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Senado vai convocar desenvolvedor envolvido no caso Cambridge Analytica, diz fonte

Aleksandr Kogan, ex- pesquisador da Universidade de Cambridge criou o aplicativo que coletou dados de usuários do Facebook; informações foram repassadas para consultoria

Por Agências
Atualização:
Aleksandr Kogan criouaplicativo usado para coletar dados do Facebook e vendeu informações para Cambridge Analytica Foto: Reuters

Depois de ouvir o presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, o Senado americano quer agora convocar Aleksandr Kogan. Considerado personagem chave do escândalo da Cambridge Analytica, o pesquisador deve ser chamado para comparecer ao Comitê do Comércio já na próxima semana, segundo informou uma fonte à agência de notícias Reuters.

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O comitê, o mesmo que questionou Zuckerberg em abril, quer saber sobe os impactos do uso de dados de 87 milhões de usuários do Facebook, coletados por meio de um jogo que prometia traçar o perfil dos jogadores, desenvolvido por Kogan. À época, o pesquisador trabalhava na Universidade de Cambridge.

O Facebook diz que 270 mil pessoas jogaram a brincadeira criada por Kogan. Por meio dele, além dos dados pessoais de quem jogava, o pesquisador tinha acesso às informações pessoais dos amigos dos jogadores.

A empresa alega que Kogan violou as políticas da rede social ao passar os dados para a Cambridge Analytica. As informações, segundo as investigações, foram usadas durante a campanha eleitoral de Donald Trump.

Em abril, Kogan disse aos legisladores britânicos que todos os dados que ele coletou foram excluídos. E garantiu que confirmaria se não havia nenhuma informação armazenada.

À época, o pesquisador disse que acreditava que o Facebook era um aliado em suas pesquisas. “Eu pensava que isso [o jogo] seria útil para minha carreira acadêmica e para meu relacionamento com o Facebook. Mas o impacto foi totalmente o oposto”, disse.

Também deve comparecer a audiência John Battelle, um dos fundadores da Wired Magazine e membro do conselho da empresa de marketing de bancos de dados Acxiom Corp, além de Ashkan Soltani, ex-chefe de tecnologia da Comissão Federal de Comércio durante a administração de Barack Obama.

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Impactos. Quase dois meses depois de o escândalo vir à tona, por meio de reportagens publicadas em jornais, a empresa de consultoria Cambridge Analytica fechou às portas. A empresa justifica que o encerramento das atividades se deu por conta de pressões da imprensa, que teria atrapalhado os negócios da companhia.

Com sede na Inglaterra, as filias da empresa nos Estados Unidos também declararam falência. Elas alegam não ter recursos para continuar o trabalho, visto que o escândalo espantou a clientela.

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