Sucesso de drones atrai interesse de empreendedores

Embora setor esteja em expansão, pequenas empresas enfrentam leis rígidas e dificuldade de obter investimentos

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Por Aili McConnon
Atualização:
Radar. Drone da HoneyComb identifica problemas de irrigação e pragas em plantações Foto: NYT

Nos últimos anos, os drones passaram de ferramenta militar polêmica para ataques aéreos a um atrativo para quem curte um passatempo aéreo. Porém, à medida que os drones atraem o grande público, empreendedores estão encontrando formas de usar a tecnologia como base para ideias de negócios.

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Ryan Jenson exibiu seu negócio potencial em uma demonstração de seu novo empreendimento, a HoneyComb. A ideia é usar os drones para vasculhar plantações em busca de problemas de irrigação ou pragas.

Ele e dois sócios da construíram um protótipo básico. Reuniram 50 agricultores na Gold Dust Farms, uma fazenda no Estado norte-americano de Oregon, que planta batata.

Geralmente os agricultores procuram problemas a pé, cobrindo aproximadamente quatro hectares por hora. O AgDrone da HoneyComb pode cobrir 283 hectares por hora, produzindo mapas de alta resolução em duas e três dimensões que podem ser utilizados para avaliar a maior parte dos aspectos da saúde de uma lavoura.

Enquanto o drone subia, os agricultores observavam em uma tela imagens da plantação, produzidas por sua câmera de vídeo. Assim que o aparelho voltou, viram as fotografias tiradas em sua viagem.

“Uma grande ficha caiu quando os produtores perceberam que podiam ver cada centímetro de sua fazenda na hora que quisessem”, conta Jenson. “Os aparelhos estavam vendidos.”

Um dos fãs do AgDrone achou um vazamento na irrigação, economizando cerca de US$ 100 mil em quebra de safra. Outro detectou o ataque de uma praga cedo o suficiente para aplicar o fungicida.

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Atualmente, a HoneyComb tem 16 funcionários e já arrecadou US$ 2 milhões em investimentos. Ela integra uma nova onda de empresas de drones comerciais. Geralmente descritos como “serviços de drone”, essas companhias fornecem tanto os aparelhos para coleta de dados quanto o programa para sua análise.

“Os drones comerciais são um dos setores de mais rápido crescimento na tecnologia”, diz Lisa Ellman, diretora do setor de aeronaves não tripuladas da Hogan Lovells, escritório de advocacia, em Washington.

Embora a oportunidade pareça grande, abrir uma nova empresa centrada em drones tem seus desafios. O principal deles são as leis. Além disso, muitas firmas são pequenas, e o investimento de risco é difícil de ser obtido.

“As regras tornam muito difícil para uma empresa pequena ter sucesso sozinha”, afirma Jeffrey J. Antonelli, advogado de Chicago especializado na legislação do setor. Entretanto, as regras estão se adequando lentamente para o uso comercial da tecnologia dos drones.

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Desde que a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) passou a emitir o que chama de “isenções” em setembro de 2014, mais de 5,2 mil autorizações foram concedidas a operadores de drones comerciais. A maioria foi dada a empresas de fotografia, cinema e do setor imobiliário.

Para a maioria dos pequenos negócios, o grande obstáculo é que, assim que obtêm a autorização para o veículo não tripulado, precisam de alguém com habilitação – de avião ou helicóptero – para pilotá-lo.

Nem toda firma de drone comercial se deu ao trabalho de tirar uma licença. “A exemplo da Lei Seca, a exigência é tão alta que muita gente tem passado por baixo dela”, conta Antonelli. Todavia, a FAA deve anunciar novas regras, previstas para junho, para drones comerciais pesando até 25 quilos, o que poderia resolver a situação.

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Enquanto algumas barreiras caem, muitos antecipam uma enxurrada de novas empresas. “Quando os celulares foram inventados, não antecipamos todas as formas pelas quais eles seriam usados. Com os drones é a mesma coisa”, diz Ellman.

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