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Yahoo anuncia corte de 15% dos funcionários em todo o mundo

Ao final das demissões, empresa ficará com 42% vagas a menos do que tinha em 2012; divisão de negócios de internet deverá virar nova empresa em até 12 meses

Por Bruno Capelas
Atualização:

AP

 

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O Yahoo vai cortar 15% dos seus 11 mil funcionários e fechará cinco escritórios ao redor do mundo nas próximas semanas. Ao final das demissões, a empresa ficará com uma estrutura 42% menor que a que tinha em 2012, quando Marissa Mayer assumiu o cargo de presidente executiva. A demissão em massa foi revelada pela empresa nesta terça-feira, 2, junto com os resultados financeiros do quarto trimestre de 2015.

“2016 será um ano de transição, com receitas menores”, declarou a presidente executiva do Yahoo Marissa Mayer, durante apresentação a investidores. “No entanto, a receita voltará a crescer em 2017″, acrescentou a executiva, fazendo menção a negócios “não estratégicos” que devem ser cancelados ou incorporados a outras verticais da empresa nos próximos meses.

Leia também:Investidores defendem venda de negócio de internet do YahooYahoo tem maior queda trimestral em receitas em quatro anos

Entre eles, estão a área de games do Yahoo e também aplicativos voltados para Smart TVs. Em seu relatório financeiro, o Yahoo prevê que terá redução de US$ 400 milhões em gastos operacionais em 2017.

Perdas. O enxugamento de estrutura é um passo tomado pela empresa para reduzir suas perdas: ao longo de 2015, o Yahoo reportou perdas de US$ 4,47 bilhões, causadas principalmente por uma revisão nos valores de unidades anteriormente superestimadas pela empresa. Em 2014, o Yahoo teve lucro operacional de US$ 166,3 milhões.

Ao longo de 2015, a empresa registrou receitas na casa de US$ 4,97 milhões – crescimento de 8% com relação ao ano anterior. Entre outubro e dezembro do ano passado, a empresa teve US$ 1,27 bilhão em receitas, em um crescimento de apenas 2% com relação ao mesmo período do ano passado – e apenas US$ 63 milhões em lucro.

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Divisão. Além disso, o Yahoo detalhou pela primeira vez como funcionará a divisão de seus negócios de internet em uma nova empresa. Anunciada em dezembro, a nova companhia conterá os principais serviços do Yahoo na rede (buscas, email e o Tumblr) e algumas de suas principais marcas de mídia (News, Sports, Finance e Lifestyle). A expectativa da empresa é que mais de US$ 1 bilhão seja gerado pelo cancelamento de investimentos em áreas “não estratégicas”.

Para conseguir a separação de seus negócios de internet, o Yahoo deverá seguir uma série de regras da Securities and Exchange Comission (SEC, na sigla em inglês) – entidade que regula negócios de empresas listadas na bolsa nos Estados Unidos. Caso cumpra os requisitos necessários, a divisão deve ser concluída em até 12 meses, após a aprovação da entidade.

Após a conclusão, não está descartada uma possível venda dos negócios de internet do Yahoo – parte dos investidores tem feito pressão sobre Marissa Mayer para que isso aconteça em breve.

A decisão de separar os negócios de internet do Yahoo em uma nova empresa foi tomada em dezembro, após a companhia decidir que não se livraria da participação que tem hoje na gigante chinesa do e-commerce Alibaba – cerca de 15% dos papeis do grupo asiático estão hoje na mão do Yahoo, girando em torno de US$ 23 bilhões.

Após a divulgação dos resultados da empresa, as ações do Yahoo eram negociadas no after market por volta de US$ 28,50, com queda de 2% com relação ao valor praticado no fim do pregão desta terça-feira, 2. Nos últimos 12 meses, as ações da empresa tiveram queda de 35%.

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