Teste: Gear VR agrada; mas ainda precisa de melhorias

Vendido a R$ 800, aparelho dá ‘gostinho’ da tecnologia, mas pesa na cabeça

PUBLICIDADE

Por Bruno Capelas
Atualização:
 

Reprodução

 

PUBLICIDADE

Usar óculos de realidade virtual pela primeira vez é ter uma visão do futuro. Não é diferente com o Gear VR, lançado pela Samsung em dezembro no Brasil e disponível no mercado por R$ 800. Apenas a tarefa de preparar o dispositivo para ser usado e colocá-lo na cabeça já é uma experiência: é necessário retirar uma tela que protege o visor do Gear VR, plugar ali um smartphone e prendê-lo com uma presilha.

Além disso, é recomendável plugar um fone de ouvido no celular: ao longo das minhas horas de uso do Gear VR, a imersão foi mais divertida e intensa quando o som também se fazia presente. Para quem usa óculos, é necessário tirá-los antes de colocar o VR no rosto. O aparelho, no entanto, tem ajuste de foco – arrumá-lo bem vai te ajudar a ter uma experiência mais rica e reduzir as chances de dor de cabeça após o uso.

Leia também:Samsung dá primeiro passo com Gear VRRealidade virtual deve finalmente entrar na vida dos consumidores 

Uma das vantagens do Gear VR ter sido criado em parceria com a Oculus é que o aparelho da Samsung conta com a boa biblioteca de conteúdo já desenvolvido para o Rift. Após um cadastro simples, é possível usar mais de 150 apps – a maioria deles, gratuitos. Há opções para todos os gostos: fã de música, me diverti muito com o aplicativo de Paul McCartney. Os fãs de carros têm seu lugar com o app Relay Cars, que mostra modelos de BMW e Ferrari por dentro.

Os cinéfilos devem se divertir com o tour de Jurassic Park e a visita ao laboratório do Homem de Ferro – isso para não falar no programa desenvolvido pela Netflix. Apesar de simples, ele é instigante: após o login, o usuário é levado para uma sala fictícia com um telão de muitas polegadas. Dá até para imaginar um futuro em que as TVs podem ser trocadas por óculos de realidade virtual.

Quanto aos games, há versões adaptadas de jogos móveis como o Smash Hit, com visual simples, mas esperto, e até jogos brasileiros – caso de Finding Monsters, aventura em que é preciso fotografar monstrinhos coloridos em seus coloridos hábitats.

Publicidade

Tontura. Mas nem tudo são flores: há certos aplicativos que, por sua imersão imediata, causam tontura – é o caso de The Night Café, em que o usuário entra em uma tela de Van Gogh. Testei-o várias vezes e em menos de dois minutos sempre estava com a cabeça girando.

O Gear VR sofre com outro problema: juntos, óculos e celular pesam quase 0,5 kg, e depois de meia hora de uso, o simpático trambolho passa a incomodar. Outro ponto desconfortável é que, após alguns minutos, o celular esquenta muito – em certo momento, recebi uma notificação para parar de usar o dispositivo.

No fim das contas, o Gear VR é um dispositivo bacana para quem quer antecipar o “gostinho” da realidade virtual. Mas a empreitada ainda dói no bolso: o aparelho custa R$ 800 e depende de aparelho topo de linha. No futuro, isso deve mudar: a previsão da empresa é que, em 2016, celulares intermediários da marca também rodem bem a realidade virtual.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.