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WhatsApp lança iniciativa global para combater notícias falsas na plataforma

Foco. Empresa, que pertence ao Facebook, vai financiar pesquisas para entender a desinformação no aplicativo, que tem enfrentado problemas em vários países; desafio é como minimizar a circulação de boatos na plataforma, sem prejudicar a privacidade dos dados

03/07/2018 | 22h09

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 Por Bruno Capelas e Claudia Tozetto - O Estado de S. Paulo

Perigos. Entre preocupações do WhatsApp estariam distribuição de notícias falsas sobre eleições e cuidados com a saúde

Tiago Queiroz/Estadão

Perigos. Entre preocupações do WhatsApp estariam distribuição de notícias falsas sobre eleições e cuidados com a saúde

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O aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp anunciou nesta terça-feira, 3, sua primeira grande iniciativa para combater as notícias falsas na plataforma. A empresa vai oferecer bolsas de estudo para pesquisadores que se dediquem a entender o fenômeno. O investimento se junta a outras pequenas iniciativas que o WhatsApp – que faz parte do Facebook desde 2014 – vem adotando para tentar minimizar o problema, que tem se ampliado em países como Brasil e Índia – neste último, o aplicativo foi responsabilizado por uma onda de linchamentos a partir da disseminação de notícias falsas.

A princípio, a empresa vai oferecer 20 bolsas de estudo no valor de US$ 50 mil. Para obterem o valor, os especialistas deverão investigar qual o impacto que o compartilhamento de notícias falsas no WhatsApp tem na sociedade. A empresa vai priorizar estudos que abordem fatores como as motivações para pessoas considerarem um conteúdo confiável e o compartilharem no aplicativo e o uso do WhatsApp durante eleições.

Há também a preocupação em investigar formas de detectar comportamentos problemáticos no aplicativo, uma vez que todas as mensagens trocadas por seus mais de 1,5 bilhão de usuários no mundo – 120 milhões deles no Brasil – são criptografadas de ponta a ponta. Na prática, isso significa que elas são codificadas antes de sair do aparelho do remetente, passando pelos servidores do WhatsApp, até finalmente serem decodificadas no destinatário.

Segundo apurou o Estado, o WhatsApp está tentando avaliar, com a ajuda desses pesquisadores, como minimizar a circulação de boatos na plataforma, sem prejudicar a privacidade dos dados, uma bandeira que sempre foi defendida pela companhia. A partir das conclusões das pesquisas, a empresa pretende testar novos recursos.

Fontes ouvidas pela reportagem afirmam que as áreas de maior preocupação da empresa hoje no Brasil estão relacionadas a saúde e eleições. Contudo, há o entendimento de que as medidas não devem surtir efeito em curto prazo.

A empresa, no entanto, já testa uma nova função que vai sinalizar aos usuários quando eles receberem uma mensagem encaminhada por um contato, mas não escrita originalmente por ele. Além disso, o aplicativo de mensagens ampliou o poder de moderação dos administradores de grupos no aplicativo recentemente.

8 principais fatos sobre a história do WhatsApp

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Saída do Yahoo

Foto: Mike Blake/Reuters

Jan Koum e Brian Acton, os criadores do Whatsapp, saíram do Yahoo em 2007. Depois, procuraram empregos no Facebook, Twitter e outras empresas de tecnologia, mas não obtiveram sucesso. Foi só em 2009, quando criaram o aplicativo, que os fundadores conseguiram reconhecimento.

Criação

Foto: Peter Da Silva/The New York Times

Em 2009, Jan Koum e Brian Acton fundaram a startup que mais tarde seria conhecida mundialmente como WhatsApp. Tudo começou após Koum comprar perceber o potencial do novo modelo de aplicativo criado pela Apple. Para desenvolver a ideia do app de conversas, os dois convidaram Igor Solomennikov, um desenvolvedor russo. Em novembro de 2009, o aplicativo foi lançado para os usuários de iPhone.

