Venda de celulares sobe 3,3% no Brasil em 2019, diz IDC

Black Friday e chegada de chinesas ajudou em resultados, diz consultoria; mercado ilegal de celulares teve alta de 344%

PUBLICIDADE

Por Bruno Capelas
Atualização:
Dólar e coronavírus tornam previsões para 2020 bastante incertas Foto: Gabriela Biló/Estadão

O mercado brasileiro de celulares teve alta de 3,3% no ano passado, com a venda de 48,6 milhões de aparelhos, divulgou nesta quinta-feira, 12, a consultoria IDC Brasil. Segundo levantamento feito pela empresa, foram comercializados 45,5 milhões de smartphones e 3,1 milhões de celulares simples ao longo de 2019 – na comparação com 2018, as altas foram de 2,2% e 23,5%, respectivamente. O faturamento do setor também cresceu, para R$ 56,7 bilhões, em alta de 5,6% em relação ao ano anterior. 

PUBLICIDADE

Segundo Renato Meireles, analista da IDC Brasil, o ano foi marcado pela chegada de novas marcas e pelo lançamento de aparelhos inovadores, que “chamaram a atenção do consumidor que já está em seu quarto ou quinto smartphone”, afirmou, em nota enviada à imprensa. Ele também relaciona a boa venda de celulares simples (os chamados feature phones) à falta de confiança na economia. “Até o terceiro trimestre, o consumidor foi atrás desse tipo de aparelho porque ele é bem mais barato.” 

Mercado ilegal teve explosão

Houve ainda outro número que cresceu muito: o mercado ilegal de aparelhos subiu 344%, estima a consultoria. Foram 3,8 milhões de smartphones vendidos desta forma – o número inclui celulares contrabandeados e falsificados. “Com fabricantes novas no mercado brasileiro com lançamentos de especificações robustas, o consumidor buscou varejistas que praticavam essa venda ilegal e achou preços bem abaixo do mercado”, ressalta Meireles. 

Foram comercializadas 659 mil peças “ilegais” no mercado brasileiro entre abril e junho de 2019 Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Em nota à imprensa, a consultoria diz ter encontrado aparelhos ilegais sendo vendidos por menos da metade do preço nas lojas oficiais. Entre as marcas que entraram no mercado brasileiro no ano passado, os principais destaques estão com as chinesas Huawei e Xiaomi – só no 2º trimestre, bem na época que as duas marcas chegaram ao País, houve salto de 659% nas vendas de aparelhos não oficiais. Na época, o Estado apurou que outras marcas chinesas que não estão no Brasil também têm representatividade no mercado ilegal – é o caso de Oppo e Vivo, que sempre aparecem nos rankings de maiores fabricantes do mundo. 

Previsão para 2020 é incerta

Na visão de Meireles, ainda é complicado fazer previsões sobre o mercado de smartphones para 2020. “Até o momento, a previsão é de que o mercado de smartphones chegue ao final de 2020 com alta de 2%, considerando os índices de confiança do consumidor e as reformas que estão por vir”, afirma. “No entanto, a oscilação do dólar e o surto de coronavírus podem impactar diretamente nos resultados previstos”, afirma. 

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.