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O que pensam os presidenciáveis americanos sobre as gigantes de tecnologia

O assunto tecnologia tem se sobressaído em meio à corrida presidencial; hoje, as cinco maiores empresas dos Estados Unidos são todas do setor

Por Agências
Atualização:
Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos Foto: Jim Young/Reuters

Em meio à corrida presidencial americana de 2020, um tema tem se sobressaído: a posição dos candidatos com relação à indústria de tecnologia. Não é à toa: hoje, as cinco maiores empresas dos Estados Unidos são todas do setor – Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon e Facebook. O poderio das companhias, porém, tem sido alvo de críticas – e tanto o presidente republicano Donald Trump como diversos candidatos democratas tem se mostrado à favor de partir as empresas ou aumentar a regulação que as supervisiona. 

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A influência das gigantes de tecnologia não é só econômica: nos últimos anos, elas ajudaram a mudar indústrias inteiras, ajudaram a aumentar os efeitos da desinformação e das notícias falsas e, sem a devida proteção, receberam interferência de atores externos que ajudou, inclusive, a influenciar as eleições de 2016. Aqui abaixo, a agência de notícias Reuters mostra o que pensam cada um dos favoritos a estar na Casa Branca a partir de janeiro de 2021. 

Donald Trump (republicano)

Dono de uma campanha digital que o ajudou a chegar à Casa Branca em 2016, Trump deixou nos últimos tempos de pedir para que as empresas sejam quebradas ao meio, como aconteceu com a Standard Oil de Rockfeller no começo do século XX. Ele segue, porém, um crítico das gigantes de tecnologia. “Há algo acontecendo em termos de monopólio dessas empresas”, disse recentemente. Em julho de 2019, o Departamento de Justiça começou uma investigação antitruste dessas empresas. Além disso, Facebook, Google, Apple e Amazon também estão sendo investigadas pelo governo federal, advogados-gerais estaduais e pelo Congresso. 

Joe Biden já foi vice-presidente dos Estados Unidos Foto: Andreas Gebert/Reuters

Joe Biden (democrata)

Joe Biden também se mostrou um crítico das gigantes de tecnologia em janeiro, ao conceder uma entrevista ao jornal New York Times. “Nunca fui um fã do Facebook”, disse ele. Para Biden, as plataformas online devem ser responsabilizadas pelo conteúdo publicado por seus usuários. Ele também entrou em disputas com Facebook e Google por suas políticas de anúncios quanto a temas políticos, depois que as duas empresas se recusaram a tirar do ar um anúncio movido por Trump que, segundo Biden, tinha mentiras sobre os negócios de seu filho Hunter com a Ucrânia. 

Vice-presidente na gestão de Barack Obama, que era bastante próxima ao Vale do Silício, Biden também já disse que a “quebra” das empresas como o Facebook é um tema “que deve ser estudado”, mas que era “prematuro” tomar qualquer tipo de decisão por agora.

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Elizabeth Warren é senadorapelo Estado de Massachusetts Foto: Rachel Mummey/Reuters

Elizabeth Warren (democrata)

Senadora pelo Estado de Massachusetts, Elizabeth Warren tem sido a principal crítica das gigantes de tecnologia na disputa presidencial. Ela já disse que as empresas do setor devem ser quebradas em mercados onde têm influência exagerada e diminuem a competição. Ela já pediu por leis para restringir que empresas de tecnologia possuam e também disputem espaço em alguns mercados – o que restringiria a Apple de ter uma loja de aplicativos com seus próprios aplicativos dentro dela. 

Warren também já disse que nomearia reguladores para desfazer fusões anticompetitivas, como as compras de WhatsApp e Instagram pelo Facebook, ou o acordo da Amazon para adquirir a rede de supermercados Whole Foods. A senadora também já criticou a política do Facebook de excluir os anúncios de políticos de checagem de dados – em outras palavras, uma decisão que permite que propagandas contenham mentiras. 