Investimentos

Foto: Fábio Motta/Estadão

Brian Acton só entrou de fato para o WhatsApp apenas um mês antes do aplicativo ser criado. Em outubro de 2009, ele fez cinco amigos — ex-funcionários do Yahoo — investirem um total de US$ 250 mil na empresa, o que o elevou ao posto de cofundador. Mas foi só em 2011, após meses de negociações, que os fundadores do Whatsapp aceitaram receber outro investimento, dessa vez mais robusto: US$ 7 milhões do fundo Sequoia Capital. Em fevereiro de 2013, o fundo investiu mais 50 milhões de dólares no app, o que fez o Whatsapp passar a valer impressionante US$ 1,5 bilhão.

Compra pelo Facebook

Foto: Dado Ruvic/Reuters

Depois de uma longa negociação, no dia 19 de fevereiro de 2014, o Facebook comprou o WhatsApp por US$ 19,2 bilhões de dólares. Koum e Acton passaram a integrar o conselho administrativo da rede social.

Bloqueios no Brasil

Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O aplicativo de mensagens, no entanto, já sofreu com bloqueios pedidos pela justiça brasileira. No total, o WhatsApp foi bloqueado três vezes no país. O primeiro caso foi em 16 de dezembro de 2015, quando a juíza Sandra Regina Nostre Marques, de São Bernardo do Campo (SP) determinou que o aplicativo ficasse fora do ar por 48 horas, depois que o aplicativo não cedeu dados da comunicação de pessoas supostamente envolvidas em uma investigação criminal. As outras duas vezes, em 2 de maio e 19 de julho de 2016, foram motivadas também por recusas do serviço em entregar informações dos usuários para auxiliar em investigações.

1 bilhão de usuários

Foto: Dado Ruvic/Reuters

A versão beta do WhatsApp ficou meses desconhecida pelos usuários, mas com o lançamento do WhatsApp 2.0, que trouxe os componentes de mensagem, o número de usuários ativos aumentou para 250 mil. Em 2013, o WhatsApp já registrava 200 milhões de usuários. Mas foi só em fevereiro de 2016 que o aplicativo bateu a marca do 1 bilhão de usuários. Hoje, o app é usado por aproximadamente 1,2 bilhão de pessoas.  

Multa da União Europeia

Foto: Fabio Motta/Estadão

No dia 18 de maio, o Facebook foi multado em  € 110 milhões pela União Europeia por fornecer informações falsas sobre a compra do WhatsApp há três anos. Durante o escrutínio regulatório do acordo do WhatsApp, em 2014, o Facebook disse ao órgão da UE que não tinha como saber seguramente qual era o número de usuários do app de mensagens. O Facebook também foi multado por órgãos franceses e italianos no mês de maio.

120 milhões de usuários no Brasil

Foto: Jon Nazca/Reuters

No dia 29 de maio, o WhatsApp divulgou ter 120 milhões de usuários ativos no Brasil. Com isso, os usuários brasileiros passam a representar 10% de todos os usuários da rede social. Em dezembro de 2015, o app tinha 100 milhões de usuários no Brasil, então em dois anos houve um crescimento de 20% no país.

Educação. Para os especialistas ouvidos pelo Estado, investir na educação e no esclarecimento de notícias falsas é um bom começo para o WhatsApp. “É uma estratégia que tenta reduzir o impacto do serviço nessa disseminação”, avalia Jacqueline de Souza Abreu, advogada especializada em direito digital. Segundo ela, o esforço considera a complexidade do serviço. “Se o Facebook equivale a uma praça pública, o WhatsApp é a sala de estar”, diz Jacqueline. “Não queremos que exista controle sobre o que uma família conversa.”

Diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade, Carlos Affonso de Souza vai na mesma linha. “A empresa precisa trabalhar em outros meios de conter notícias falsas que não impliquem no controle do conteúdo”, diz. Para ele, um dos maiores problemas do aplicativo é o fato de ser possível compartilhar qualquer conteúdo “sem fricção” e com alto alcance. “Na rede social, a mensagem é filtrada pelo algoritmo e não chega a todos os seus amigos; no WhatsApp, não existe isso.”

Souza, porém, chama a atenção para um ponto importante: “Notícia falsa é um problema de quem manda, mas também de quem recebe”, diz. “É um dever cívico, ainda mais hoje, mostrar por que aquele dado é falso. Só assim vão ocorrer mudanças.”

    Tags:

  • Whatsapp
  • rede social
  • privacidade

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