Com poucas novidades diante do antecessor, iPhone 13 deveria se chamar 'iPhone 12S'; veja mudanças

Melhorias discretas aconteceram na bateria e na câmera, reduzindo o apelo para quem deseja trocar de smartphone

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Por Giovanna Wolf e Guilherme Guerra
Atualização:
iPhone 13 foi lançado nesta terça-feira, 14 Foto: Apple

Usualmente, na família iPhone, atualizações com "S" tendem a ser menos empolgantes e apresentam caráter de atualização, como no iPhone 3GS (2009), iPhone 4S (2011), 6S (2015) e XS (2018). A nomenclatura foi abandonada entre o iPhone 11 e o iPhone 12. Mas, dada a ausência de grandes novidades, o iPhone 13, lançado nesta terça, 14, poderia retomar a tradição e ser batizado de "iPhone 12S".

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De modo geral, o iPhone 13 traz o mesmo design quadrangular e de bordas achatadas do antecessor, inspirado no clássico iPhone 4 (2010). E também está disponível em quatro tamanhos (iPhone 13 mini, iPhone 13, iPhone 13 Pro e iPhone 13 Pro Max). Ainda, traz o mesmo conjunto de lentes: grande-angular, angular e telefoto (esta apenas nos modelos Pro), sem grandes saltos na qualidade de um sistema reconhecido por apresentar bons resultados. Por fim, segue mantida a possibilidade de conexão móvel 5G (sem previsão de habilitação no Brasil, no entanto).

"Este ano foi basicamente uma atualização do que foi revelado no ano passado, mais focada em câmeras e baterias", resume o professor Eduardo Pellanda, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). "São mudanças bacanas para quem tinha iPhones mais antigos, porque a Apple geralmente imagina um ciclo de troca de no mínimo dois anos para as pessoas." 

Veja o que muda de uma geração para a outra.

Bateria

Principal dor para os usuários da marca, a bateria do iPhone 13 ficou maior, o que pode parecer uma boa notícia. Isso acontece devido à maior eficiência do novo chip (A15 Bionic, de 5 nanômetros) e a ganhos de espaço interno do aparelho, permitindo que fosse inserida uma maior placa de bateria.

Porém, o ganho é frustrante: o iPhone 13 Pro vai durar apenas 1,5 hora a mais que o antecessor e o Pro Max, 2,5 horas. São os mesmos números do mini e do modelo tradicional, na comparação com seus antecessores. Assim, os smartphones ainda ficam abaixo da concorrência em independência da tomada.

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Câmera

Agora posicionadas na diagonal, as câmeras duplas do iPhone 13 melhoram a qualidade da imagem em ambientes com pouca luz. Em outras palavras, as fotos ficam melhor iluminadas, principalmente naquelas tiradas com a lente ultra-angular. 

Já o conjunto triplo de câmeras do iPhone 13 Pro (e Pro Max) também traz visualização "macro", podendo fazer aproximação em objetos a até 2 centímetros de distância da lente — modo ideal para fotografias de insetos e flores, por exemplo. É algo já usado no Android e que não costuma fazer sucesso. 

Os modelos mais profissionais também têm outro recurso exclusivo, em que é possível pré-editar a foto, como alterar o contraste e tom da imagem antes de capturar a imagem.

A grande novidade alardeada pela Apple é o "modo cinemático": durante a gravação do vídeo, o smartphone pode ajustar o foco da imagem automaticamente, dando profundidade às cenas. É uma melhoria de software com cara de atualização já vista em outros Androids. 

Apesar dos rumores nos últimos meses, ficou de fora a chegada do sensor de realidade aumentada LiDAR no iPhone 13 mini e iPhone 13 — até então, o recurso segue como exclusivo dos modelos "Pro". 

Armazenamento

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Mais armazenamento foi uma das grandes novidades do dia. Conforme as fotos e vídeos vão ficando mais potentes, mais espaço no celular esses arquivos ocupam. Essa é a principal razão pela qual a Apple vem investindo em expandir o armazenamento do iPhone.

