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Robôs e direção autônoma: conheça as apostas de Elon Musk para os próximos anos da Tesla

Homem mais rico do mundo acredita que novas divisões da Tesla poderão ser mais importantes que carros elétricos

Por Agências
Atualização:
Elon Musk, fundador e presidente executivo da Tesla Foto: Andrew Harrer/Reuters

Os planos do homem mais rico do mundo para os próximos anos vão além dos carros elétricos. Elon Musk afirmou nesta quarta-feira, 26, que os produtos mais importantes da Tesla neste ano e no próximo serão softwares que conduzem veículos de forma autônoma e um robô humanóide voltado à indústria.

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"Eu ficaria chocado se não alcançarmos este ano a direção autônoma total e mais segura do que a humana", disse Musk, prevendo que a tecnologia se tornará "a fonte mais importante de lucratividade para a Tesla". "É muito bom do ponto de vista financeiro", disse ele, dizendo que a aplicação de robotáxis aumentaria a utilidade de um veículo em cinco vezes.

Alguns proprietários de carros Tesla compraram pacotes de US$ 12 mil com recursos de direção autônoma na expectativa de que a tecnologia que consegue dispensar totalmente um motorista esteja próxima de ser finalizada – atualmente, 60 mil motoristas de carros da Tesla estão testando a versão mais recente do software. A Tesla usa câmeras e inteligência artificial, evitando outras tecnologias como radar e sensor LiDAR que rivais como a Waymo (divisão de carros autônomos da Alphabet, dona do Google) estão utilizando.

Philip Koopman, professor da Universidade Carnegie Mellon que trabalha na segurança de veículos autônomos, disse que um grande problema da tecnologia é que, em escala, casos incomuns podem surgir constantemente. “Sem um motorista humano para lidar com a segurança em novas situações, o aprendizado de máquina ainda não foi ensinado, é muito difícil garantir a segurança em um veículo totalmente automatizado”, disse ele.

Mesmo que a tecnologia funcione, a Tesla passará por uma fiscalização rigorosa dos reguladores antes de lançar frotas de robotáxis. Os reguladores de segurança automotiva dos Estados Unidos abriram uma investigação sobre o sistema avançado de assistência ao motorista da empresa após acidentes envolvendo os carros da marca e veículos de emergência estacionados.

Musk também disse que os engenheiros da Tesla estão trabalhando para lançar um robô humanóide no próximo ano, chamado Optimus, que poderá transportar itens em fábricas no curto prazo.

Raj Rajkumar, professor de engenharia elétrica e de computação da Universidade Carnegie Mellon, avalia o projeto negativamente. "Em tarefas repetitivas e perigosas, usar um robô humanóide é exatamente a estratégia errada", disse.

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Musk, porém, afirmou que o robô poderá ser mais importante que os carros. "Tem potencial para ser mais significativo que o negócio de veículos ao longo do tempo", disse o executivo.

Carros sustentam o crescimento

Apesar dos planos futuros, os veículos elétricos ainda são a força da Tesla. Em balanço apresentado ao mercado financeiro nesta quarta-feira, 26, a montadora anunciou um lucro inédito de US$ 5,5 bilhões no ano de 2021. O valor é 665% maior do que a cifra apresentada no acumulado de 2020, quando a companhia de Elon Musk registrou seu primeiro ano fechando no azul.

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A empresa declarou a entrega de 936 mil veículos no período, alta de 87% em relação ao ano retrasado. Os modelos mais populares foram o sedã Tesla 3 e o mini-SUV Tesla Y, com 911 mil carros indo para as ruas. No total, a receita da Tesla foi de US$ 53,8 bilhões, alta de 71% na comparação com 2020. 

Pioneira ao apostar na eletrificação de veículos, a Tesla também tem lidado com respostas de montadoras centenárias do setor, como Ford, General Motors, Volkswagen e BMW, entre outras. As rivais têm colocado seus carros elétricos nas ruas e têm trazido mais opções de preços, modelos e potências para a indústria.

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