Startup de aluguel de residências Quinto Andar prepara expansão nacional

Empresa quer chegar a 10 capitais do País e crescer cinco vezes até o final de 2018; além de mais cidades, aposta é em seguro e condições mais favoráveis para atrair donos de imóveis

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Por Bruno Capelas
Atualização:
Gabriel Braga e André Penha, os fundadores da Quinto Andar Foto: Quinto Andar

A startup paulistana Quinto Andar, especializada em aluguel de residências pela internet, está pronta para respirar novos ares pelo País. Após passar seus cinco primeiros anos apenas no Estado de São Paulo, a empresa começou a conectar proprietários e inquilinos no Rio de Janeiro este mês e prepara-se para chegar a 10 capitais do País ao longo de 2018. “É um movimento que ensaiamos há tempos e agora estamos prontos, depois de conseguir ganhar penetração em São Paulo”, explica ao Estado o presidente executivo da startup, André Penha. 

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Penha não revela quais serão as cidades, mas garante que o início da expansão será pelas regiões Sul e Sudeste, até pela proximidade com a sede da empresa, que hoje atua em São Paulo, no Grande ABC e em Campinas. Segundo ele, serão duas capitais ainda no primeiro semestre, com a movimentação econômica sendo fator de escolha para os próximos passos. 

Nos últimos meses, diz Penha, a Quinto Andar tem crescido mensalmente em torno de 20% no número de contratos fechados – desde a criação da plataforma, mais de 50 mil imóveis já foram alugados pela startup. 

No site e nos apps criados pela startup, quem busca um imóvel pode selecionar o tipo de residência que mais lhe agrada e instantaneamente reservar uma visita aos seus apartamentos favoritos. As visitas são acompanhadas por corretores credenciados, os quais também trabalham usando um aplicativo de celular -- à semelhança do que faz um motorista Uber. Após a visita, o contrato pode ser fechado pela internet, reduzindo a burocracia. Hoje, a startup oferece cerca de 6 mil imóveis para aluguel. 

Segundo o executivo, 2017 foi um ano de aprimoração da startup, desenvolvendo tecnologia e ganhando densidade no Estado de São Paulo – usando, para isso, recursos de sua última rodada de financiamento, realizada no final de 2016, na qual a startup captou US$ 12,5 milhões de fundos como o Qualcomm Ventures e o Kaszek, de ex-funcionários do Mercado Livre. Para 2018, os planos são de crescer pelo menos cinco vezes, apostando não só na expansão nacional mas também em condições mais atrativas para o mercado. 

Seguro. Para isso, a empresa apresenta nesta semana duas novas políticas para seus aluguéis. Uma é a criação de um seguro contra danos ao imóvel, que pode ser acionada pelo proprietário no momento da devolução das chaves, ao final do contrato. Chamada de Proteção Quinto Andar, a política garante aos proprietários o ressarcimento de até R$ 50 mil caso ele seja entregue em más condições. 

“Nossa ideia é evitar gastos imprevistos aos proprietários”, diz Penha. Além disso, todo contrato fechado pela empresa garante ao dono do imóvel o pagamento do aluguel no dia 12 de cada mês, independentemente do valor ser pago ou não pelo inquilino. 

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A segunda novidade está nas taxas cobradas pelo Quinto Andar para alugar um imóvel: a partir de agora, a empresa vai ficar com 8% do valor do aluguel – antes, a startup ficava com 8% do valor combinado entre aluguel e condomínio, mais o aluguel total do primeiro mês, como é de praxe no mercado. “Com essas medidas, queremos dar mais segurança aos proprietários e atraí-los para a plataforma”, explica. A medida também vale para contratos que já foram firmados por meio da Quinto Andar; segundo a startup, eles serão atualizados para as novas medidas. 

Para Penha, 2018 é um ano crucial– a expectativa da empresa, mesmo com o cenário turbulento da economia e as eleições presidenciais à frente, é de que o mercado de aluguel volte a crescer. Além disso, o executivo se apoia em uma mudança geracional para justificar seu negócio. “Uber e 99 já mostraram que você não precisa ter um carro nos dias de hoje”, diz. “Nosso objetivo é mostrar que não é preciso comprar casa ou apartamento, mas sim mudar de imóvel de acordo com a fase da sua vida ou do seu bolso.” 

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