Startup fatura R$ 40 mil ao criar site para vender comida na Campus Party

Marmotex foi criada por campuseiros que dizem ter 'passado fome' no evento em edições passadas

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Por Mariana Lima
Atualização:
Empreendedores do Marmotex, serviço de entrega de alimentos, faturam na porta da Campus Party Brasil 2018 Foto: Hélvio Romero/Estadão

Ao meio-dia, faça chuva ou faça sol, uma fila de participantes da 11ª Campus Party Brasil se forma na porta principal do Pavilhão do Anhembi para pegar suas marmitas. O atendimento é rápido: basta mostrar um documento de identificação, dizer o CPF e aguardar enquanto três jovens encontram a comida que o cliente pediu por meio do site nas últimas semanas. Dessa forma, os campuseiros evitam o preço alto, a demora e a baixa qualidade das refeições servidas no interior do evento, sem precisar recorrer ao miojo.

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A responsável pelas marmitas é a Marmotex, startup de entrega de alimentos idealizada por ex-campuseiros em 2015. Os fundadores participaram do evento, mas não encontravam boas refeições a preços baixos. No ano seguinte, começaram a vender marmitas aos interessados pela internet. Hoje, a startup possui 25 funcionários e diz ter recebido R$ 500 mil em investimentos. Este ano, a empresa diz já ter faturado R$ 40 mil com as marmitas, vendidas por meio de seu site nas últimas semanas -- a meta é entregar 400 marmitas por dia.

O serviço deixou de atender somente campuseiros, mas agora também permite que pessoas peçam marmitas nos bairros de Vila Olímpia e Morumbi, na zona sul de São Paulo. Ao contrário de aplicativos de delivery, como o iFood, só é possível escolher o prato, não o restaurante que vai prepará-lo. Os da Campus Party vieram de fornecedores de Pinheiros, mas o nosso negócio não é divulgar o nome do restaurante. Apesar disso, quando nos perguntam, falamos quem foi o fornecedor. Mas isso dificilmente interessa ao nosso cliente”, diz.

“Quando saímos dos restaurantes com as comidas, mandamos uma notificação para o nosso cliente acompanhar o pedido por aplicativos como WhatsApp e Telegram. Se a fome for grande, ele já vem pra fila; caso contrário, já sabe que às 12h em ponto estaremos aqui entregando”, diz o paulistano Peter Chun, 30, presidente e fundador do Marmotex.

Estratégia. Para evitar problemas com a fiscalização, a empresa não aceita pagamentos no local. Todas as marmitas foram vendidas antes, com pelo menos um dia de antecedência, pelo site. Na plataforma, é possível escolher entre 15 opções de comidas sugeridas para a Campus Party, entre elas opções vegetarianas e veganas, além de lanches.

“É difícil nos barrarem porque não estamos vendendo comida, estamos apenas entregando. O pagamento já foi feito pelo site por meio de cartão de crédito, boleto ou transferência bancária”, diz Chun.

Promoção. As vendas para a Campus Party começaram há um mês. Quem comprou no início, pode pagar R$ 15 por marmita. O preço foi aumentando com a aproximação do início do evento e hoje é possível escolher uma refeição por R$ 20. Quem comprou em grupo recebeu um desconto maior. É o caso do estudante Adriano Corbellino, 18, que fez as compras com os amigos e garantiu o almoço e o jantar durante todos os dias. “Fechamos um pacote com o pessoal da caravana. Saí muito mais gostoso e barato que comprar lá dentro”, diz.

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Apesar de discreta, a banca de entregas chama a atenção de quem passa e tenta comprar uma refeição na hora. “Poxa, campeão, não posso! Mas passa aqui depois das 14h!”, diz Chun a um campuseiro que tentou comprar o almoço em cima da hora. “Quando alguém não vem pegar a gente tenta vender ou doar. Sabemos como é ficar lá dentro com fome e sem dinheiro pra comprar nada.”

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