Posts que comercializavam dados de megavazamento são excluídos, mas venda continua
Motivo ainda é incerto e acontece após abertura de investigação pelo Supremo Tribunal Federal
05/02/2021 | 12h19
Por Guilherme Guerra e Bruno Romani - O Estado de S. Paulo
Post de site que vendia dados de brasileiros saiu do ar nesta sexta-feira, 5
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Publicações que tentavam vender os dados do megavazamento de 223 milhões de CPFs, 40 milhões de CNPJ e 103 milhões de registros de veículos foram excluídas nesta sexta-feira, 5, após quase 26 dias disponíveis na internet. O motivo das remoções é incerto, embora todos os links desativados tenham sido citados pelo ministro Alexandre de Moraes após o Estadão mostrar que informações de autoridades também estavam à venda.
Foram removidos de um fórum online duas postagens anunciando a venda das informações — um terceiro link (este para baixar diretamente bases de dados que serviam de 'catálogo' e 'amostra grátis') citado por Moraes já estava fora do ar desde o final da semana passada. Os posts removido nesta sexta do fórum estavam no ar desde 11 de janeiro — o caso se tornou público em 19 de janeiro após um alerta emitido pela empresa PSafe. Apesar das remoções, o hacker já havia espalhado os dados em outros posts no fórum — é possível encontrar publicações apenas para os dados de pessoa física, ou apenas para pessoa jurídica. Todos esses posts foram feitos ainda em janeiro e continuam ativos.
Também nesta sexta, saiu do ar o site que dizia avisar o consumidor se os dados foram expostos no megavazamento. A prática, conforme noticiado pelo Estadão nesta semana, não é recomendada por especialistas porque pode deixar as informações ainda mais expostas. O site também foi citado por Moraes.
O ministro também havia ordenado que plataformas de busca, como o Google, deixassem de indexar o fórum onde a venda ocorre. Isso, porém, ainda não aconteceu. A reportagem encontrou o fórum indexado pelo Google na manhã desta sexta.
As exclusões acontecem após a inclusão do megavazamento ao inquérito das fake news, conforme decretado na quarta-feira, 3, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Após investigação do Estadão que apontava que as informações de autoridades do poder público estavam expostas, o caso ganhou força e chegou a ser citado por outros veículos de imprensa e de televisão.
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