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Trump diz que aprovou acordo de TikTok e Oracle nos EUA; banimento é adiado

Após o aceno de Trump, banimento do TikTok previsto para este domingo foi adiado em uma semana

Por Redação Link
Atualização:
A nova empresa fruto do acordo se chamará TikTok Global, disse Trump Foto: Dado Ruvic/Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste sábado, 19, que aprovou o acordo entre a Oracle e o TikTok, que pretende evitar o banimento do aplicativo em solo americano. A informação é da agência de notícias Bloomberg

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“Eu dei minha bênção ao negócio. Se eles conseguirem, será ótimo. Se não o fizerem, tudo bem também”, disse Trump a jornalistas neste sábado ao deixar a Casa Branca para um comício de campanha em Fayetteville, na Carolina do Norte. 

Após a declaração de Trump, o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, disse em um comunicado que a proibição do TikTok em lojas de apps nos EUA, prevista para este domingo, será adiada em uma semana, até 27 de setembro, tendo em vista os "avanços positivos recentes".

A parceria entre as empresas é uma resposta a um decreto de Donald Trump assinado no início de agosto, que proibiu transações no país com os proprietários chineses do TikTok, alegando preocupações com a segurança nacional. O governo americano deu o prazo de até 12 de novembro para a ByteDance, dona do app, firmar um acordo para a venda de suas operações nos EUA. 

A nova empresa fruto do acordo se chamará TikTok Global, disse Trump. Segundo os termos do acordo entre as duas empresas, a Bytedance manterá a maioria dos ativos da TikTok, enquanto a gigante americana de software Oracle seria a "parceira tecnológica" do aplicativo nos Estados Unidos, responsável por hospedar todos os dados de usuários dos EUA.

De acordo com o TikTok, a Oracle e também o Walmart participarão de uma rodada de financiamento pré-IPO da TikTok Global, na qual podem assumir uma participação cumulativa de até 20% na empresa.

O negócio, porém, ainda depende da aprovação formal do Comitê de Investimento Estrangeiro dos Estados Unidos. A ByteDance está buscando uma avaliação de US$ 60 bilhões para o aplicativo, de acordo com a Bloomberg, que conversou com uma pessoa familiarizada com o assunto.

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"Embora o acordo precise de uma aprovação final, parece que a parceria entre Oracle e TikTok finalmente encerrou esta saga", disse Daniel Ives, analista da Wedbush Securities, em nota a investidores neste sábado. "Para a Oracle, esta é uma vitória estratégica na frente de infraestrutura e nuvem. A parceria deve ajudar de forma competitiva em seus esforços daqui para frente". 

Larry Ellison, fundador da Oracle, é um raro executivo do Vale do Silício que é próximo ao presidente Donald Trump Foto: David Paul Morris/Bloomberg

Acordo é diferente da demanda original

A TikTok Global provavelmente terá sede no Estado do Texas e contratará “pelo menos” 25 mil pessoas, disse Trump. O presidente afirmou que a companhia concordou em doar US$ 5 bilhões para um fundo de educação, o que atenderia sua demanda de que o governo receba um pagamento pelo acordo. Entretanto, a ByteDance disse não ter conhecimento sobre esse fundo.

O acordo proposto pelo TikTok é diferente da demanda original do governo Trump, que previa uma venda total das operações do TikTok nos Estados Unidos. No mercado, há quem veja a parceria com a Oracle como suspeita de favorecimento político, uma vez que Larry Ellison, fundador da Oracle, é um raro executivo do Vale do Silício que é próximo ao presidente americano. Além disso, o Walmart, que também participará do acordo, é o principal rival da Amazon nos Estados Unidos – a empresa, assim como seu fundador Jeff Bezos, já recebeu várias críticas de Donald Trump. 

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O TikTok afirma estar "confiante de que a proposta da Oracle e Walmart vá resolver os receios de segurança do governo dos Estados Unidos" e resolver questões sobre o futuro da rede social no país.

O aplicativo de mensagens chinês WeChat também conseguiu adiar seu banimento nos Estados Unidos. Neste domingo, uma juíza dos Estados Unidos suspendeu a decisão do governo de Donald Trump de proibir downloads da plataforma em território americano. Assim como o TikTok, o WeChat é considerado por Trump uma ameaça à segurança nacional. O aplicativo, que é uma espécie de "WhatsApp da China", é popular entre estudantes chineses, americanos que vivem na China e alguns americanos que têm relacionamentos pessoais e corporativos com chineses. 

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