Huawei e Samsung: testamos os relógios inteligentes

Modelos das duas marcas são muito parecidos no visual, mas suas funções e finalidade são bastante distintas

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Por Henrique Martin
Atualização:
Huawei GT2 chegou ao Brasil em janeiro de 2020 Foto: Michael Dalder/Reuters

Huawei Watch GT 2 e o Samsung Watch Active 2 são relógios conectados que, a grosso modo, poderíamos dizer que fazem a mesma coisa. Mas os dois modelos – apesar de serem relógios – têm finalidades bastante distintas. O da Huawei é um ótimo rastreador de exercícios, enquanto o da Samsung faz de tudo um pouco - incluindo medir sua atividade física.

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Design

O modelo da Samsung segue um desenho mais universal e básico, com uma tela redonda sensível ao toque e dois botões na lateral, sem uma coroa protetora. O modelo tem opções de tamanho de caixa de 40 mm ou 44 mm e conectividade Bluetooth ou LTE/4G (para usar sem precisar do smartphone por perto). Testamos o de 44 mm com Bluetooth, que tem preço sugerido de R$ 1.799. 

Já o Huawei também traz duas opções de tamanho: caixa de 42 mm (com um design parecido com o do modelo da Samsung) e 46 mm que lembra bastante um relógio convencional - e mais voltado ao público masculino. Testamos os dois modelos (similares nas funções), com preço sugerido de R$ 1.499 (42mm) e R$ 1.699 (46mm). 

O desempenho de bateria dos dois modelos é bastante distinto. O Samsung Watch Active 2 consome mais energia e precisa ser recarregado a cada dois ou três dias – depende muito da intensidade de exercícios e de aplicativos abertos no próprio relógio. Já o Huawei Watch GT2 pode ficar até 15 dias longe da tomada. Se você faz exercícios regularmente e usa o GPS para rastrear os movimentos, porém, pode ser que precise recarregar a bateria uma vez por semana – o que é um fator excelente em um produto desses. 

Com aplicativos nativos, omodelo da Samsung roda um sistema operacional proprietário (Tizen) Foto: Divulgação/Samsung

Um detalhe curioso é que o Huawei usa uma base própria para recarregar a bateria, mas o Samsung tem carregamento sem fios embutido, e pode ser recarregado usando baterias externas ou bases de carregamento sem fio (como a própria parte traseira de alguns smartphones da marca, como os Galaxy S10 ou Note 10). Desse modo, é possível, por exemplo, viajar e não levar a base do carregador do Watch Active 2, se você tiver um smartphone compatível com o recurso de “carregamento reverso”. 

Um recurso interessante de ambos relógios é que eles contam com armazenamento interno e se conectam, via Bluetooth, a fones de ouvido sem fio. É possível assim transferir arquivos de músicas e podcasts para o relógio e sair para fazer exercícios sem levar o smartphone junto. 

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Como smartwatch

Os dois modelos funcionam conectados a smartphones com Android ou iOS. Vale notar que, no sistema da Apple, algumas funcionalidades podem não estar disponíveis ou estão limitadas. Um exemplo é o recurso de medir estresse do Huawei Watch GT 2: ao conectar a qualquer Android, você acompanha seu estado. No iPhone, usando o mesmo app da Huawei para sincronizar os dados, a tela do recurso desaparece do relógio. 

O Samsung Watch Active 2 usa o app Galaxy Wearable para se conectar ao Android e permitir instalar e gerenciar aplicativos, novas faces para o relógio e atualizar apps existentes e o Samsung Health para lidar com exercícios. Já o Huawei Watch GT2 usa apenas o app Saúde para gerenciar tudo. 

Mas o que esperar de um relógio inteligente? Que ele consiga trazer ao menos notificações e permita responder de forma rápida - apesar de limitada por conta da tela pequena - a mensagens e ações iniciadas no smartphone. 

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Se pensarmos desse modo, o modelo da Samsung é perfeito. Ele gerencia todas suas notificações (as que você liberar no aplicativo, claro, para não incomodar). Chegou uma mensagem de WhatsApp? Basta escolher as respostas rápidas pré-configuradas e responder de forma imediata, até mesmo com áudio gravado direto no relógio, sem precisar tirar o smartphone do bolso. 

Isso vale para outros recursos e aplicativos, como Spotify e Uber, que têm apps nativos que rodam direto no relógio. Também é possível responder e-mails, mas acreditamos que isso é algo que precisa de mais espaço em tela. O modelo da Samsung roda um sistema operacional proprietário (Tizen) que parece ser bastante aberto para desenvolvedores criarem novas soluções - tem até mesmo, dentro do Galaxy Wearable no smartphone, uma loja de novas faces para os relógios. 

Huawei GT2 está disponível nos tamanhos 42mm e 46mm Foto: Huawei/Divulgação

Por outro lado, o Huawei Watch GT2 ainda engatinha na questão do “relógio inteligente”. Também roda um sistema proprietário, bastante limitado na integração com outros recursos: não é possível responder mensagens do WhatsApp, por exemplo. Elas aparecem como notificação, mas para respondê-las é preciso pegar o telefone. Funciona de um modo muito mais passivo, recebendo e mostrando a informação, sem poder interagir com ela. 

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Falta também uma plataforma de aplicativos como existe na Samsung: além do tocador de música integrado que, com uma atualização recente, permite comandar as músicas em reprodução no Spotify, Tidal ou outro player de músicas, não tem nada muito inteligente nesse modelo da Huawei. Pelo menos dá para pedir um Uber e ver a notificação no relógio da placa e modelo do carro que está chegando. 

Como monitor de atividades físicas

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Se os dois modelos têm diferenças grandes na função de smartwatch, na hora que você começa a usá-los como monitores de atividades físicas, percebe algumas diferenças. Ambos têm sensores que medem batimentos cardíacos em tempo real e avaliam capacidades de respiração e até mesmo do estresse do seu usuário naquele momento. 

A diferença aqui parece ser muito mais no modo que os produtos foram criados: o da Huawei é excelente para quem está começando a se mexer (tem treinos de corrida básicos, com indicações de quando andar, quando correr por pouco tempo, quando voltar a andar), mas também traz informações importantes para quem é mais avançado. Quer correr 30 minutos? 1h? Defina a meta e saia correndo, simples assim. 

O aparelho mostra em tempo real dados de desempenho, números de passos e distância e, no final do exercício, traz um resumo de tudo que foi feito: ritmo, passos, distância, altitude, volume de oxigênio máximo e até mesmo a elevação do terreno percorrido. É um pacote completo de informações úteis que servem para comparação da melhoria do desempenho - e perceber no corpo que as coisas mudaram ao longo do tempo. Entretanto, sendo usado como um monitor de atividades, o Watch GT 2 se trava nessa função, sem permitir ver notificações ou controlar músicas durante o exercício. 

Já o Watch Active 2 da Samsung tem uma filosofia mais generalista ao se tratar de acompanhar os exercícios físicos. Tem modos de treino mais genéricos - quer correr, basta ativar o programa no relógio e sair correndo, literalmente. Consegue detectar exercícios de forma automática (qualquer caminhada de 10 minutos já começa a contar, em média) e, por ser à prova d’água, consegue medir o desempenho de nadadores. Ajustes mais detalhados (como alternar corrida e caminhada, por exemplo) podem ser feitos direto no aplicativo Samsung Health no smartphone. 

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