Reino Unido barra aquisição bilionária da britânica Sky por Murdoch

Segundo autoridade regulatória, empresário teria muito controle da mídia local por já ser dono dos jornais The Sun e The Times

PUBLICIDADE

Por Agências
Atualização:
O megaempresário de mídia Rupert Murdoch, do grupo Fox Foto: REUTERS/Jason Reed

A aquisição do grupo de TV por assinatura britânico Sky pelo empresário de mídia Rupert Murdoch por US$ 15,7 bilhões não é de interesse público e deve ser barrada a menos que se encontre uma forma de impedir que o magnata de mídia influencie a produção de notícias da rede de televisão, informou o órgão regulador do Reino Unido nesta terça-feira, 23. 

PUBLICIDADE

A decisão inicial compromete um plano separado da Walt Disney de comprar a maioria dos ativos de Murdoch, incluindo a Sky. A Disney esperava que Murdoch teria 100% da emissora europeia até o momento de conclusão da compra. 

A Twenty-First Century Fox, de Murdoch, firmou em dezembro de 2016 um acordo para comprar os 61% da Sky que ainda não detém, reacendendo uma disputa política no Reino Unido sobre a influência que o magnata exerce por meio dos jornais The Sun e The Times e sua já existente participação na Sky, maior plataforma de TV paga do país. 

Críticos do acordo argumentam que Murdoch pode influenciar a produção editorial da Sky News, um canal 24 horas deficitário, porém premiado, da mesma forma que faz com a Fox News nos Estados Unidos. A Sky alertou que se o acordo fosse rejeitado por causa da Sky News, poderia fechar o canal.

O governo britânico, que tomará uma decisão final sobre o acordo, pediu à Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA) que julgue se Murdoch tem muita influência no Reino Unido e se defende os padrões televisivos.

"Nós averiguamos provisoriamente que se a fusão Fox/Sky seguir em frente conforme proposto vai contra o interesse público”, disse nesta terça-feira Anne Lambert, da CMA, a agência regulatória local. " O acordo resultaria na família Murdoch tendo muito controle sobre provedores de notícias no Reino Unido, e muita influência sobre a opinião pública e a agenda política."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.