Uber é 'salvo' pelo delivery e reduz prejuízo

Pandemia alavancou o setor de entregas de comida, mas setor de viagens ainda está aquém do cenário pré-pandemia

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Por Giovanna Wolf
Atualização:
O Uber divulgou nesta quarta-feira, 10, seu primeiro balanço do ano Foto: Luisa Gonzalez/Reuters

Apesar de o Uber ser conhecido como um aplicativo de transporte, é o serviço de delivery que está segurando as contas da empresa. No último trimestre do ano passado, a companhia teve prejuízo de U$$ 968 milhões, uma diminuição em relação à perda de US$ 1,1 bilhão registrada no mesmo período de 2019. A conquista se deve ao crescimento de 224% em receita da divisão de serviços de delivery, que inclui entrega de comida, objetos e compras de merdado,  do Uber, na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. 

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Os números fazem parte do balanço financeiro divulgado pela companhia nesta quarta-feira, 10. Para todo o ano de 2020, o prejuízo do Uber totalizou US$ 6,77 bilhões, um resultado 20% melhor em relação aos US$ 8,51 bilhões perdidos em 2019.

Apesar de reduzir o prejuízo, o Uber registrou no trimestre uma queda de 16% em receita na comparação anual, chegando a US$ 3,2 bilhões. Após o fechamento do pregão, as ações do Uber operavam em queda de 3% às 19h30 (horário de Brasília). 

Enquanto a receita vinda do delivery teve grande crescimento, chegando a US$ 1,36 bilhões, os ganhos da divisão de corridas caíram 52% no trimestre, ante o mesmo período do ano anterior, atingindo US$ 1,47 bilhões. 

Pedidos no app de entrega de comida do Uber, o Uber Eats, aumentaram com as regras do lockdown ao redor do mundo e o fechamento de restaurantes, enquanto as caronas do Uber têm sido afetadas desde o começo da pandemia. Mas já há sinal de recuperação nas corridas no quarto trimestre, com um crescimento em receita de 8% em relação ao trimestre anterior. 

O avanço de delivery também é um foco dos investimentos do Uber. A empresa expandiu sua presença na área nos últimos meses, adquirindo o app de entrega de comida Postmates por US$ 2,65 bilhões e o serviço de entrega de bebidas alcoólicas Drizly por US$ 1,1 bilhão.

Para Dan Ives, analista da consultoria WedBush Securities, o balanço é sinal positivo para o futuro do Uber: “A empresa está claramente vendo uma recuperação nas métricas de compartilhamento de viagens e, junto com uma estrutura de despesas mais enxuta, está preparando um cenário para um retorno rápido em crescimento e possível lucratividade ao final de 2021 e em 2022”, afirmou Ives, em nota a investidores nesta quarta. 

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