Bernie Sanders ésenador do Estado de Vermont Foto: Carlos Barria/Reuters

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Bernie Sanders (democrata)

Crítico frequente das grandes empresas, o senador do Estado de Vermont já pediu a quebra de grandes empresas de tecnologia, como Facebook e Amazon. Ele também disse que vai pedir à Comissão Federal do Comércio (FTC) que reveja todas as fusões acontecidas durante o mandato de Donald Trump. Seu plano para reestruturar a América corporativa também poderia requerer que todas as grandes empresas tenham seus funcionários como acionistas. Sanders também tem sido particularmente vocal em seus ataques à Amazon no que diz respeito ao pagamento de impostos e condições de trabalhos em seus armazéns. 

Pete Buttigieg, ex-prefeito da cidade de South Bend, em Indiana Foto: Joshua Roberts/Reuters

Pete Buttgieg (democrata)

Ex-prefeito da cidade de South Bend, em Indiana, Pete Buttgieg é bastante próximo da indústria de tecnologia: ele foi o 287º usuário do Facebook, bem na época que a rede social foi lançada na Universidade Harvard, onde ele estudava na época. Por conta disso, Buttgieg tem sido bastante relutante em criticar as empresas de tecnologia. Ele já disse que o tema da quebra das gigantes deveria ser discutida, mas não acha que é o papel de um político deliberar sobre o tema. Ele também tem recebido conselhos de Mark Zuckerberg, presidente executivo do Facebook. 

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Amy Klobuchar é senadora pelo Estado de Minnesota Foto: Andrew Harrer/Bloomberg

Amy Klobuchar (democrata) 

Senadora pelo Estado de Minnesota, Klobuchar encampou a supervisão das gigantes de tecnologia como um de seus principais temas no Congresso. Ao lançar sua campanha, falou que leis sobre neutralidade da rede e privacidade de dados são prioridades. A senadora, porém, não endossou o plano de Warren para quebrar as empresas de tecnologia, dizendo que gostaria de investigar o assunto primeiro. Seu plano para os primeiros 100 dias no governo incluem uma “retrospectiva agressiva de fusões”. 

Michael Bloomberg já foi prefeito da cidade de Nova York Foto: Jonathan Ernst/Reuters

Michael Bloomberg (democrata)

Ex-prefeito da cidade de Nova York, o bilionário Michael Bloomberg se posicionou contra as ideias de Warren e Sanders sobre quebrar as gigantes de tecnologia. “Eles não sabem do que estão falando. Fazer isso só por fazer não é uma boa resposta”, disse ele ao Bay Area News Group. Bloomberg, no entanto, se mostrou favorável a regras mais restritas sobre antitruste. 

Tendo feito sua fortuna em mídia, com televisão e agência de notícias, Bloomberg já disse que as empresas de tecnologia devem ser tratadas como empresas de mídia. 

Andrew Yang já foi presidente executivo de uma startup Foto: Scott Morgan/Reuters

Andrew Yang (democrata)

Ex-presidente executivo de uma startup, Yang já disse que ficaria “satisfeito” se as empresas de tecnologia fossem partidas. Mas ele também acredita que a competição não é a resposta para os principais problemas das gigantes de tecnologia. Ele tem falado muito sobre saúde mental e disse que criará um Departamento da Economia da Atenção, que supervisionará a forma como empresas desenham apps e serviços. Apoiado por uma rede de usuários de redes sociais, Yang disse ao NYT em janeiro que ele não tem “certeza de que seus concorrentes entendem bem a internet.” 

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Tom Steyer é um bilionário californiano Foto: Joshua Roberts/Reuters

Tom Steyer (democrata)

Bilionário californiano, Tom Steyer disse que monopólios devem ser desmantelados ou regulados, mas que para vencer Trump, os democratas terão de mostrar aos americanos que “não sabem só criar impostos e ter programas para quebrar empresas.” A campanha de Steyer foi notada por seu grande gasto em anúncios em redes sociais, que o ajudaram a participar de debates. Segundo informações, ele já gastou US$ 17 milhões em propaganda no Facebook. / TRADUÇÃO DE BRUNO CAPELAS

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