Xperia XZ tem ótima performance, mas pesa no bolso

Topo de linha da Sony custa R$ 3,5 mil, mas, no custo-benefício fica abaixo de rivais como Moto Z e Samsung Galaxy S7

PUBLICIDADE

Por James Della Valle
Atualização:
Anunciado em setembro, Xperia XZ é vendido por R$ 3,5 mil no País 

Apresentado no início de setembro durante a IFA, uma das maiores feiras de tecnologia em Berlin, o Xperia XZ chega ao mercado como o principal modelo de uma nova linha de smartphones da Sony. Com acabamento premium e ótima performance, o produto faz frente aos grandes sucessos da concorrência, mas pesa no bolso, sendo vendido por R$ 3,5 mil – acima de concorrentes como o Moto Z, da Lenovo, e o Samsung Galaxy S7. O Link recebeu para testes a versão completa do aparelho. 

PUBLICIDADE

Design. O Xperia XZ é um aparelho Android desenvolvido para representar a nova linha de smartphones da Sony. Na parte visual, ele não decepciona. O aparelho traz um design premium que mistura metal com acabamento fosco, vidro curvo na tela e um pouco de plástico na parte traseira e extremidades. Apesar ser mais ousado que outros produtos da marca, ele manteve a aparência retangular para manter a identificação com o padrão criado pela companhia. Suas medidas são 146 x 72 x 8,1 mm, o que o coloca entre os modelos de 5 e 5,5 polegadas, populares no mercado.

Todos os controles estão localizados na lateral direita do aparelho. O botão de força, que também atua como leitor de impressões digitais, tem uma posição um pouco mais central, permitindo fácil manuseio através do polegar, no caso de destros, e dos dedos indicador e médio para os canhotos. O botão de volume parece ser o único problema do design. Por conta de sua posição, ele requer um pouco mais de habilidade do usuário. É preciso escorregar o dedo para acionar a função, o que pode incomodar alguns proprietários. 

Em sua parte superior, o aparelho tem uma entrada para fones de ouvido – um alívio para os fãs da marca, reconhecida pela qualidade de seus periféricos voltados para a música, especialmente considerando que iPhone 7 e Moto Z não possuem a entrada. Já a porta de entrada do carregador (USB Tipo-C) fica na parte inferior. A notícia boa é que a transferência de dados vai ficar mais rápida. A ruim é que seus cabos antigos não vão funcionar com o XZ. Pelo menos não sem um adaptador.

Na lateral esquerda, está localizada a bandeja do chip, que também comporta um cartão de memória Micro SD. É interessante ressaltar que o usuário pode abrir o compartimento com a unha, dispensando as ferramentas adicionais que costumam acompanhar os smartphones mais recentes. A parte traseira traz o conjunto com câmera, flash e sensores fotográficos em um acabamento premium com metal e plástico.

Tela. O XperiaXZ traz uma tela de LCD de 5,2 polegadas com resolução Full HD (1080p) extremamente nítida. Com uma densidade de 424 pixels por polegada (ppi), ela se mostrou ideal para as situações mais diversas, como leitura de textos, navegação na web, jogos e reprodução de vídeos e fotos. Mesmo sob a luz direta do sol, a tela do aparelho se mostra bem visível com ótimo brilho e cores vibrantes.

Para efeito de comparação, o iPhone 7, da Apple, apresenta 326 ppi com auxílio da tecnologia Retina da companhia, responsável por melhorar a qualidade da imagem no smartphone. Já o Galaxy S7 Edge, da Samsung, oferece densidade de 534 ppi. Mas apesar da diferença numérica (cerca de 100 ppi), é praticamente impossível notar uma grande diferença entre as telas. Nesse quesito, o XZ se mostra como um ótimo concorrente para os modelos de ponta das concorrentes.

Publicidade

Câmera. O grande destaque do XZ fica por conta de suas câmeras. Além da quantidade de megapixels (MP) acima da média da competição, elas oferecem uma ótimo equilíbrio entre software e hardware. A principal, localizada na parte de trás do aparelho, tem 23 MP e conta com sensores especiais de foco a laser. O recurso é responsável por aprimorar os cálculos de distância entre o aparelho e o tema a ser capturado, melhorando o tempo de resposta na hora de fazer o foco.

Ela também traz um sistema de estabilização de cinco eixos, totalmente controlado por software, capaz de corrigir fotos “tremidas”, ou mesmo vídeos. Além do sensor de foco, ela traz um flash de LED que também pode ser utilizado como lanterna. Entre suas funções exclusivas estão o reconhecimento facial e a capacidade de capturar fotos panorâmicas.

