Presidente do Uber renuncia ao cargo

Jeff Jones havia assumido a função em setembro e sai sob a alegação de valores profissionais incompatíveis com a empresa

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Por Agências
Atualização:
Diversos executivos deixaram a companhia nas últimas semanas Foto: Eric Risberg/AP

Jeff Jones, presidente da empresa de compartilhamento de transporte Uber, renunciou apenas seis meses depois de assumir o cargo, confirmou a companhia na noite deste domingo, 19. O pedido de demissão ocorre em meio ao aumento das críticas aos aplicativo.

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Jones havia dito ao site especializado em tecnologia Recode, dos Estados Unidos, que seus valores eram incompatíveis com os do Uber. "As convicções e enfoques de liderança que têm guiado minha carreira são incompatíveis com os que conheci e experimentei no Uber, e já não posso continuar mais como presidente", reafirmou, em comunicado.

No Uber, Jeff era o segundo em importância, logo abaixo Travis Kalanick. Segundo o site de tecnologia Recode, ele era o responsável por cuidar da imagem da companhia, impedindo que ela fosse afetada por escândalos e outros problemas públicos. Ele também foi o encarregado de expandir o serviço de caronas compartilhadas Uber Pool para outros países. 

Na época de sua contratação, em outubro do ano passado, Jeff foi anunciado com grande entusiasmo por Kalanick. Antes do Uber, ele era o diretor de Marketing da rede de lojas de varejo Target.

Êxodo. Jones se converteu no mais recente de vários executivos de alto nível que deixaram a companhia tecnológica nos últimos tempos.

No mês passado, um executivo de engenharia, Amit Singhal, deixou o Uber apenas cinco semanas depois do anúncio de sua contratação. Singhal supostamente não revelou ao Uber que havia deixado seu emprego anterior, no Google, devido a uma acusação de assédio sexual.

Ed Baker, vice-presidente de produtos e desenvolvimento do Uber, renunciou no começo de março. Charlie Miller, principal investigador de segurança da empresa, saiu do aplicativo para o Didi, maior companhia de transporte de pessoas na China.

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A saída de Jones ocorre dias depois de o executivo-chefe do Uber, Travis Kalanick, dizer que a companhia contrataria um diretor de operações que possa escrever o "próximo capítulo" da empresa junto com ele. Antes do Uber, Jones trabalhou na rede varejista Target, onde foi diretor de comércio.

A empresa tem sido afetada por diversas controvérsias, entre elas a afirmação de que rotineiramente ignora denúncias de assédio sexual. Em um vídeo recente, Kalanick repreende e insulta um motorista que lhe reclamou das baixas tarifas destinadas aos condutores. O Uber também reconheceu que utilizou um programa para localizar fiscais em cidades onde estava ilegal e evitar punições em diversas cidades do mundo. 

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