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Brasil é responsável por 36% do lixo eletrônico gerado na América Latina

De acordo com relatório, o Brasil foi o país que mais gerou lixo na América Latina; Chile e Uruguai, no entanto, foram os maiores produtores per capita

Por Agências
Atualização:

REUTERS

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A América Latina gerou 9% dos resíduos eletrônicos do mundo em 2014, de acordo com relatório divulgado nesta terça-feira, 1. O Brasil ainda lidera o ranking de maiores produtores do continente, segundo o estudo, com 36,16%, enquanto o Chile e o Uruguai foram os maiores produtores per capita desse tipo lixo na região.

Feito pela Associação de Empresas da Indústria Móvel (GSMA) e pela Universidade das Nações Unidas, o estudo advertiu que a quantidade destes resíduos, ou “e-waste”, está crescendo no mundo, onde superou as 40 mil quilotoneladas (cada uma equivalente a 1.000 toneladas) em 2014. Nos próximos quatro anos, então, subirá entre 5% e 7% por ano na América Latina.

Na mesma linha, o documento “E-Waste na América Latina: Análise estatística e recomendações de política pública” ressalta que 9% do lixo eletrônico produzido na região corresponde a 3,9 mil quilotoneladas e se prevê que esse número chegue a 4,8 mil até o ano de 2018.

A maior parte desses resíduos, que abrangem desde pequenos eletrodomésticos, monitores de televisão e até telefones celulares, foi gerada no Brasil, que em 2014 produziu 1,4 mil quilotoneladas, o que é atribuído à “grande quantidade de moradores”.

O Brasil é seguido de longe na lista por México (958 quilotoneladas), Argentina (292), Colômbia (252), Venezuela (233), Chile (176) e Peru (147), segundo o relatório da GSMA e do Instituto para o Estudo Avançado da Sustentabilidade da Universidade das Nações Unidas.

Por outro lado, abaixo das 75 quilotoneladas, aparecem Equador (73), República Dominicana (57), Guatemala (55) Bolívia (45), Costa Rica (36), Paraguai (34), Uruguai (32) e Panamá (31).

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Dividindo. Em termos per capita, Chile e Uruguai são os países que mais “e-waste” produzem por pessoa, com 9,9 e 9,5 quilos, respectivamente, enquanto a média na América Latina é de 6,6 quilos, dos quais, segundo o estudo, 29 gramas correspondeu a telefones celulares.

“Os resíduos eletrônicos gerados por telefones celulares representa menos de 0,5% do peso total do e-waste no mundo e a mesma proporção se repete na América Latina”, indica o relatório.

Nessa supressão, das 3.904 quilotoneladas de resíduos totais produzidos nesta região, 1.175 eram de equipamentos pequenos, que incluem aspiradores e eletrodomésticos; 991 de equipamentos grandes, como lavadoras, fogões e máquinas de lavar pratos.

Além disso, 585 correspondiam a artefatos de troca de temperatura, como refrigeradores, congeladores e aparelhos de ar condicionado; 499 eram de telas e monitores; 585 de dispositivos de telecomunicações, que incluem os telefones celulares; e 69 de lâmpadas.

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“Embora os dispositivos móveis só contribuam em uma porcentagem pequena ao total dos resíduos eletrônicos na América Latina, elogiamos que os operadores móveis da região continuem seus esforços voluntários de gestão de ‘e-waste’”, afirmou o diretor da GSMA para a América Latina, Sebastián Cabello, por meio de comunicado.

“É importante que a indústria trabalhe em estreita colaboração com os reguladores para desenvolver um marco legislativo que leve em conta a responsabilidade dos diferentes atores da indústria”, acrescentou.

Nesse sentido, o relatório aponta que “poucos países da América Latina têm projetos de lei específicos sobre a gestão dos resíduos eletrônicos e, na maioria dos casos, a gestão dos resíduos eletrônicos está regulada na legislação geral de resíduos perigosos”.

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Por isso, o estudo pede o desenvolvimento de políticas públicas de resíduos eletrônicos, que abordem de maneira específica a coleta e o tratamento de telefones celulares.

Segundo relatório apresentado em abril passado pela Universidade das Nações Unidas, os Estados Unidos continuam como o país que mais gera lixo eletrônico no mundo, seguido por China, Japão, Alemanha e Índia.

Apenas EUA e China geram de forma conjunta quase um terço (32%) do lixo eletrônico do mundo.

/EFE

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