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Apple lança primeiros Macs com processadores próprios

Empresa apresentou o M1, seu primeiro chip para computador pessoal; a fabricante anunciou três novos modelos de Mac

Foto do author Bruno Romani
Por Bruno Romani e Giovanna Wolf
Atualização:
O presidente executivo da Apple, Tim Cook, durante apresentação dos novos computadores Mac Foto: Apple

Apple anunciou nesta terça-feira, 10, novos computadores Mac usando seus próprios processadores pela primeira vez na história em um computador pessoal, marcando o início de seu afastamento dos chips da Intel, parceria que ocorre desde 2006. A transição completa deverá ocorrer nos próximos dois anos. 

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Com 8 núcleos, tecnologia de 5nm e 16 bilhões de transistores, o processador se chama M1 e é inspirado no A14, chip do iPhone 12. Em boa parte da apresentação, o M1 foi dissecado num espetáculo técnico que salientou capacidade de processamento, performance gráfica e de inteligência artificial e eficiência energética, uma característica conhecida dos chips para iPhone e iPad. Os chips projetados pela própria empresa são baseados na tecnologia de arquitetura de computação da Arm, que a Nvidia concordou em comprar do SoftBank em um negócio de US$ 40 bilhões

Ao desenvolver os próprios processadores, a empresa garante ter um maior nível de integração entre software e hardware, assim como ocorre com os dispostivos móveis da empresa. O chip utiliza uma arquitetura de memória unificada, que aloca as melhores opções de núcleos e uma quantidade maior de memória para o procassamento de tarefas, como renderização de vídeo. O gerenciamento energético também tende a se beneficiar, segundo a empresa. A eficiência energética — ou seja, obter o máximo de computação por watt de energia consumido — é um dos principais objetivos da Apple. 

Apple anuncia computadores Mac com chips próprios Foto: Apple

Com o M1, os novos computadores da empresa poderão rodar também apps para iPhone e iOS, o que não acontecia anteriormente. O site 9to5Mac, porém, afirma que alguns dos grandes desenvolvedores de apps, como o Google, não irão adaptar os seus aplicativos. Outra característica que o chip permite, inspirada também em celulares, é que a máquina esteja sempre ativa — como uma tela de smartphone que acende e permite o desbloqueio sempre que o usuário precisa. É uma ideia que, se bem executada, contrasta bastante com a lentidão de computadores quando entram em estado de hibernação. 

Na visão de Daniel Ives, analista da consultoria Wedbush Securities, o novo chip representa um grande passo para a Apple passar a controlar mais seu ecossistema de hardware daqui para frente. “Vemos o anúncio do chip como um primeiro passo de muitos outros no horizonte, à medida que a empresa assume as rédeas de sua arquitetura e a relação cruzada entre software e hardware caminha para se tornar onipresente nos próximos anos”, afirmou Ives, em nota a investidores nesta terça.

O chip da Apple promete entregar mais performancecom menos consumo de energia Foto: Apple

Novo triunvirato 

A primeira máquina apresentada com o M1 foi o MacBook Air, que chega a partir de US$ 1 mil nos EUA - no Brasil custará entre R$ 13.000 e R$ 16,1 mil. Ele chama a atenção por ter dispensado a ventoinha de resfriamento. Segundo a Apple, ele tem processamento gráfico cinco vezes mais rápido e 15 horas de bateria em navegação de internet e 18 horas de reprodução de vídeo, seis horas a mais do que o seu processador. O armazenamento SSD, ainda segundo a empresa, garante duas vezes mais velocidade. 

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Os aparelhos contam ainda com TouchID para desbloqueio de senhas e a tecnologia ISP, que melhora a qualidade de câmeras usadas em videochamadas - o componente tem resolução de 720p. 

Ele tem tela retina de 13,3 polegadas, até 16 GB de memória e 2 TB de armazenamento. Tem suporte a Thunderbolt, USB 4 e Wi-Fi 6.

No evento, a Apple também anunciou um novo Mac Mini com o chip M1, a partir de US$ 700 nos EUA. No Brasil,  o mini sai por R$ 8,7 mil e R$ 11,2 mil O aparelho promete entregar alta performance em um formato compacto: segundo a empresa, ele é cinco vezes mais rápido que os outros computadores desktop do mercado, na mesma faixa de preço. Além disso, a empresa afirma que o Mac Mini tem um CPU três vezes mais rápido, e traz seis vezes mais velocidade ao GPU.

Apple revela novoMacBook Pro Foto: Apple

Para completar o triunvirato trabalhado em novo silício, a Apple atualizou o MacBook Pro de 13 polegadas, que chega a partir de US$ 1,3 mil. No Brasil custará entre R$ 17,3 mil e R$ 19,8 mil, a depender da configuração. Com ele, a marca fez grandes promessas: processamento gráfico cinco vezes superior, o que inclui reprodução de vídeo em 8K sem perda de frames; 17 horas de bateria ao navegar pela web (segundo a empresa, é o Mac com a maior bateria da empresa), processamento de inteligência artificial 11 vezes superior; e microfones com qualidade profissional para chamadas. Assim, a máquina ganhou um sistema ativo de ventoinhas, que entra em ação conforme as necessidades de uso. 

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