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Twitter barra tática usada por 'bots' para espalhar notícias falsas

Usuários não poderão publicar mensagens idênticas em várias contas ao mesmo tempo ou utilizar softwares para isso; mudança provocou reação de setores conservadores, que disseram ter perdido seguidores

Por Agências
Atualização:
Contas falsas, conhecidas como bots, podem ajudar a persuadir o público e reformular o debate político Foto: Reuters

O Twitter anunciou que não mais vai permitir que pessoas publiquem mensagens idênticas em várias contas ao mesmo tempo, coibindo uma tática que agentes russos e outros supostamente utilizaram para viralizar determinados tuites, temas ou tópicos dentro da rede social.

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A empresa também disse na quarta-feira, 21, que não vai permitir que pessoas usem softwares para executar outras ações simultaneamente, como curtir ou retuitar publicações de diversas contas. 

O Twitter, conhecido por ser um espaço de discussões abertas com mensagens curtas, de até 280 caracteres, sofre nos últimos anos a pressão de usuários e governos ocidentais para impedir a propagação de notícias falsas e propaganda estrangeira, muitas vezes realizada com a ajuda de contas automatizadas conhecidas como bots.

Os bots do Twitter divulgaram propaganda antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em 2016, e continuaram a inflamar a política norte-americana protegidos no anonimato, dizem pesquisadores acadêmicos e autoridades dos EUA.

As novas restrições do Twitter visam melhorar a “qualidade da informação”, disse Yoel Roth, da equipe de políticas da empresa.

“Essas mudanças são um passo importante para garantir que permanecemos à frente de atividades mal-intencionadas que visam debates importantes que ocorrem no Twitter - incluindo eleições nos EUA e em todo o mundo ”, disse Roth em um comunicado.

O Twitter disse que daria aos usuários até 23 de março para cumprir as novas regras antes de suspender as contas. 

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Reação. Alguns usuários do Twitter ligados ao campo conservador da política americano, no entanto, reclamaram de ter perdido seguidores após as novas regras. Uma hashtag, #TwitterLockOut (algo como boicote ao Twitter, em tradução literal) virou um dos temas mais comentados na plataforma. 

O ex-usuário do Twitter, Jared Taylor, editor da revista supremacista branca American Renaissance, entrou com um processo contra a empresa nesta semana em São Francisco, depois que a empresa o baniu do site por violar seus termos de uso ao fazer propaganda de extremismo. O Twitter não respondeu aos pedidos de comentários da reportagem. 

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