Twitter faz mudanças para ‘abrir espaço’ nos 140 caracteres

Novas alterações na plataforma, que deixarão de contar imagens, GIFs e menções a outros usuários no limite de texto dos tuítes, começam a valer em dois meses

PUBLICIDADE

Por Bruno Capelas
Atualização:
 Foto:

O Twitter anunciou nesta terça-feira, 24, mudanças na forma como conta o limite de texto que pode caber em uma única mensagem publicada na rede social de interesses. Previstas para começar a valer a partir de julho, as alterações deixarão de considerar imagens, vídeos, GIFs, enquetes e menções a outros usuários (as chamadas “arrobas”, ou “replies”, no termo em inglês) como parte dos 140 caracteres que limitam os tuítes. 

PUBLICIDADE

“Os 140 caracteres fazem parte do nosso DNA”, diz Philip Klien, diretor de crescimento do Twitter no Brasil, em entrevista ao Estado. “No entanto, estamos sempre trabalhando para simplificar as regras do Twitter e aumentar a expressividade da plataforma. É esse o caso”, avalia o executivo.

Segundo Klien, ainda não há uma data específica para a estreia das mudanças na rede social – o prazo de dois meses foi dado para que parceiros da empresa, como anunciantes e desenvolvedores que utilizam a base de dados do Twitter para seus próprios serviços, pudessem se adaptar às novidades. 

Expressividade. Ao todo, são três grandes mudanças. A primeira é que imagens, GIFs, vídeos e a ferramenta de enquetes do próprio Twitter deixarão de ser contados nos 140 caracteres – antes, esses elementos “roubavam” 23 toques do espaço de um tuíte. “A anatomia dos tuítes mudou de alguns anos para cá, com mais uso de imagens e outros recursos”, explica Klien. 

Parte de um rumor que antecipou as alterações, os links não farão parte da mudança por enquanto – segundo Klien, por conta de uma questão de infraestrutura. Para o executivo, a alteração na contagem de caracteres por recursos multimídia vai ajudar os brasileiros a se expressarem melhor no Twitter. “Nós usamos muitas imagens nos nossos tuítes. Além disso, o português tem palavras e frases mais longas que o inglês”, afirma. 

 Foto: Sérgio Castro/Estadão

A segunda alteração é a que faz com que seja possível para um usuário dar um retuíte (função no Twitter que serve para compartilhar um tuíte) em uma mensagem que ele próprio publicou – até o momento, tal funcionalidade não era permitida pela plataforma. “É uma ferramenta que pode ser útil quando o usuário quiser prolongar uma discussão por vários tuítes. Antes, muitas pessoas faziam tuítes seguidos, mas de uma forma que ficava confuso para muitos usuários”, avalia o diretor de crescimento do Twitter. 

Já a terceira mudança diz respeito às conversas na rede social: hoje, quando um usuário começa uma mensagem citando o perfil de outro usuário, com a ajuda de uma “arroba”, o Twitter entende que ali está começando uma conversa – e só exibe as mensagens para os seguidores de ambos os perfis. No entanto, muitas vezes essa estratégia é usada para iniciar uma conversa pública, fazer uma provocação ou uma piada. Com a “reforma”, esse início de conversa será considerado público, e mostrado para qualquer pessoa que siga o usuário que fez a primeira mensagem.

Publicidade

Outra alteração nas conversas, decorrente dessa última, é a de que as “arrobas” de cada usuário não serão mais contabilizadas dentro do limite de 140 caracteres, o que facilita conversas em grupo entre os perfis no Twitter – vai ficar mais simples, por exemplo, combinar um encontro entre diversos usuários. Segundo Philip Klien, a alteração permite que até 50 perfis diferentes sejam citados em uma mensagem sem que eles sejam contabilizados como parte do texto do tuíte. 

Resistência. Não é a primeira alteração que o Twitter faz nos últimos tempos: recentemente, a empresa trocou seu símbolo de “favoritar” (uma estrela) por “curtir” (um coração), além de criar o Moments, serviço que busca mostrar os temas mais importantes do momento em uma coleção de tweets. Isso para não falar na polêmica introdução de um algoritmo que, caso o usuário optasse em utilizá-lo, colocava os tweets em uma ordem de importância, e não mais na ordem cronológica – como acontece normalmente no Twitter. 

As mudanças são resultado da volta de Jack Dorsey, cofundador da rede social, ao cargo de presidente executivo, e representam uma tentativa de retomar o crescimento do número de usuários: entre março de 2015 e março de 2016, a empresa teve apenas 8 milhões de novos usuários mensais ativos – ao todo, o Twitter tem hoje 310 milhões de perfis ativos.

Não tem sido um caminho simples: a cada sinal de mudança, é comum que aconteçam protestos contra as “inovações”. “Gosto de trabalhar no Twitter porque a gente tem muitos usuários que se acham donos da plataforma”, diz Klien. Para o executivo, no entanto, as novidades fazem parte da evolução da rede social, e não são poucos os usuários que gostam das alterações depois que elas são implementadas. 

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.