Kindle: vale a pena? Veja prós e contras do leitor digital da Amazon

Principal e-reader do mercado, produto da Amazon cativa leitores não só pela praticidade, mas pela possibilidade de comprar livros de forma ágil e a preços mais acessíveis; confira os modelos

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Por Ítalo Lo Re
Atualização:
Modelo intermediário de e-reader, Kindle Paperwhiteé à prova d'água Foto: Amazon

Vários livros na lista de compras, mas nem tanto dinheiro para gastar. Diferentes obras na estante, mas páginas pouco ou nada folheadas. É principalmente nesses dois cenários que desponta o interesse pelo Kindle, leitor de livros digitais da Amazon que é considerado a principal alternativa a livros físicos do mercado.

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No primeiro caso, mesmo com o investimento inicial feito na compra do produto, o Kindle possibilita encontrar livros digitais de forma ágil e a preços mais acessíveis. Além de permitir a leitura de arquivos em PDF e em outros formatos. Já no segundo cenário, o produto da Amazon oferece não só uma nova experiência de leitura, mas também é fácil de ser transportado para diferentes lugares — o que pode ser decisivo para combater o bloqueio na leitura.

É por essas e outras que, no constante convencimento daqueles que se apaixonaram pelos livros também pelo prazer de folhear as páginas, o principal e-reader do mercado tem chamado a atenção na Black Friday 2020. Por conta das promoções de até R$ 100 para o produto no site da Amazon, pontuamos as diferenças entre os modelos de Kindle e listamos os prós e contras de comprar um e-reader.

Modelos de Kindle disponíveis: quais são?

Antes de tudo, é importante entender que falar de Kindle não é se referir a apenas um produto, já que atualmente a Amazon oferece três opções de leitores de livros digitais. Do mais básico ao mais completo, todos têm como diferencial a tecnologia e-ink, que emula a folha de papel dos livros físicos, e estão com frete grátis no site da empresa americana. Listamos abaixo os modelos disponíveis:

Kindle 10ª geração

Modelo de entrada, o Kindle 10ª geração, linha básica que chegou ao mercado em 2019, oferece tela antirreflexo e iluminação embutida — característica esta que não estava presente nos modelos mais básicos de Kindle quando o e-reader chegou ao Brasil. Confira abaixo as características principais do produto:

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  • Iluminação embutida de 4 LEDs;
  • Tela sensível ao toque;
  • Resolução de 167 ppi;
  • Disponível nas cores preta ou branca;
  • Conectividade via wi-fi;
  • Peso de 161 g;
  • Não é à prova d’água;
  • Dimensões: 160 x 113 x 8.7 mm;
  • Tela de 6 polegadas, antirreflexo;
  • Armazenamento de 8 GB;
  • Preço: de R$ 349 por R$ 255 à vista na Black Friday.

Com tela de 6 polegadas, modelo mais básico dos e-readers da Amazonestá disponível nas cores branca ou preta Foto: Amazon

Kindle Paperwhite

Alternativa intermediária, o Kindle Paperwhite tem alguns incrementos em relação à linha mais básica. Além de ter a resolução de tela um tanto melhor, ele também é à prova d’água. Veja abaixo as características deste modelo:

  • Iluminação embutida de 5 LEDs;
  • Tela sensível ao toque;
  • Resolução de 300 ppi;
  • Disponível na cor preta;
  • Conectividade via wi-fi;
  • Peso de 182 g;
  • À prova d’água;
  • Dimensões: 167 x 116 x 8.1 mm;
  • Tela de 6 polegadas, antirreflexo;
  • Armazenamento de 8 GB ou 32 GB;
  • Preço: na Black Friday, o modelo de 8 GB foi de R$ 499 para R$ 379,05 à vista. Já o de 32 GB saiu de R$ 649 para R$ 521,55, também à vista.

