O presidente-executivo da Apple, Tim Cook, se opôs a uma demanda de um juiz norte-americano para ajudar o FBI a invadir um iPhone recuperado de um dos atiradores do massacre de San Bernardino, na Califórnia. O ataque, que ocorreu no início de dezembro do ano passado em um centro de assistência para incapacitados, deixou 14 pessoas mortas e mais de 20 feridas.
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Cook disse que a demanda ameaçava a segurança dos clientes da Apple e tinha “implicações para além do caso legal em questão”.
A juíza Sheri Pym, da corte distrital de Los Angeles, disse na terça-feira, 16, que a Apple precisava fornecer “assistência técnica razoável” para investigadores que buscavam desbloquear dados de um iPhone 5C que pertenceu a Syed Rizwan Farook, um dos atiradores mortos após o atentado.
Em uma carta aos clientes da Apple, Cook disse que o FBI pediu que a companhia construa um backdoor (“porta dos fundos”, na tradução literal) “para o iPhone”. De acordo com Tim Cook, seria necessário desenvolver uma nova versão do sistema operacional do iPhone para contornar os recursos de segurança dos aparelhos.
Ele teme que o software seja usado outras vezes para desbloquear qualquer iPhone. “Seria o equivalente a uma chave mestra, capaz de abrir centenas de milhões de fechaduras — de restaurantes e bancos até lojas e casas. Nenhuma pessoa razoável acharia isso aceitável”, disse.
“O governo está pedindo para a Apple hackear seus próprios usuários e minar décadas de avanços de segurança que protegem nossos clientes — incluindo dezenas de milhões de cidadãos norte-americanos — de hackers e criminosos cibernéticos”, disse.
“Não encontramos nenhum precedente de uma companhia norte-americana ser forçada a expor seus consumidores a um risco maior de ataque.”
/Com REUTERS