Uber vai diminuir contratações para enfrentar corte de gastos na empresa

Medida foi anunciada pelo presidente Dara Khosrowshahi em uma carta vista pelo canal americano CNBC

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Por Redação Link
Atualização:
Últimos balanços do setor de app de transporte trouxeram forte queda nas ações de empresas como Uber e Lyft Foto: Reuters

Após o fraco balanço financeiro e a desconfiança no setor dos apps de transporte, o Uber vai reduzir contratações e gastos em suas atividades de marketing e de incentivo na empresa. A informação foi publicada nesta segunda-feira, 9, pelo canal americano CNBC, que teve acesso a uma carta de Dara Khosrowshahi, presidente do Uber.

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A empresa de transporte é, agora, mais uma das grandes de tecnologia a conter os custos para ter um modelo de investimento enxuto. Na última semana, a Meta, holding do Facebook, afirmou um congelamento de vagas para desacelerar o crescimento de sua força de trabalho.

Khosrowshahi disse que a mudança de estratégia do Uber foi uma resposta necessária à "mudança sísmica" no sentimento dos investidores, de acordo com o relatório da CNBC.

"Os gastos menos eficientes com marketing e incentivo serão retirados. Trataremos a contratação como um privilégio e seremos deliberados sobre quando e onde aumentar o número de funcionários", disse Khosrowshahi, segundo o relatório.

O Uber disse na semana passada que sua base de motoristas está em alta pós-pandemia, e a empresa espera que isso continue sem investimentos significativos em incentivos. É um forte contraste com a rival Lyft, principal concorrente nos EUA, que disse que precisa demandar mais dinheiro para incentivos aos motoristas, principalmente pelo cenário de juros altos, inflação e impactos da Guerra na Ucrânia sobre o preço do combustível.

Após o relatório financeiro da Lyft, as ações do Uber caíram cerca de 11%, antes mesmo de ser divulgado qualquer balanço da empresa. Com investidores assustados por conta da queda em todo o setor, as empresas de aplicativo de transporte ainda estão com papeis negociados em baixa. Na manhã desta segunda-feira, as ações do Uber tinham queda de quase 2% na abertura do mercado.

Em resposta, o Uber afirmou que não precisa aumentar ainda mais os incentivos para atrair mais motoristas e prevê um segundo trimestre forte, um dia depois que a rival Lyft disse que precisa gastar mais com mão de obra nos próximos meses. 

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Em relação ao mesmo período do ano passado, a perda do Uber no primeiro trimestre passou de US$ 108 milhões para para US$ 5,9 bilhões. O diretor financeiro da empresa, Nelson Chai, disse em comunicado que a companhia tinha liquidez para acalmar as posições deficitárias e esperar um momento melhor para vendê-las

Agora, porém, o Uber vai se concentrar em obter lucratividade com base no fluxo de caixa livre, em vez de lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA), de acordo com o relatório da CNBC.

Ainda, a gigante de caronas espera gerar "fluxos de caixa positivos significativos" para o ano inteiro, de acordo com seu último relatório financeiro.

Khosrowshahi acrescentou em sua carta que os negócios de entrega de alimentos e frete do Uber — como o Uber Eats — precisam crescer mais rápido, acrescentou a CNBC.

O Uber não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters./COM REUTERS

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