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MWC 2019: Huawei lança o Mate X, smartphone com 5G e tela dobrável

Aparelho vai custar € 2,2 mil euros e será vendido no mercado 'em meados de 2019', anunciou a chinesa, que quer brigar de igual para a igual com a Samsung

Por Bruno Capelas e de São Paulo
Atualização:
Aberto a 180 graus, o aparelho tem tela de 8 polegadas, parecendo-se um tablet Foto: Reuters/Sergio Perez

A chinesa Huawei quer fazer parte do grupo de fabricantes que busca fazer os consumidores se dobrarem a uma nova tendência: a dos smartphones dobráveis. Neste domingo, 24, a empresa anunciou o Mate X, seu primeiro dispositivo do tipo, durante conferência na Mobile World Congress, feira de tecnologia que acontece nesta semana em Barcelona (Espanha). Além de ser capaz de ser fechado ao meio, como um livro, o aparelho também terá modem 5G, tecnologia de conexão móvel de nova geração que vai superar o atual 4G. 

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Durante a última semana, a Samsung já havia surpreendido o mercado ao anunciar um smartphone dobrável (o Galaxy Fold, previsto para abril) e outro com 5G (o Galaxy S10 5G, sem data de lançamento prevista). O lançamento da Huawei surpreende pois junta essas duas características em um mesmo celular. Vale lembrar, porém, que nenhuma das duas tem o título de primeiro celular dobrável do mundo -- este pertence à startup americana Royole, que lançou no ano passado o FlexPai, ainda que este tenha cara de protótipo. 

O aparelho da chinesa também traz outra vantagem: é mais fino que o rival (11mm, ao ser fechado, contra estimados 14mm da Samsung) e tem telas maiores (6,6 polegadas na posição fechada e 8 polegadas na posição aberta, contra 4,7 polegadas e 7,3 polegadas do Galaxy Fold, respectivamente). Além disso, na posição fechada, ele tem uma tela 'infinita', quase sem bordas, como se tornou padrão na indústria de celulares nos últimos anos; já o Fold tem muito espaço subaproveitado, como pode se ver no evento da Samsung esta semana em São Francisco. 

Richard Yu, presidente executivo da Huawei, apresenta o novo celular; preço foi recebido sob escárnio da plateia Foto: Reuters/Sergio Perez

Isso tudo, porém, não será barato: o Mate X tem preço previsto de € 2,3 mil euros (aproximadamente US$ 2,5 mil, contra US$ 2 mil do concorrente). Já o lançamento está previsto para "meados de 2019", conforme anunciou Richard Yu, presidente executivo da Huawei, no palco em Barcelona. "É caro, mas estamos fazendo nosso melhor para reduzir o custo. Há muita tecnologia nova dentro dele", reconheceu, com certo orgulho, o executivo. 

O Mate X trará ainda outras especificações de peso: são 8 GB de memória RAM e 512 GB de armazenamento, bateria de 4.500 mAh (miliAmpére/hora), uma das maiores do mercado, e câmeras com lentes feitas pela Leica, fabricante alemã conhecida entre os fãs da fotografia por ter sido usada por nomes como Robert Capa e Henri Cartier-Bresson. 

Com o Mate X, a Huawei se coloca um passo à frente da rival Samsung em termos de tecnologia – ao menos, até os celulares chegarem às mãos dos consumidores. Isso porque, tanto em São Francisco quanto em Barcelona, os aparelhos não foram liberados para toques dos jornalistas em demonstrações, segundo relatos da imprensa especializada -- o Galaxy Fold não estava nem disponível para ser visto. 

A chinesa, hoje no pódio das vendas de celulares ao lado da sul-coreana e da Apple, quer assim tomar para si o topo do mercado -- tecnologia para isso há. Falta, porém, convencer o resto do mundo de que é uma empresa "segura" -- nos últimos meses, a Huawei tem passado por uma crise política em embates com o governo americano, que acusa a empresa de usar seus equipamentos de telecomunicações a favor da espionagem governamental chinesa. 

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Computadores. Em Barcelona, a Huawei também mostrou dois novos notebooks, o Matebook X Pro e o Matebook 14. Enquanto o primeiro é uma versão topo de linha, mas sem grandes novidades para o modelo do ano passado, o segundo é uma evolução do Matebook 13 -- a principal diferença é o tamanho da tela, que subiu de 13 para 14 polegadas. 

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