Brasil chega a 168 milhões de smartphones em uso

Base instalada cresceu em 14 milhões de aparelhos; segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, há hoje no País dois computadores para cada 3 habitantes

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Por Bruno Capelas
Atualização:

Tiago Queiroz/Estadão

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O Brasil chegou a 168 milhões de smartphones em uso, um crescimento de 9% em relação a 2015, quando a base instalada era de 152 milhões de celulares inteligentes. Os dados são da 27ª Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da Informação nas Empresas, realizada pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP) e divulgada ontem.

De acordo com o estudo, a expectativa é de que, nos próximos dois anos, o País tenha 236 milhões de aparelhos desse tipo nas mãos dos consumidores, em um crescimento de 40% em relação ao momento atual.

Para Fernando Meirelles, professor da FGV-SP responsável pelo estudo, os usuários jovens tem sido os principais motivadores desse mercado.“Se o usuário tiver R$ 2 mil e puder comprar hoje um computador ou um smartphone, a chance dele optar pelo celular é maior se ele for jovem”, afirma. “O smartphone virou a principal forma de acesso à internet para o usuário doméstico.” A pesquisa da FGV-SP mede apenas o número de smartphones em uso no País, não fazendo considerações sobre as vendas desse tipo de dispositivo.

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No entanto, segundo dados da consultoria IDC, houve queda de 13,4% no número de smartphones vendidos no Brasil em 2015. Ao todo, foram pouco mais de 47 milhões de aparelhos, contra 54,5 milhões de unidades em 2014.

Computadores. Atualmente, de acordo com a pesquisa, o Brasil tem também 160 milhões de computadores (entre notebooks, tablets e desktops) em funcionamento, em um crescimento de 7% na base instalada com relação ao levantamento de 2015. Até o final do ano serão 166 milhões de computadores em uso – o número inclui 30 milhões de tablets.

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Caso a previsão se confirme, no final do ano o País teria quatro computadores para cada cinco habitantes. Sem a contagem dos tablets, são dois dispositivos para cada três brasileiros. Os dados mantêm o Brasil à frente da média mundial de 78 dispositivos para cada cem habitantes. No mundo, são 60 computadores para cada cem habitantes, enquanto nos Estados Unidos a proporção é consideravelmente mais alta: 144 aparelhos para cada cem pessoas.

Para Meirelles, a previsão é de que o País atinja a marca de um computador por brasileiro entre os anos de 2019 e 2020, quando chegar ao número de 210 milhões de computadores na base instalada.

“Faz três anos que nós adiamos essa previsão, mas acreditamos que o País vai se recuperar economicamente e atingir essa meta nas próximas temporadas”, disse o professor durante o evento de divulgação dos resultados da pesquisa.

Além de considerar dados do mercado, a pesquisa também levantou dados com 8 mil médias e grandes empresas nacionais, recebendo 2,5 mil respostas consideradas válidas. Segundo a FGV-SP, 66% das 500 maiores empresas do País participaram do levantamento.

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Vendas. Além de divulgar dados sobre a base instalada de dispositivos no País, o levantamento realizado pela FGV-SP também mensurou as vendas de computadores e tablets no País em 2015. Pela primeira vez na história da realização da pesquisa, houve queda no número de unidades comercializadas da categoria por dois anos seguidos.

Ao todo, foram comercializados 14,2 milhões de aparelhos em 2015, recuo de 30% com relação a 2014. Apesar da queda, o preço médio do computador se manteve estável em US$ 400 – marca que se mantém desde 2008. No entanto, por causa da flutuação do câmbio, as máquinas chegam mais caras por aqui.

Para Meirelles, a queda se deve também a uma mudança de comportamento no usuário doméstico, que tem optado por smartphones, da mesma forma como fez com tablets há alguns anos. “O tablet teve um voo de galinha. Ainda é um produto que vende bastante, mas não como se esperava há alguns anos”, diz o pesquisador.

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Segundo dados da consultoria IDC, houve queda nas vendas de tablets pela primeira vez no País em 2015: no ano passado, as fabricantes venderam pouco mais de 5,8 milhões de unidades, recuo de 38% na comparação com 2014.

No entanto, a previsão da FGV-SP para o ano de 2016 é otimista, com comercialização de 15,2 milhões de unidades, em crescimento de 7% na comparação com o ano passado.

“As vendas de computadores devem crescer em 2016 porque caíram demais nos últimos anos. As empresas e os usuários domésticos seguraram suas compras, mas agora não há mais como deixar isso de lado”, avalia Meirelles.

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