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'Uber chinês', Didi Chuxing pode voltar a investir na 99

Empresa brasileira de transporte por aplicativo informou que pretende captar novos recursos em 2018; neste ano, a chinesa Didi Chuxing investiu mais de US$ 100 milhões na startup

Por Agências
Atualização:
Peter Fernandez, presidente executivo da 99: empresa quer fazer outra rodada de investimentos em 2018. Foto: JF Diório/Estadão

A empresa de transporte por aplicativo 99 informou nesta terça-feira, 5, que pretende captar novos recursos em 2018 para sustentar sua expansão nacional. Segundo Peter Fernandez, presidente executivo da companhia, a principal interessada na nova rodada de investimentos é a chinesa Didi Chuxing, empresa de transporte por aplicativo que já liderou uma rodada de investimentos na brasileira – o aporte aconteceu no início deste ano e foi de mais de US$ 100 milhões. 

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“Não existe um 2018 sem mais captação de investimentos”, disse Fernandez à agência de notícias Reuters durante o 1° Fórum de Mobilidade Urbana, evento promovido pelo Estado na zona oeste de São Paulo. A nova rodada de investimentos, no entanto, ainda não tem data para acontecer. Fernandez também diz que não há estimativa esperada para o valor dos investimentos.

Segundo Fernandez, o total de US$ 200 milhões que a 99 obteve junto à Didi e outros investidores, como a japonesa SoftBank, foi utilizado para quintuplicar o número de funcionários e de corridas realizadas pela companhia em 2017. De acordo com o executivo, o valor, porém, “nunca seria suficiente para todas as expansões que a 99 quer fazer”. Por isso, a empresa foi levada a um contínuo processo de captação de investimentos, segundo Fernandez.

A 99 não revela estimativas de receita, mas para 2018, um dos principais planos da empresa é aumentar a presença de sua categoria de transporte por veículos particulares, o pop, que atualmente opera em 26 cidades brasileiras. “A gente deve pelo menos dobrar esse número”, disse o presidente-executivo.

Outro objetivo é levar o serviço “para além do centro expandido das cidades” focando em públicos que não são tradicionais no serviço de aplicativos de transportes urbanos, disse o porta-voz da 99, Ricardo Kauffman.

A 99 também deve lançar em janeiro uma nova versão de seu aplicativo em São Paulo e Rio de Janeiro, seus maiores mercados, com funcionalidades que incluem a possibilidade do passageiro compartilhar o trajeto da corrida em tempo real - ferramenta já utilizada pelo Uber. A versão vai incluir uma opção para que motoristas recebam corridas em direção às suas casas quando decidirem parar de trabalhar, para não terem que voltar de onde estejam com o carro vazio.

Um cenário que não está sendo cogitado pela companhia no momento é o de consolidação do setor. A possibilidade tem sido considerada no cenário internacional devido ao interesse do grupo japonês SoftBank - um dos investidores da 99 e da própria Didi - em adquirir uma parcela do Uber. A operação deverá tornar o grupo asiático um elo comum entre as companhias, facilitando conversas.

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Questionado sobre uma possível transação entre 99 e Uber, a exemplo da absorção das operações do Uber na China pela Didi, Fernandez ressaltou a volatilidade do setor. “Acho muito difícil de prever. Não tem nenhuma conversa acontecendo hoje em relação a isso.”

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