 1 milhão dos velhos amigos do Sequoia, economias próprias e de sócios, ele deu início ao negócio em uma casinha na Rua Califórnia, no Brooklin, bairro de São Paulo. Agora, é impossível saber qual fila atrás dele é maior: a dos fãs ou a dos concorrentes. 

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