Kindle Paperwhite temiluminação embutida de 5 LEDs e está disponível apenas na cor preta Foto: Amazon

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Kindle Oasis

Linha mais completa entre as alternativas de leitores de livros digitais da Amazon, o Kindle Oasis é um produto mais robusto — fator que também reflete no preço bem mais elevado em relação às demais opções. Confira os diferenciais deste modelo:

  • Iluminação embutida de 25 LEDs, sensor de luz adaptável e ajuste de temperatura da luz;
  • Tela sensível ao toque;
  • Botões de virada de página;
  • Resolução de 300 ppi;
  • Disponível na cor grafite;
  • Conectividade via wi-fi;
  • Peso de 188 g;
  • À prova d’água;
  • Dimensões: 159 mm x 141 mm x 3.4-8.3 mm;
  • Tela de 7 polegadas, antirreflexo;
  • Armazenamento de 8 GB ou 32 GB;
  • Preço: em estoque a partir de 22 de dezembro, o modelo de 8 GB está por R$ 1.091,55. Já o de 32 GB sai por R$ 1.234,05. Os preços são para pagamentos à vista.

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Kindle Oasis é o único entre os modelos de e-reader da Amazon que conta com ajuste de temperatura da luz e botões de virada de página Foto: Amazon

Quais são as principais vantagens de comprar um Kindle?

Em meio ao receio de migrar para os leitores de livros digitais, listamos alguns dos principais prós de comprar um Kindle:

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Praticidade

Um primeiro ponto que chama atenção no Kindle é que, não importa se ele esteja armazenando 100 livros ou apenas um, o produto vai continuar com o mesmo peso. Dessa forma, sobretudo em casos de leitores que gostam de consumir vários livros ao mesmo tempo, a solução da Amazon é considerada bastante prática. Quem viaja muito, por exemplo, não precisa se preocupar em selecionar poucos livros para levar ou escolher uma leitura com antecedência, já que conseguirá ter várias opções ao alcance das mãos. Além disso, o Kindle pode ser segurado com facilidade e também ser utilizado independentemente da iluminação ambiente, já que conta com LEDs embutidos.

Sincronia

Mesmo em casos em que o Kindle é esquecido, o aplicativo de leitura do aparelho pode ser acessado via iOS, Android, Mac e PC, o que facilita o acesso às informações dos livros. Nesses casos, depois que o usuário avança a leitura de algumas páginas em dispositivos móveis, por exemplo, automaticamente o progresso é atualizado também no Kindle, o que facilita a integração com diferentes aparelhos.

Versatilidade

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Para além dos livros digitais, o Kindle também é bastante útil para ler conteúdos que estão em formatos como PDF, Mobi, entre outros. Isso porque, ao comprá-lo, todo usuário deve criar uma conta de e-mail na Amazon. E é por meio dela, ou até mesmo por transferência via cabos, que os arquivos de texto podem ser enviados ao dispositivo e convertidos para a leitura via Kindle. Isso facilita para que estudantes universitários leiam arquivos disponibilizados pelas disciplinas enquanto estão em trânsito e pode aumentar a produtividade na leitura de textos que, em um primeiro momento, só estavam disponíveis no computador.

Custo dos livros

Enquanto o livro mais vendido da Amazon no momento, 1984, de George Orwell, editado pela Companhia das Letras, está por R$ 31, a versão digital do mesmo livro, só que editado pela Penguin-Companhia, sai a R$ 16. E o mesmo acontece com grande parte dos títulos oferecidos. Uma Terra Prometida, livro de memórias do ex-presidente Barack Obama lançado pela Companhia das Letras no dia 17 deste mês, está por R$ 74,99 na versão física e R$ 39,90 na versão digital. Ou seja, ainda que não seja uma regra e nem todos os livros sejam disponibilizados na versão digital, muitos títulos são disponibilizados a preços mais baixos para Kindle, o que pode ser um grande diferencial sobretudo para leitores que compram com frequência.

Velocidade na entrega

Quando um livro digital é comprado pelo site da Amazon, contanto que já tenha sido lançada, a obra imediatamente é entregue ao consumidor pela nuvem e o usuário pode começar a leitura. Dessa forma, não há a espera pela entrega de livros como é de praxe em outras compras pela internet, o que pode ajudar em casos em que os consumidores precisam ler livros com urgência.

