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Snap terá desafio de continuar a crescer após o IPO

A startup, que foi fundada em um dormitório da Universidade de Stanford, representa uma das aberturas de capital mais esperadas dos últimos tempos. Resta saber se a euforia do mercado vai durar

02/03/2017 | 17h19

  •      

 Por Michael J. de la Merced - The New York Times

Evan Spiegel (ao centro) e Bobby Brown, os cofundadores do Snapchat, tocam o sino para a abertura do pregão da bolsa de Nova York nesta quinta-feira, 2

Lucas Jackson/Reuters

Evan Spiegel (ao centro) e Bobby Brown, os cofundadores do Snapchat, tocam o sino para a abertura do pregão da bolsa de Nova York nesta quinta-feira, 2

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Um prejuízo de mais de US$ 500 milhões no ano passado. Uma companhia que vai ter o controle dos cofundadores durante anos depois de deixarem a empresa. E um crescimento de usuários que já foi explosivo e que parece ter atingido uma lombada de velocidade. Para muitos investidores na companhia matriz da Snapchat, nada disso terá muita importância, ao menos no começo. A questão além desta semana é se a companhia de mensagens que desaparecem se mostrará parecida com o Facebook – ou com o encrencado Twitter.

A abertura de capital da Snap, que aconteceu no início da tarde desta quinta-feira, 2, a maior e de mais alto perfil das estreias no mercado dos últimos anos, levantando bilhões de dólares e dando novo alento a um mercado moribundo em novas ações e rendendo uma fortuna em papel para seus maiores investidores. Mais importante, talvez, é que ela consolidará o status da Snap como um dos membros mais novos de um clube muito seleto: aqueles unicórnios ou startups valorizadas em mais de US$ 1 bilhão por investidores privados, que conseguiram saltar com êxito para o mercado público de capitais.

Com a abertura de seu capital, a Snap se juntou a outras queridinhas de tecnologia como Uber, Airbnb e a fornecedora de análise de dados Palantir. A demanda por ações da Snap entre investidores, ocorrendo após uma turnê de apresentação de quase duas semanas que se espalhou pelo país e se estendeu a Londres, se mostrou forte. Mas, com um valor de mercado acima de US$ 30 bilhões, a companhia está se colocando numa situação de pouco espaço para erros. Sua valorização é bem maior que a do Facebook, que ganhou US$ 10 bilhões no ano passado. Por comparação, a Snap perdeu US$ 14 milhões no mesmo período, uma quantia que cresceu em relação a 2015.

Mas nas apresentações a investidores, executivos da Snap e seus conselheiros mantiveram a ênfase na promessa do que inicialmente parecia uma brincadeira tecnológica. Em vez de focar no produto básico de mensagens que somem, a Snapchat representa uma nova maneira de consumir conteúdo, produzido em grande parte por seus usuários – justaposto a um negócio de publicidade em rápido crescimento.

No final do ano, a Snap registrava uma média de 158 milhões de usuários diários ativos. A receita totalizou aproximadamente US$ 404 milhões em 2016, ante zero em vendas três anos atrás, e a companhia acredita que pode alcançar US$ 1 bilhão neste ano.

Origem. A empresa percorreu um longo caminho desde sua fundação num dormitório da Universidade de Stanford como um serviço usado principalmente por millenials (geração dos nascidos nos anos 1980 e 1990) apaixonados por enviar a seus amigos fotos e vídeos que se autodestruíam após alguns segundos.

Baseada no elegante bairro de Venice de Los Angeles, a empresa mais tarde introduziu maneiras de seus usuários transmitirem “histórias” sobre seus dias para públicos mais amplos, e se tornou pioneira no uso de filtros para transformar esses usuários em cães ou tacos.

Agora, a Snap está tentando voar mais alto. Na perspectiva de sua venda de ações, o serviço se declarou uma “companhia de câmera”. Por enquanto, a empresa vender Spectacles, óculos de sol equipados com câmeras que permitem que os usuários carreguem vídeos de 10 segundos diretamente ao Snapchat que capturou por algum tempo capturou a fantasia dos fissurados por tecnologia. E mais produtos poderiam estar em preparação nos recônditos em geral secretos dos escritórios da empresa.

O cofundador e presidente executivo da Snap, Evan Spiegel, rejeitou comparações com Mark Zuckerberg, e o jovem de 26 anos tem repetidamente pintado uma imagem de si – um aficionado por moda com uma noiva top model – que é diferente da do bilionário do Facebook. Mas Spiegel e seus colegas acionistas ainda esperam que os investidores alcem sua companhia a alturas do tipo das do Facebook. Desde que Zuckerberg abriu o capital de sua empresa, há pouco menos de cinco anos, as ações do Facebook subiram mais de 254%.

A lição instrutiva é a do Twitter, que celebrou uma estreia gloriosa no mercado acionário em 2013, e depois disso o preço de suas ações despencou em meio a dúvidas sobre sua capacidade de crescer. As ações do Twitter caíram aproximadamente 62% desde seu IPO, e a empresa tem tido que responder perguntas sobre se poderá permanecer como uma empresa independente negociada publicamente. Analistas também levantaram o espectro de um crescimento menor para a Snap, já que o aumento dos usuários da companhia desacelerou no ano passado.

Durante as apresentações a investidores, executivos responderam que a desaceleração se deveu, em grande parte, questões tecnológicas envolvendo seu aplicativo para Android. E disseram que a maior questão a observar era o engajamento. Em outras palavras, no tanto que seu público ama o aplicativo: os usuários ativos diariamente abriram o Snapachat em média mais de 18 vezes ao dia.

Quer a Snap flutue o afunde, sua oferta inicial de ações já terá enriquecido seus investidores iniciais, em especial os cofundadores Spiegel e Robert Murphy. Com 227 milhões de ações cada, os dois já tem mais de US$ 3 bilhões em papeis, muito antes de completarem trinta anos. /Tradução de Celso Paciornik

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