A nova família Galaxy S21, lançada no Brasil pela Samsung nesta terça-feira, 9, enfrenta um impasse quanto à inclusão ou não do carregador na caixa nos celulares. Apesar de a empresa ter anunciado que vai disponibilizar o adaptador de tomada gratuitamente somente na pré-venda, o Procon-SP mira um acordo definitivo para garantir que o item venha junto no kit.
O Procon-SP disse em nota ao Estadão que a Samsung assinou um termo de compromisso voluntário para que seja disponibilizado o adaptador na pré-venda e que “em março o acordo deverá ser transformado em algo definitivo, já que não existe uma justificativa de caráter ambiental para esse tipo de procedimento”. Assim como fez a Apple no ano passado, o argumento da Samsung para a medida é de preocupação ambiental, para reaproveitar os acessórios que os usuários já têm em casa.
“É uma promoção puramente de caráter econômico, se existe a preocupação ambiental o Procon-SP irá exigir a adoção de políticas de logística reversa a todos os fabricantes de eletrodomésticos e também montadoras de automóveis e celulares”, disse Fernando Capez, diretor executivo do Procon-SP.
Questionada pelo Estadão, a Samsung afirmou que está estudando os cenários. “Analisaremos os dados durante o período de pré-venda para decidir o que faremos no futuro”, disse a empresa em nota. “Importante ressaltar que cada vez mais usuários Galaxy estão reutilizando acessórios que já possuem. Desde 2017, usamos uma porta de carregamento padronizada (tipo USB-C) tornando os carregadores mais antigos compatíveis com nossos dispositivos Galaxy mais recentes”.
Caso Apple
A moda de tirar o carregador da caixa começou com a Apple no lançamento do iPhone 12 no ano passado. Ainda em 2020, o Procon-SP notificou a fabricante de Cupertino pedindo explicações sobre a venda dos novos modelos de celular sem o item.
Agora, depois de receber a resposta da Apple, o Procon-SP afirma que a empresa “não demonstrou em sua resposta que o uso de adaptadores antigos não possa comprometer o processo de carregamento e segurança do procedimento, tampouco que o uso de carregadores de terceiros não será usado como recusa para eventual reparo do produto durante a garantia legal ou contratual”. O órgão afirma também que a fabricante não conseguiu demonstrar o ganho ambiental com a prática.
Segundo o Procon-SP, o caso da Apple está sendo analisado pela diretoria de fiscalização da entidade.