PUBLICIDADE

Conheça o brasileiro que antecipa as novidades da Apple

Guilherme Rambo, de 26 anos, já gastou até 48 horas seguidas para descobrir as novidades da empresa fundada por Steve Jobs; para este ano, ele aposta que o novo smartphone da empresa se chamará iPhone XS

Por Mariana Lima
Atualização:
Desenvolvedor brasileiro Guilherme Rambo é conhecido por 'furar' anúncios da Apple Foto: Guilherme Rambo

Pense rápido: há quanto tempo você não atualiza o sistema operacional do seu celular? O desenvolvedor gaúcho Guilherme Rambo, de 26 anos, nunca deixa isso acontecer, seja no smartphone ou no computador, por pouco mais de alguns minutos. Não é paranoia, mas sua técnica para descobrir as novidades que a Apple trará em seus próximos aparelhos bem antes da fabricante do iPhone anunciá-las ao mundo. Quer um exemplo? Ele descobriu diversas características do iPhone X, lançado pela empresa em 2017, apenas vasculhando as últimas atualizações do iOS, o sistema operacional da empresa. 

PUBLICIDADE

Driblar o bloqueio da Apple não é tarefa fácil. A empresa tem diversas estratégias para evitar que seus produtos sejam divulgados antes do lançamento, como, até mesmo, evitar dizer que determinado evento será para lançar novos produtos. Mas assim como o famoso personagem do cinema interpretado por Sylvester Stallone, este Rambo também gosta de desafios. 

Rotina. O dia do desenvolvedor se divide em trabalhar em uma grande empresa de tecnologia em Florianópolis e conferir os alertas do sistema que ele próprio criou para ser notificado todas as vezes que a Apple publica uma atualização. Quando o sininho toca, é a hora de parar o que está fazendo e conferir pasta por pasta, lotadas de arquivos que parecem não fazer sentido, cheios de códigos e imagens aparentemente escolhidas ao acaso.

Para fazer suas previsões, Rambo se mune de uma estratégia chamada de engenharia reversa. Ele analisa como funciona um determinado sistema e, assim, é capaz de descobrir que tipo de tecnologia estará por trás do dispositivo que usará aquele programa. No ano passado, ao vasculhar, por exemplo, o sistema operacional da caixa de som conectada HomePod, ele descobriu detalhes sobre o iPhone X – incluindo seu design e a forma como o sistema usaria reconhecimento facial para desbloquear a tela. 

“Era uma imagem de um celular, igual o que foi anunciado como iPhone X, com uma animação que mostrava como o desbloqueio acontecia”, lembra em entrevista ao Estado. Segundo ele, é comum que os aparelhos da Apple “conversem entre si”, de forma que é possível prever como será um dispositivo a partir da atualização de outro, com pistas sobre o iPhone surgindo em códigos escritos para um iPad ou um MacBook, por exemplo. 

Aprender a “quebrar” o código, porém, não é o principal desafio. Engana-se quem acha que vai encontrar, perdido por alí, expressões como “novo iPhone” ou “tecnologia de reconhecimento facial”. Para evitar que segredos industriais sejam revelados, cada produto da Apple é designado por um código interno, com combinações de letras e números que, supostamente, só os funcionários da Apple sabem o que significa. 

“Eu tenho uma tabela com todos os códigos que já descobri”, diz Rambo. “Mas nem sempre é fácil. É preciso checar muitas vezes para saber se aquela combinação é mesmo um novo produto”. Depois de passar horas nesse processo, que até tem partes automatizadas por programas escritos pelo próprio desenvolvedor, é hora de contar as novidades ao mundo. 

Publicidade

Previsões. Na última quinta-feira, 30, Rambo fez suas apostas para os anúncios que a Apple pretende realizar no próximo dia 12 de setembro – a empresa já enviou os convites para o evento, que deve ser a data de lançamento do novo iPhone. Segundo Rambo, haverá um novo modelo do relógio inteligente Apple Watch, com tela maior para dar espaço a novas aplicações da empresa. 

“O novo iPhone se chamará ‘XS’ e se pronuncia ‘ten éx’”, anuncia Rambo, ressaltando os detalhes. “Terá o mesmo design que o iPhone X, mas em dois tamanhos diferentes. E ah, ele vem na cor dourado também”, diz, com a naturalidade de quem vasculha o código do iOS há quase dez anos. 

Apesar da dedicação de desvendar os segredos da Apple, Rambo diz que não se interessa em trabalhar na empresa fundada por Steve Jobs. Ao menos por agora. “Alguns funcionários de lá já me disseram que eu devia me candidatar a alguma vaga. Mas eu não quero”, afirma. “A Apple tem uma série de regras e no momento eu estou curtindo meus projetos pessoais. Quem sabe no futuro?”.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.