Venda de smartphones no Brasil cai 25% no 3º trimestre; diz IDC

10,8 milhões de aparelhos foram comercializados no período; dólar, crise e aumento de ciclo de vida dos aparelhos são principais razões para queda

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Por Redação Link
Atualização:

Reuters

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O mercado brasileiro de smartphones continua em queda: depois de retrair 13% no segundo trimestre de 2015, o setor registrou novo decréscimo nas vendas no terceiro trimestre desta temporada. Segundo dados da IDC Brasil, foram vendidos 10,8 milhões de aparelhos no período de julho a setembro no Brasil – 25,5% a menos que no mesmo período do ano passado. Somando com a categoria de feature phones, foram 11,7 milhões de aparelhos comercializados – ou 35% a menos do que no terceiro trimestre de 2014.

“Assim como no segundo trimestre, novamente os estoques continuam altos e os varejistas e fabricantes fazendo promoções para conseguir vender. Estamos voltando ao patamar de 2013. A última vez em que as vendas ficaram abaixo de 11 milhões de unidades foi no terceiro trimestre daquele ano”, diz Leonardo Munin, analista da IDC Brasil. Para Munin, 2015 já é um ano atípico para o mercado de smartphones brasileiro: normalmente, o primeiro trimestre da temporada é o mais fraco em termos de vendas, mas nesse ano será o de melhor desempenho.

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As expectativas da consultoria para o quatro trimestre, marcado por datas como Black Friday e Natal, também não é boa. “A Black Friday aqueceu as vendas e seu desempenho será melhor que o do Natal, mas não o suficiente para recuperar o volume do ano”, diz Munin, que vê dólar, crise e aumento do ciclo de vida dos aparelhos como razões principais para queda nas vendas.

A expectativa da consultoria é que o mercado de smartphones deve ter queda de 12,8% em 2015, com 47,6 milhões de dispositivos comercializados. Para 2016, a expectativa também é ruim: “Nossa projeção é de queda de ao menos 8%, com aproximadamente 43,8 milhões de smartphones comercializados”, diz o analista da IDC, apontando fatores como o fim da Lei do Bem para as projeções pessimistas.

Costumes. O levantamento da IDC Brasil aponta ainda mudanças nos costumes dos consumidores. Segundo a pesquisa, o usuário levava cerca de um ano e seis meses para adquirir um novo aparelho. Hoje, o interesse pela troca permanece, porém, o que se vê é que a compra tem sido cada vez mais postergada. Apesar na queda em número de unidades vendidas, os dados da IDC revelam que houve crescimento de 1,7% na receita no terceiro trimestre, com aproximadamente R$ 9,9 bilhões.

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“Hoje há equipamentos mais robustos, com recursos mais sofisticados e, consequentemente mais caros”, avalia Munin. O preço médio passou de R$ 790 no primeiro trimestre de 2015 para R$ 925 no terceiro. Outro dado apresentado pelo analista mostra que 46% das vendas – quase cinco milhões de smartphones – foram de aparelhos compatíveis com a rede 4G.

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