Kindle Unlimited e Prime Reading

Por fim, há também as ofertas recorrentes oferecidas pela Amazon. O Kindle Unlimited é um serviço assinado por R$ 19,90 por mês que põe os usuários em contato com mais de um milhão de e-books. Ainda que nem todos os títulos oferecidos pela Amazon estejam disponíveis, funciona como uma espécie de serviço de streaming de livros. Por falar nisso, é assinando o Amazon Prime Video que os leitores passam ter acesso a uma outra oferta, o Prime Reading, serviço sem custo adicional que dá acesso a uma seleção rotativa de revistas e e-books para serem lidos sobretudo no Kindle.

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E quanto às desvantagens de se render aos e-readers?

Agora, os principais contras de migrar dos livros físicos para os e-readers:

Usabilidade

A primeira delas, e talvez o principal impeditivo de novos consumidores aderirem ao Kindle, diz respeito à usabilidade do produto. Por mais que o e-reader da Amazon tente emular os efeitos de uma folha de papel e tenha mecanismos para grifar trechos importantes, marcar páginas, entre outras ações, o manuseio acaba não sendo igual ao de um livro físico. Sobretudo para leitores que gostam de obras mais visuais e de folhear as páginas de forma ágil, olhando como são os próximos capítulos e acessando diferentes trechos do livro, a usabilidade do e-reader pode desagradar.

Mais uma tela

Querendo ou não, a utilização do Kindle se configura como a inserção de mais uma tela no cotidiano dos usuários do produto, independentemente das características que ela possa ter. Em um contexto em que várias pessoas, muitas das quais de home office, usam computadores para trabalhar ao longo do dia e recorrem ao celular para entretenimento, o leitor de livros digitais pode ser visto como algo que não quebra esse ciclo de várias telas. Desse modo, a depender do tipo de leitor, o Kindle pode não causar a abstração que um livro físico é capaz de prover.

Experiência individualizada

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Um outro ponto que, a princípio, pode parecer bobo, mas que faz diferença, é que o Kindle acarreta em uma experiência individualizada de leitura. À medida que alguém compra livros para ler no dispositivo e gosta das narrativas que encontrou, essa pessoa não consegue emprestar as obras para amigos, trocar o livro com outras pessoas e se inserir em comunidades de leitura que adotem práticas do tipo. Em meio a isso, em vez de uma experiência coletiva, passa-se a ter uma ação individualizada.

Livros indisponíveis

Um último ponto é que, assim como alguns livros só estão disponíveis em formato de e-book, nem sempre os livros físicos são lançados também em versões digitais. Desse modo, é imprescindível que consumidores que tenham interesse no Kindle façam uma pesquisa prévia para buscar informações de possíveis livros de interesse: em quais formatos estão disponíveis, quais os preços, e por aí vai. Assim, as chances de fazer uma compra mais acertada aumentam.

Preço

Como apontado anteriormente, a compra do Kindle pode acarretar em economias para leitores que compram bastante livros, mas e para aqueles que não são tão assíduos? A depender do caso, o e-reader pode ser visto como um investimento que não compensa com o tempo. Por mais que o dispositivo revolucione a forma com que os livros são consumidos, ele não é capaz, por si só, de mudar os hábitos de leitura drasticamente, o que pode acarretar em perda de dinheiro caso consumidores invistam no Kindle e depois não o utilizem muito.

Como se adaptar ao Kindle e a uma nova forma de ler?

Se não há uma fórmula pronta para prever como será a adaptação ao Kindle, já que esse é um aspecto bastante subjetivo, ao menos é possível acompanhar o que outros leitores levam (ou levaram) em conta na transição para o e-reader. Para ajudar os indecisos, conversamos com alguns jornalistas do Estadão.

