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Perto de abrir capital, Uber tem prejuízo de US$ 1,8 bilhão em 2018

Empresa ainda precisa mostrar a investidores que é capaz de gerar dinheiro se quiser se bem sucedida no mercado

Por Agências
Atualização:
Dara Khosrowshahi, presidente executivo do Uber, tirou empresa do caos e quer levá-la à Bolsa Foto: Anastasiia Sapon/NYT

O Uber registrou prejuízo de US$ 1,8 bilhão em 2018, o primeiro ano fiscal em que foi totalmente comandado pelo iraniano Dara Khosrowshahi. Apesar da redução nas perdas – em 2017, a empresa perdeu US$ 2,2 bilhões –, a empresa ainda segue aquém de demonstrar que pode ser lucrativa, um desafio que precisa ser cumprido em breve, uma vez que a startup, avaliada em US$ 72,5 bilhões, pretende abrir seu capital na bolsa de valores este ano. 

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Nesta sexta-feira, 15, a empresa divulgou seus números financeiros para o ano passado – apesar de ser uma empresa de capital fechado, sem obrigação de fazer isso, o Uber tem revelado seus números nos últimos trimestres como forma de ganhar a confiança do mercado. Ao todo, a receita da empresa no ano passado foi de US$ 11,3 bilhões – crescimento de 43%. É um faturamento recorde, mas o ritmo de crescimento da startup tem se reduzido: em 2017, a receita do Uber subiu 61%, na comparação com a temporada anterior. 

Ao longo de 2018, a empresa girou US$ 50 bilhões, entre corridas e entregas de comida por meio de seu serviço de delivery, o Uber Eats – nesse índice, a empresa cresceu 45%, na comparação ano a ano. São números considerados importantes pelo mercado para mostrar a trajetória da empresa, especialmente na tarefa futura de convencer investidores a apostar da empresa. 

Corrida. Em dezembro, o Uber preencheu o pedido para fazer sua abertura de capital (IPO, na sigla em inglês), prevista para o segundo trimestre deste ano. A empresa está numa corrida com a rival Lyft para ser a primeira empresa do setor de aplicativos de transporte a fazer seu IPO nos Estados Unidos.

É uma meta de Khosrowshahi desde que assumiu a companhia, no final de 2017: de lá para cá, ele vendeu operações deficitárias em mercados como Sudeste Asiático e Rússia e contratou executivos-chave, como um diretor financeiro e um diretor de operações. Ele também investiu na expansão do Uber para outros setores, como bicicletas e patinetes elétricos, carros autônomos e carros voadores, tentando transformar o aplicativo da empresa em uma solução geral para qualquer tipo de transporte que o usuário precisar. 

Para ser bem-sucedida em seu IPO, porém, a empresa terá de convencer o mercado de que sua participação, trajetória de crescimento, escala global e diversidade de negócios – com apostas em comida e outros modais de transporte – podem fazer dela um investimento interessante, apesar de grandes prejuízos. "O Uber precisa mostrar que pode controlar gastos e fazer dinheiro, mostrando que seu modelo de negócios não está quebrado", disse David Brophy, professor de finanças da Universidade de Michigan. "Também deve mostrar que pode ganhar dinheiro a despeito de problemas com motoristas, usuários e políticos." 

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