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Spotify quer ir além da música e reforça aposta em podcasts no Brasil

Diretora da empresa na América Latina enxerga grandes oportunidades no País para o formato

Por Bruno Capelas
Atualização:
MiaNygren acredita no potencial de podcasts no Brasil Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Se depender de Mia Nygren, diretora do Spotify para a América Latina, sua empresa não será conhecida apenas por ter as músicas no topo da parada de sucessos, mas também os podcasts mais ouvidos do momento. “Estamos vivendo a segunda era de ouro do áudio falado. Era uma evolução natural para nós apostar nos podcasts, evoluindo além da música”, diz a executiva sueca ao Estado, em entrevista exclusiva. 

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O Brasil faz parte importante dessa aposta da companhia – segundo a pesquisa Podcasts Stats Soundbites, o País teve 110 milhões de downloads de episódios de programas sonoros em 2018, sendo o segundo maior mercado do mundo, só atrás dos EUA. Além disso, segundo levantamento do Ibope, 40% dos usuários de internet do País já escutaram ao menos um podcast. 

Apesar da profusão de programas – só o Spotify hospeda 500 mil capítulos de podcasts –, ainda é uma mídia que atrai poucos anunciantes. Algo que a empresa quer mudar. “Hoje, podcasts e música têm o mesmo destaque no Spotify. É importante mostrar que eles existem para as grandes audiências”, explica Nygren. Nesse esforço, vale até produzir conteúdo próprio – caso do programa Prepare Seu Coração, voltado para a música sertaneja. “Isso pode ajudar as pessoas a descobrirem novos programas”, afirma a executiva. 

Mas ao contrário do que tem sido feito no setor de streaming de vídeo, onde empresas como Netflix, Amazon, Apple e Disney têm despejado bilhões em novos programas, o Spotify não pretende enveredar por ter também seus próprios artistas de música. “Somos bons em licenciar conteúdo e acreditamos que a indústria têm espaço para diferentes atores”, diz Nygren. 

Escritório novo

Hoje com 248 milhões de usuários e 113 milhões de assinantes em todo o mundo, sendo líder em seu setor, o Spotify tem sido uma das forças motrizes para a recuperação da indústria global de música – globalmente, o streaming foi responsável por 46,5% das receitas com fonogramas em 2018. Aqui no Brasil, a proporção é ainda maior: 70% do faturamento da indústria fonográfica veio do streaming, na casa de US$ 207,8 milhões em 2018. Há cinco anos, quando o Spotify chegou ao País, a participação era de 19%. 

“Foi uma longa jornada, mas ainda há espaço”, diz Nygren. A executiva não se preocupa com a chegada de competidores – nos últimos meses, começou a funcionar por aqui o Amazon Music Unlimited, da gigante varejista americana. “Ainda não pensamos nos rivais porque há muitas oportunidades”, diz. 

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Um símbolo disso é a mudança de espaço da empresa: na última semana, o Spotify deixou sua sede no bairro de Pinheiros, onde trabalhavam 38 pessoas, para ocupar um novo escritório na região da Avenida Paulista. “Quando chegamos aqui, éramos apenas duas pessoas. Agora, ficaremos confortáveis por algum tempo”, explica. 

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