Samsung e LG travam ‘guerra’por smartphones dobráveis

Empresas registrampatentes e exibemseus protótipos emfeiras para tentar vencercorrida pela tecnologia

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Por Mariana Lima
Atualização:

As sul-coreanas Samsung e LG são as companhias que mais têm investido nos últimos anos nas telas flexíveis. Elas têm uma vantagem competitiva em relação a outras marcas de smartphones do mercado, uma vez que fazem parte de grandes grupos empresariais que também fabricam displays.

Entre as patentes registradas pela Samsung este ano há uma tela infinita, dobrável no meio e que provavelmente foi criada para ser aplicada aos híbridos de smartphone e tablet fabricados pela empresa. Outra patente registrada é de um display flexível em formato de bracelete, mas com tamanho maior que os relógios inteligentes comercializados atualmente.

Galaxy S8 é um dos que já usam tela flexível por trás da infinita Foto: KIM HONG-JI | REUTERS

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Já a LG tem apostado em patentes de tecnologias combinadas, como o display flexível com realidade aumentada – que permite sobrepor objetos virtuais em imagens do mundo real – para carros. O produto se assemelha a um tablet grande, que pode ser colocado em diferentes partes dos veículos. No painel, ela pode informar velocidade, navegação, quantidade de combustível e falhas de veículo; no banco de passageiro, como forma de entretenimento.

As patentes têm se materializado em testes e protótipos, geralmente mostrados em feiras e eventos especializados, de forma rápida. A Samsung, por exemplo, apresentou em 2013 o “Youm”, seu primeiro protótipo de smartphone flexível. O aparelho era semelhante ao Galaxy S3, só que mais fino e dobrável. No mesmo dia, o diretor de estratégias de tecnologia da Microsoft, Erick Rudder, também apresentou um protótipo de celular pequeno, com uma tela que podia ser esticada.

+ Celular flexível pode sair do papel em 2018

A LG tem focado seus protótipos em telas grandes, para sua linha de televisores. Em junho, a sul-coreana anunciou que conseguiu construir uma tela de OLED flexível em até 80 graus, com 77 polegadas e resolução Ultra HD – quatro vezes a resolução Full HD encontrada na maioria das TVs atuais. A tela ainda não tem data para ser comercializada, mas é uma das apostas da empresa para os próximos anos.

Nas universidades, os dispositivos são criados para estudos de aplicação. A universidade de Queen, no Canadá, já criou uma tela para tablet, flexível e sensível ao toque, que imita uma folha de papel, além do smartphone. No Brasil, há protótipos em estudo na USP e no Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, em Campinas , em São Paulo.

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Esforço. Para Renato Franzin, pesquisador do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da USP, o vencedor da corrida pela tecnologia não tem garantia de obter a liderança do mercado.

“Não adianta conseguir uma grande inovação se o mercado não estiver preparado”, diz Franzin. “O celular curvo, por exemplo, foi um avanço enorme, mas nem por isso expandiu as vendas ou fez uma marca decolar. Tudo vai depender das soluções criadas e se os usuários vão se interessar por elas.” 

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