Uber perde licença de operação em Londres
Agência da cidade cita um padrão de falhas de segurança da empresa
25/11/2019 | 10h13
Por Agências - Reuters
Uber perdeu a licença de operação em Londres
Leia mais
O Uber perdeu suas licenças operacionais em Londres nesta segunda, 25, depois que reguladores detectaram um "padrão de erros" de segurança na empresa - é a segunda vez que isso acontece nos últimos dois anos.
O Transport for London (TfL), órgão regulador de transporte da cidade, disse que uma mudança no sistema da companhia permitiu que motoristas a carregassem suas fotos nas contas de outros motoristas, o que significa que eles poderiam fazer corridas no lugar do motorista chamado. Isso teria ocorrido em, pelo menos, 14 mil viagens.
O Uber disse que vai recorrer da decisão. O processo possivelmente incluirá uma ação judicial e poderá se arrastar por meses, o que permitirá que os 45 mil motoristas na cidade possam continuar operando durante o período apesar de a licença da companhia vencer nesta segunda. As ações da empresa listadas em Frankfurt caíram 2,3%.
O TfL disse que identificou um "padrão de falhas por parte da companhia, incluindo diversas brechas que colocaram os passageiros e sua segurança em risco". "Apesar de tratar de algumas dessas questões, o TfL não tem confiança de que problemas do tipo não vão ocorrer novamente no futuro, o que nos leva a concluir que a companhia não está adequada para operar no momento", afirmou a companhia.
O Uber, que mudou o negócio de transporte na cidade e em outros lugares do mundo, disse que a decisão é "extraordinária e errada". "Nos últimos dois meses, fizemos uma auditoria em cada motorista de Londres e reforçamos nossos processos", disse Jamie Heywood, chefe do Uber no norte e no leste da Europa. "Temos um sistema robusto para confirmar a identidade dos motoristas, e em breve apresentaremos um novo processo de reconhecimento facial", diz.
O Uber e o TfL vem se estranhando desde que a agência rejeitou um pedido de renovação de licença da companhia em 2017, citando a maneira como o Uber reporta os antecedentes criminais de seus motoristas.
Durante o processo de apelação, a empresa continou operando. Em 2018, após o Uber fazer diversas mudanças no seu modelo de negócios, um juiz garantiu uma licença provisória de 15 meses. Em setembro de 2019, o TfL estendeu a licença por apenas dois meses, bem abaixo do limite de cinco anos, e impôs novas condições para corridas compartilhadas, para seguros e para checagem de documentos de motoristas.
Após a decisão mais recente, o Uber anunciaria novas medidas, como um "botão de emergência", permitindo motoristas e passageiros a denunciar abusos, aumento de treinos de segurança para motoristas e uma conexão direta com serviços de emergência.
A decisão vem cerca de duas semanas antes de uma eleição nacional e seis meses antes dos moradores da cidade decidirem se vão reeleger o prefeito Sadiq Khan, que também é presidente do TfL.
"Sei que essa decisão pode ser impopular com os passageiros do Uber, mas a segurança é a principal preocupação", disse ele nesta segunda. "Atender os rígidos padrões do TfL é essencial se operadores privados querem uma licença em Londres", disse.
Comentários
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.
Tendências
- Preocupado com a política do WhatsApp? Preste atenção no Instagram!
- No ano da pandemia, Netflix teve o maior aumento de assinantes da história
- WhatsApp, Telegram ou Signal: qual app de conversa é mais seguro?