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O Facebook não está sozinho na busca pelo metaverso; conheça os rivais de Zuckerberg

Pensado há algum tempo no Vale do Silício, o metaverso simula universos em ambiente digital

Por Giovanna Wolf
Atualização:
Além do Facebook,outras gigantes de tecnologia e empresas de games também estão investindo no conceito Foto: Meta

O conceito de metaverso ganhou força nas últimas semanas depois que Mark Zuckerberg detalhou o plano da controladora do Facebook, a Meta, de gastar bilhões na próxima década para construir um universo digital ligado ao mundo real por meio de realidade virtual (RV) e realidade aumentada (RA). Essa, porém, não é uma ambição exclusiva do fundador do Facebook: outras gigantes de tecnologia e empresas de games também estão investindo no conceito. 

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Pensado há algum tempo no Vale do Silício, o metaverso simula universos em ambiente digital, algo que pode ser associado ao filme Matrix. A proposta de mundos alternativos ganhou força na pandemia à medida que mais pessoas começaram a trabalhar e a frequentar a escola remotamente, demandando maneiras de tornar a interação online mais realista.

Em setembro, o Facebook anunciou um investimento de US$ 50 milhões para construir o metaverso. Nesta terça-feira, 23, a Niantic, criadora do jogo Pokémon Go, levantou US$ 300 milhões em investimentos para criar um “metaverso do mundo real” – a ideia da empresa é que o novo mundo seja menos parecido com ficção científica e mais próximo do mundo real. A fabricante de chips Nvidia também pretende se tornar um ecossistema para a criação de metaversos.

Abaixo, veja as principais empresas que estão na corrida do universo virtual futurístico.

Meta

O Facebook está de olho no metaverso há algum tempo: em 2014, a companhia de Mark Zuckerberg comprou a Oculus, fabricante de dispositivos de realidade virtual, por US$ 2 bilhões. O foco no conceito, porém, ganhou nova dimensão no mês passado, quando o Facebook mudou seu nome corporativo para Meta. 

Segundo Zuckerberg, o metaverso vai incluir algumas representações para impulsionar a interação na plataforma. Uma delas é o avatar, que poderá ser personalizado para as diferentes atividades que o usuário fizer, como trabalho e lazer. Além disso, salas de encontro também poderão ser criadas na plataforma, para receber amigos, por exemplo – é como um jogo The Sims em tamanho real. 

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Zuckerberg disse que serão necessários bilhões em investimento para que o metaverso se torne realidade – a empresa imagina um plano de longo prazo a ser implementado na próxima década.

Nvidia 

A fabricante de chips Nvidia chegou a bater US$ 800 bilhões em valor de mercado neste mês devido ao impulso do metaverso – a empresa projeta resultados positivos para o quarto trimestre, apostando no crescimento de sua operação de fornecimento de chips para inteligência artificial e universos digitais.

A Nvidia consegue participar do metaverso oferecendo chips para dispositivos que executarão os novos universos. Além disso, a empresa tem um software, chamado de Omniverse, para a criação de espaços virtuais.

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Na sexta-feira, 19, Jensen Huang, presidente executivo da Nvidia, afirmou em entrevista ao site CNBC que acredita no potencial do metaverso de gerar benefícios para o mundo real – para ele, o conceito poderá ser usado para reduzir o desperdício e aumentar a eficiência operacional de empresas. “Nós desperdiçamos um monte de coisas porque não simulamos. Queremos simular todas as fábricas em metaversos”, disse o executivo. 

Roblox

Parte dos investimentos no metaverso vem da indústria de games. A empresa de jogo infantil Roblox, que estreou na Bolsa de Valores de Nova York em março, descreve-se como uma empresa metaversa. A visão do Roblox para o metaverso é criar uma plataforma para experiências imersivas, onde as pessoas poderiam se reunir em 3D para aprender, trabalhar, brincar, criar e socializar. 

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“Acreditamos que uma combinação dos recursos de comunicação certos e medidas de segurança irão elevar ainda mais as experiências compartilhadas do metaverso. Estamos ansiosos para dar vida a esses recursos”, diz o Roblox em seu site. 

Niantic

Criadora do jogo de realidade aumentada Pokémon Go, a Niantic levantou US$ 300 milhões em investimentos nesta terça-feira, 23, para construir o metaverso – após o aporte, a empresa foi avaliada em US$ 9 bilhões. 