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Por mais que tenha o Kindle já há algum tempo, Bruno Capelas, editor do Link, só passou a utilizá-lo com frequência durante a quarentena — impulsionado principalmente por promoções de editoras que lançaram livros gratuitos nos primeiros dias da pandemia. Segundo ele, o e-reader da Amazon é bastante útil para leituras mais urgentes e também para dar acesso a lançamentos do exterior que demoram a chegar ao Brasil. Ainda assim, esses benefícios não o impedem de seguir com algumas ressalvas.

“Percebi que foi uma ótima distração para leituras mais rápidas, especialmente em romances curtos ou livros de não-ficção. Mas para livros mais longos, eu me frustrava — a ausência da sensação de avançar pelas páginas, como no livro físico, me deixou um bocado confuso”, explica. Atualmente alternando a leitura no Kindle com livros físicos retirados da prateleira, Bruno entende que o e-reader da Amazon é útil principalmente para “leitores vorazes”.

É o caso do repórter de Internacional da Agência Estado André Marinho, que também teve os hábitos chacoalhados pela quarentena. Ainda sem o leitor de livros digitais em mãos, o jornalista conta que, ao longo da quarentena, viu sua frequência de leitura aumentar drasticamente, mudança que pesou no bolso e o motivou inclusive a fazer uma postagem perguntando sobre a adaptação de leitores ao Kindle:

Apaixonado pelo ritual de consumir mídia física, André conta que seu interesse pelo Kindle ainda é contornado por alguns receios, o que é comum. “Pelo que o pessoal que usa Kindle me disse, muita gente tinha esse preconceito que eu tenho, mas conseguiu se adaptar. Tem gente que diz que hoje em dia até prefere o Kindle em relação a livros físicos”, conta o jornalista, que cogita a compra do e-reader nesta Black Friday.

Quem não só passou a utilizar o Kindle recentemente, como também recomendou a compra a André, é a repórter de Economia da Agência Estado Idiana Tomazelli, que atualmente cursa Economia na Universidade de Brasília (UnB). Segundo ela, como a pandemia fez as aulas migrarem para o virtual e “os PDFs viraram a grande matéria-prima do estudo depois das videoaulas”, o Kindle encaixou como uma luva. “Tenho lido todos os textos da faculdade nele, e o rendimento tem sido ótimo. Fora que ele me dá liberdade para sair um pouco da estação de trabalho, esticar o corpo, caminhar”, destaca.

Ainda sem ter lido nenhum romance ou algum outro livro que não seja relacionado à faculdade no Kindle, a jornalista conta que está se planejando para fazer isso nas férias, já que a adaptação foi ótima. Mesmo com o apego aos livros físicos, que ainda gosta de preservar na estante, Idiana não só recomenda o Kindle, como também faz o alerta de que ele não deve ser confundido com outros eletrônicos. “Conheço gente que tem medo de usar porque não se deu bem com tablets, mas não é a mesma experiência. Se um não deu certo, não é motivo para dar errado com o e-reader também”, complementa.

Outro que recomendou a compra do produto a André é o social media e editor do Drops João Abel. Isso porque, depois de ter adquirido e se adaptado ao e-reader, o jornalista conta que os livros físicos até mesmo deixaram de ser prioridade. “Tenho uma série de livros físicos ainda não lidos em casa. Mas, hoje, eles estão na 'fila' por conta da preferência pelos e-books. Atualmente, eu só compraria um livro físico se houvesse um apego material muito forte àquele título específico ou se encontrasse por um preço muito mais em conta do que na loja do Kindle”, explica.

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Lendo mais com o Kindle em mãos do que anteriormente, João conta que, no período da quarentena, já finalizou livros como A Máquina do Ódio (Companhia das Letras), de Patrícia Campos Mello, Pequeno Manual Antirracista (Companhia das Letras), de Djamila Ribeiro, e Como as Democracias Morrem (Zahar), de Steven Levitsky e Daniel Ziblatt. Entre os pontos que mais gosta nessa nova experiência de leitura, estão as possibilidades de fazer marcações, de ajustar o tipo e o tamanho da fonte e de acompanhar a evolução da leitura em tempo real.

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