Neste ano, o iPhone 13 e iPhone 13 mini podem ser encontrados com capacidade de memória a partir de 128 GB, o dobro dos antigos 64 GB mínimos vistos em 2020. Outras possibilidades são 256 GB e 512 GB.

Já o Pro e Pro Max vêm em quatro opções: 128 GB, 256 GB, 512 GB e, pela primeira vez, 1 TB, tamanho que é quase o dobro dos 512 GB.

"A grande manchete de hoje é a introdução da opção de 1 terabyte, o que é um potencial divisor de águas para o mercado", aponta o analista da consultoria americana WedBush, Dan Ives. 

Tela

Disponível em celulares Android há anos, a taxa de atualização de tela do iPhone 13 Pro e iPhone 13 Pro Max agora atinge o limite de 120 Hz. Na prática, isso significa que animações, vídeos e jogos rodam melhor na tela, com mais suavidade e menos engasgos. Chamado de ProMotion, a tecnologia já estava disponível no iPad Pro desde 2017. É um detalhe que nem todo mundo vai perceber. 

O professor Eduardo Pellanda, da PUC-RS, aponta que a taxa de atualização a 120 Hz costuma consumir mais bateria dos aparelhos, como é visto em em smartphones Android. "Mas o iPhone 13 promete bateria melhor, inclusive com essa função ativada", diz. "Por isso a Apple demorou para adotar o recurso, porque não queria sacrificar a bateria por essa função, que é mais discreta para o usuário."

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Desapontando muitos usuários, a Apple não levou para o iPhone um recurso muito comum nos celulares Android: a tela sempre ativa, algo já visto no Apple Watch Series 6 (2020). Na prática, a função permitiria deixar o aparelho com o relógio à mostra, sem precisar interagir com o dispositivo para acender a tela.

Entalhe

A Apple tornou menor o "entalhe" no topo da tela do iPhone, ocupando menos espaço na tela. Como se fosse uma "franjinha" no topo do aparelho, o entalhe foi apresentado em 2017, no iPhone X, para acomodar o leitor de reconhecimento facial (Face ID) e a câmera de selfie. Apesar da tecnologia, isso incomoda alguns usuários, que reclamam que a solução atrapalha a navegação. A redução dele, porém, foi quase imperceptível - muitos ainda esperam por soluções mais próximas das adotadas por nomes como Samsung e Xiaomi, que conseguem mais espaço com apenas um "furo" na tela, ou com as lentes escondidas acima do painel. 

Nova cor

Pode parecer bobo, mas muita gente escolhe o smartphone pela cor do aparelho. Neste ano, o iPhone 13 mini e iPhone 13 são encontrados em cinco cores: preto, branco, azul-marinho, vermelho e a estrante lilás.

Para o iPhone 13 Pro e iPhone 13 Pro Max, as cores são cinza espacial, prateado, dourado e azul, todas com revestimento em aço escovado, dando um aspecto mais luxuoso.

Mais barato

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Apesar da alta do dólar, que tem impactado o mercado de tecnologia, os smartphones da Apple ficaram ligeiramente mais baratos na comparação com os lançamentos de 2020.

O iPhone 12 Pro de 128 GB de armazenamento de memória, por exemplo, foi lançado à época com preço de R$ 10 mil, enquanto a versão equivalente de 2021 sai por R$ 9,5 mil. O mesmo vale para o iPhone 13 Pro Max de 512 GB, que sai hoje por R$ 13,5 mil – enquanto o “irmão” mais antigo, com a mesma capacidade, foi vendido por R$ 14 mil no momento do lançamento.

O que é seu está guardado

Talvez a própria Apple saiba que o smartphone deste ano não traz grandes novidades. Antes mesmo do lançamento desta terça, já havia rumores para 2022, quando deve ser lançado o que pode ser o iPhone 14, como a retirada por completo da entrada Lightning (que permite o carregamento na tomada), o fim da "franjinha" ou a inclusão do leitor biométrico Touch ID por debaixo da tela. Mas isso é outra história.

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