A Niantic chama seu projeto de “metaverso do mundo real”. Em vez de um universo totalmente diferente, a empresa acredita na conexão do metaverso com o mundo real.

“Um metaverso do mundo real usará a tecnologia para melhorar a experiência do mundo que conhecemos há milhares de anos”, disse John Hanke, presidente executivo da Niantic, em agosto. 

Unity

A Unity, de software para games, é outra empresa na corrida pelo metaverso. O plano é que o sistema da empresa permita aos usuários construir ambientes 3D que poderiam ser aplicados em várias plataformas.

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De olho no metaverso, a empresa anunciou neste mês a compra do Weta Digital, um estúdio de efeitos visuais fundado pelo diretor do filme O Senhor dos Anéis, Peter Jackson – o acordo envolveu mais de US$ 1,6 bilhão. 

Epic Games 

A desenvolvedora Epic Games também está investindo no metaverso. Em abril, a companhia captou uma rodada de US$ 1 bilhão para financiar seu projeto de universo virtual – US$ 200 milhões adicionais foram investidos pela Sony, dona do PlayStation

A empresa pretende aplicar o metaverso dentro de seus jogos, construindo experiências sociais conectadas em títulos como Fortnite, Rocket League e Fall Guys. No Fortnite, músicos podem fazer shows virtuais dentro da plataforma, com venda de ingressos e interação do público – em setembro, por exemplo, milhões de pessoas assistiram à apresentação virtual da cantora Ariana Grande no Fortnite. 

Tencent

Empresas chinesas não estão de fora da onda do metaverso. Neste mês, a gigante dos games Tencent compartilhou pela primeira vez sua visão do conceito: “Qualquer coisa que torne o mundo virtual mais real e o mundo real mais rico em experiências virtuais pode se tornar parte do metaverso”, disse Pony Ma, presidente executivo da Tencent, em chamada com investidores no último dia 10. 

Magic Leap

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A startup de realidade aumentada Magic Leap investe no conceito há 11 anos e foi uma das pioneiras na construção do universo virtual. A empresa pretende aplicar a tecnologia em áreas como saúde e indústria. 

Em outubro, a Magic Leap levantou US$ 500 milhões em investimentos, chegando ao valor de mercado de US$ 2 bilhões. É a mesma avaliação que a empresa registrava em 2014 – nos últimos anos, a startup enfrentou desafios técnicos e teve dificuldades em provar a viabilidade da tecnologia. Agora, a meta é lançar um novo dispositivo de realidade aumentada em 2022. 

Microsoft

A primeira movimentação da Microsoft rumo ao metaverso aconteceu em 2015, quando a empresa anunciou os óculos de realidade aumentada Hololens, que passaram a ser usados principalmente na área industrial. Em abril deste ano, a dona do Windows e do Xbox ganhou uma licitação no valor de aproximadamente US$ 22 bilhões para fornecer o dispositivo para soldados do exército dos Estados Unidos. 

A companhia também tem investido em tecnologias para o serviço de chamadas Microsoft Teams, como avatares em 3D e encontros imersivos. 

Apple

Há anos circulam rumores de que a Apple desenvolve óculos de realidade virtual e aumentada. A Apple já possui ferramentas que permitem desenvolvedores criarem software de RA, chamadas de ARKit, que foram apresentadas em 2017. Especialistas esperam que a dona do iPhone apresente dispositivos para o metaverso no ano que vem. 

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Google

A história do Google no mundo da realidade virtual foi conturbada. O Google Glass, apresentado em 2012, foi aposentado em 2015 por falhas no aparelho. Em 2014, porém, a empresa lançou o Google Cardboard, um óculos de realidade virtual de papelão que foi um dos principais dispositivos da história do segmento. 

Em entrevista à agência de notícias Bloomberg na quarta-feira, 17, Sundar Pichai, presidente executivo da empresa, disse o que imagina para o futuro da empresa no metaverso. 

“Assim como você fala com as pessoas, vendo e interagindo, os computadores se tornarão mais imersivos. Eles estarão lá quando você precisar. Sempre estive animado com o futuro da computação imersiva e realidade aumentada”, afirmou Pichai. 

Nesse sentido, o Google tem incluído ferramentas de metaverso principalmente no serviço de chamadas Google Meets.

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