Preços de iPhone nos países emergentes farão Apple faturar menos, diz Tim Cook

Estratégia de vender menos smartphones, mas a preços maiores pode, pela primeira vez, prejudicar a receita da companhia: empresa acredita que variação cambial pode derrubar vendas em países em desenvolvimento; no Brasil, novo iPhone pode custar R$ 10 mil

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Por Agências
Atualização:
Presidente executivo da Apple, Tim Cook acredita que câmbio fará com que usuários de países emergentes compre menos produtos Foto: Bebeto Matthews/AP

A Apple disse nesta quinta-feira, 1, que deve vender menos que o esperado durante as festas de fim de ano. Segundo o presidente da companhia, Tim Cook, os custos do câmbio devem impactar nas vendas de iPhones em países emergentes e a Apple pode não ter tempo hábil para fabricar um estoque suficiente de seus novos produtos. Após a divulgação, as ações da empresa eram negociadas em queda de até 4,4% no pós-mercado.

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Cook disse que a Apple não tem certeza se terá tempo suficiente de fabricar e entregar às lojas muitos aparelhos de sua recém-lançada linhas de iPhones, Apple Watches, iPads e Mac.Além disso, o executivo estima que as taxas de câmbio vão ter um impacto negativo de US$ 2 bilhões na previsão de vendas da Apple para o último trimestre do ano.

“A Apple está vendo fraquezas macroeconômicas em alguns dos mercados emergentes", disse sem especificar os países. O consumidor brasileiro é um dos que sofrem com a variação cambial – aqui, o iPhone XS Max, modelo premium lançado pela Apple este ano, custará R$ 10 mil.

É com este cenário em mente que a Apple espera para o próximo trimestre uma receita mais magra, entre US$ 89 bilhões ou US$ 93 bilhões. O valor é abaixo do esperado pelos especialistas de Wall Street, que estimam uma receita média de US$ 93 bilhões.

Atual. No trimestre finalizado em setembro, a dona do iPhone disse que faturou US$ 62,9 bilhões em receita, mais que os US$ 61,5 bilhões estimados pelos especialistas. Na mesma época lucrou US$ 14,15 bilhões, cerca de US$ 2,91 por ações, mais que os US$ 2,79 esperados.

Entre julho e setembro, a Apple vendeu 46,9 milhões de iPhone, quase um milhão a menos que o estimado por analistas. A estratégia da empresa de vender menos, mas mais caro foi o que sustentou as contas da companhia: o preço médio de venda dos iPhone foi de US $ 793, bem acima das estimativas dos analistas de US $750,78.

A Apple informou que a receita de serviços, que inclui o iCloud, a App Store e a Apple Music, alcançou US$ 10 bilhões no período. O crescimento desses mercados é comemorado pelos investidores que veem as opções como alternativas para uma possível estagnada nas vendas globais de smartphones.

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