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Smartphone de tela dobrável muda rumo da indústria

Na última quinzena, Samsung, Huawei e outras marcas lançaram modelos e conceitos que tornaram tangíveis inovações desenvolvidas ao longo das últimas duas décadas; popularização da tecnologia não deve ser imediata

03/03/2019 | 05h00

  •      

 Por Bruno Romani e Bruno Capelas - O Estado de S. Paulo

Mate X, da chinesa Huawei, faz parte da nova leva de celulares flexíveis, que promete mudar a indústria

Sergio Perez/Reuters

Mate X, da chinesa Huawei, faz parte da nova leva de celulares flexíveis, que promete mudar a indústria

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A cada novo celular que é lançado, fabricantes tentam convencer os consumidores de que eles estão diante de uma revolução. Nos últimos anos, porém, a indústria de smartphones esteve estagnada – trazendo evoluções incrementais, como câmeras e processadores mais potentes. Talvez esse momento de “compasso de espera” tenha chegado ao fim. Na última quinzena, a Samsung e a Huawei mostraram seus modelos com telas dobráveis. É uma mudança no design que pode trazer novas – e inesperadas – formas de uso do aparelho. 

Em outubro de 2018, a americana Royole deu o pontapé inicial nessa onda com o FlexPai, celular ainda com cara de protótipo. FIcou a cargo das gigantes trazer aos holofotes produtos mais bem acabados. No último dia 20, a sul-coreana Samsung revelou o Galaxy Fold, com tela “aberta” de 7,3 polegadas. No domingo passado, no Mobile World Congress (MWC), em Barcelona, foi a vez da chinesa Huawei impressionar com o Mate X: além de ser flexível, o aparelho também já traz a possibilidade de conexão 5G. 

Outras empresas também entraram na tendência no MWC: as chinesas Oppo, TCL e Xiaomi exibiram conceitos de aparelhos flexíveis. A Motorola prometeu um dobrável com design que lembra o “clássico” Razr V3 ainda para este ano. Já A LG, que em janeiro impressionou com uma TV cuja tela pode ser enrolada, improvisou: mostrou uma solução que permite ao usuário comprar uma segunda tela e acoplá-la ao celular. 

Polímeros e dobradiças. O novo formato é resultado de quase duas décadas de pesquisas. Para que o telefone se dobre, cientistas e engenheiros encontraram um caminho ao substituir camadas de vidro por polímeros flexíveis. Inicialmente, a ideia era acoplar essas telas a roupas e adereços ou experimentar com formas inusitadas. 

“A ironia é que a tela flexível foi pensada para diminuir o tamanho dos eletrônicos, mas foi usada para aumentá-los”, diz a pesquisadora Luciana Nedel, membro do comitê de realidade virtual da Sociedade Brasileira de Computação (SBC). Foi algo que só a TCL mostrou em Barcelona: um celular que se dobra para ficar ainda menor – houve ainda outro conceito de aparelho que pode ser enrolado no braço, como uma pulseira. 

A tela flexível, porém, não se sustenta sozinha. “Se não fossem aplicadas à armação metálica dos smartphones, essas telas seriam molengas”, explica Luiz Carlos Fretly, professor de engenharia elétrica da Unicamp. A grande sacada para o novo design é a dobradiça criada no centro dos aparelhos – ela permite que o telefone se abra milhares de vezes sem emperrar e garante que o painel não se enrugue como a lombada de um livro. 

Para os especialistas ouvidos pelo Estado, o principal ponto de interrogação sobre o novo formato é justamente a eficiência das dobradiças. As dúvidas aumentam quando se considera que cada fabricante está apostando num tipo diferente de construção – cada uma delas é “candidata” a ser a grande solução industrial do momento (veja mais ao lado). Nesse design, o desafio é garantir que o aparelho não estrague ou que a tela trave ou até se rompa com o movimento de “abre-e-fecha”.

Propósito. Nos últimos anos, o smartphone se tornou um dispositivo indispensável. Há quem já deixe de lado aparelhos de TV ou PCs e prefira escrever um relatório ou assistir a uma série de TV pelo celular. Por isso, as telas dos celulares estão cada vez maiores – o primeiro iPhone, com 3,5 polegadas, parece rudimentar perto dos aparelhos atuais. Quando aberto, o Mate X, da Huawei, pode chegar a 8 polegadas – é maior do que a versão mais simples do iPad, o Mini, com 7,9 polegadas. 

“São tablets dobráveis, que por acaso funcionam como celular”, diz Frank Gillett, vice-presidente de pesquisas da Forrester. Para Annette Zimmermann, vice-presidente de pesquisas do Gartner, “esses aparelhos servem como dois em um, trazendo produtividade e entretenimento sem perder mobilidade.” O Fold, da Samsung, roda até três apps ao mesmo tempo, como abas de um navegador. 

O novo design, porém, também proporciona formas inéditas de uso – algo na linha de “dar ao consumidor algo que ele não sabia que queria”, como já disse Steve Jobs ao descrever o iPhone. Para Luciana, da SBC, essa será uma construção coletiva: “Caberá a desenvolvedores imaginar como esses dispositivos serão usados.” De novo, o iPhone é paradigma: sua primeira câmera não fazia vídeos. A Apple só incorporou a função após apps independentes se apropriarem do recurso para gravar imagens em movimento. 

A Apple, desta vez, parece estar atrasada na tecnologia. É a primeira vez que a dona do iPhone é suplantada em inovação não só pela Samsung, mas também por outras marcas. Segundo analistas, a empresa já possui patentes de telas dobráveis, mas deve esperar para se lançar no segmento. “A Apple é cautelosa com novas ideias e só as leva ao mercado quando estão prontas para uso geral”, diz Gillett, da Forrester. A empresa já fez isso com o Apple Watch, lançado em 2015, dois anos após o primeiro relógio inteligente da Samsung. 

Fato novo. Os celulares dobráveis podem ajudar a indústria de smartphones a ganhar fôlego após a queda de 4% nas vendas em 2018, diz a IDC. “O mercado está num nível de maturidade perceptível. As fabricantes tentam trazer novidades para que o consumidor troque seu dispositivo”, diz Renato Meirelles, analista da IDC Brasil. 

A corrida em direção às telas dobráveis não deve, no entanto, ser imediata. O maior empecilho é o custo: afinal, os aparelhos não dobram só a tela, mas também o preço. O Mate X custará US$ 2,6 mil nos EUA; já o Fold tem chegará às lojas dos EUA em abril, por US$ 1.980. É bem mais que o modelo mais caro do iPhone à venda, que hoje sai por US$ 1.449 mil no varejo americano. 

Para analistas, o momento da tecnologia é semelhante ao de outro aparelho que dobra: o notebook. Ele chegou ao mercado nos anos 1980, por valores acima de US$ 2 mil, e demorou duas décadas para se popularizar. Espera-se que o ciclo do celular de tela dobrável seja mais rápido. “Nos primeiros três anos, será um produto de nicho”, avalia Kretly, da Unicamp. “Depois, a tecnologia estará consolidada.”

 

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