Primeiro smartphone de tela dobrável, FlexPai precisa evoluir

Lançado pela startup americana Royole, FlexPai chegou antes de gigantes como LG e Samsung, mas ainda parece protótipo

PUBLICIDADE

Por Bruno Capelas
Atualização:
FlexPai, da Royole, é o primeiro smartphone com tela dobrável disponível no mercado Foto: Bruno Capelas/Estadão

Um celular cuja tela pode ser dobrada ao meio, tal como um livro, e depois guardado no bolso. Esse é o conceito por trás do FlexPai, primeiro smartphone “dobrável” do mundo. Lançado pela startup americana Royole, o aparelho saiu na frente de LG e Samsung, que há anos pesquisam a tecnologia e devem finalmente levá-la ao mercado em 2019. 

PUBLICIDADE

Nesta CES, o dispositivo da Royole foi uma das novidades mais comentadas, oferecendo aos presentes um vislumbre de como os smartphones podem mudar nas próximas temporadas. Não é pouco: há quem diga que, nos últimos anos, a indústria de celulares parou de inovar, trazendo apenas melhorias incrementais, como processadores mais rápidos e câmeras mais potentes. Trazer uma tela que pode ser aberta em qualquer ângulo de 0 a 180 graus pode mudar o mercado.

É nisso que aposta o FlexPai, que, quando aberto, oferece a seus usuários uma tela de 7,8 polegadas, tal qual um tablet. Fechado, o aparelho tem duas telas, que rodam uma versão modificada do sistema Android. “A tela suporta 200 mil dobras. Se fizer a conta, verá que nossa durabilidade é maior do que a média dos aparelhos por aí”, gaba-se Michael Williams, diretor de marketing da Royole, ao Estado. 

Na China, o aparelho já é vendido por cerca de US$ 1,3 mil. Nos EUA, aguarda aprovação para chegar às lojas – no país, só está disponível uma versão para desenvolvedores. O FlexPai é ainda o primeiro produto de larga escala da Royole, criada em 2012 por três pesquisadores da Universidade de Stanford.

Ao se pegar o FlexPai na mão, a impressão que fica é a de que o aparelho chegou ao mercado ainda com status de protótipo. Isso porque, para dobrá-lo, é necessário certa força. O acabamento do dispositivo, por sua vez, parece improvisado. Além disso, é possível perceber que o sistema do dispositivo nem sempre acompanha o aspecto físico – é comum ver borrões na tela ou o celular travar. 

Ainda assim, é um dispositivo interessante pelo seu potencial. Em seu estande, a empresa exibia outros conceitos: um deles era o de um teclado físico, para celulares, que podia ser enrolado e guardado em um cilindro pouco maior que uma caneta.  Outro é para quem gosta de chamar atenção: uma camiseta e uma cartola com uma tela, nas quais é possível exibir qualquer imagem. Parece pronto para o carnaval brasileiro.

*O repórter viajou a convite da Intel

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.