Já a câmera frontal, também conhecida como “câmera selfie”, tem 13 MP e oferece qualidade excepcional em comparação com outros modelos da Sony. As imagens são bem nítidas e o equipamento é capaz de operar tranquilamente nas mais adversas situações de luminosidade. Em relação aos recursos, ambas compartilham a função HDR, além de configurações de brilho, cor, seleção de resolução e geolocalização.

Todas as fotos podem ser capturadas com um toque na tela ou com um botão físico, localizado na parte inferior direita do aparelho.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Sistema operacional. Assim como os demais smartphones da companhia, o XZ utiliza uma interface personalizada do Android em sua versão 6.0,1 Marshmallow. Mas apesar de ser uma versão modificada da plataforma, a Sony optou pela leveza, evitando ao máximo inserir aplicativos e efeitos extras (também conhecidos como “bloatware”) na interface do produto. As diferenças são sutis, e são notadas principalmente no desenho de ícones, menus extras nas configurações e tela de descanso.

A plataforma trabalha muito bem em conjunto com processador de quatro núcleos Snapdragon 850, da Qualcomm, o chip de vídeo Adreno 530 e os 3 GB de memória RAM presentes no smartphone. Durante os testes com jogos e aplicativos de realidade virtual do Google Cardboard, não foram notados problemas de desempenho.

Para aqueles que desejam trocar de aparelho, o XZ oferece ferramentas para transferência de dados, inclusive a partir de produtos Apple, através de um menu bem intuitivo. O recurso se tornou praticamente obrigatório entre os fabricantes, e a Sony conseguiu aplicar uma solução simples e intuitiva para o problema. É importante ressaltar que, apesar de serem interessantes, mesmo as pequenas alterações de software podem atrasar a chegada das novas versões da plataforma Android ao smartphone, como a 7.0 Nougat, por conta de testes e adaptações necessárias. 

Publicidade

Recursos extras. O smartphone traz dois recursos extras dignos de menção. O primeiro é o leitor de impressões digitais localizado no botão do carregador. Ele cria uma camada a mais de segurança, permitindo que o aparelho reconheça facilmente seu proprietário. Basta seguir um pequeno tutorial, habilitar funções de bloqueio de tela e cadastrar sua digital. Embora não seja uma novidade no mercado, a tendência é que o mecanismo de identificação passe a fazer parte do hardware de novos dispositivos de diversas categorias – e não só dos modelos premium.

O já o sensor NFC (comunicação de campo próximo, na sigla em inglês) está localizado na parte superior frontal do aparelho. É uma mudança interessante, embora pouco significativa, já que a maioria dos fabricantes costuma colocar o recurso nas costas de seus aparelhos. O serviço é integrado com os cartões do proprietários, atuando como uma carteira virtual na hora de realizar pagamentos.

Bateria. A bateria de 2900 mAh garante cerca de 12 horas de uso moderado, contando com ligações, uso de aplicativos e eventuais horas de jogo. O uso de programas que dependem de geolocalização, como Waze ou Google Maps, podem reduzir esse tempo para 10 horas, dependendo do perfil de uso do proprietário.

Felizmente, a recarga é feita rapidamente com a ajuda do Qualcomm Quick Charge, desde que o aparelho esteja ligado diretamente na tomada. O cabo USB padrão Type-C também ajuda, mas é melhor ficar com ele sempre à mão. Por não ser muito utilizado ainda, talvez seja difícil conseguir um cabo compatível emprestado. Para garantir que o usuário não fique sem energia, a Sony introduziu serviços extras que garantem períodos de uso estendido, mas que acabam sacrificando a performance do aparelho.

Experiência de uso. Em relação ao tamanho, o Xperia XZ se enquadra como um meio termo para o padrão de telas do mercado. Suas 5,2 polegadas garantem conforto quando operado com apenas uma mão. As extremidades arredondadas causam a impressão de uma peça única, sem divisões entre os materiais que compõe o aparelho. Por ser menor que os gigantes com telas de 5,5 polegadas, ele encontra espaço fácil em bolsas, mochilas e bolsos.

A qualidade dos materiais utilizados garante a sensação de durabilidade e confiança, mas não exclui a necessidade de uma capa protetora. Principalmente para a parte metálica do dispositivo.

A velocidade de processamento está de acordo com a capacidade do hardware. Ele é rápido e não “gagueja” durante a execução de jogos e outros aplicativos. É importante ressaltar que o aparelho não sofreu grande variação de temperatura, mesmo ao rodar programas mais pesados.

Publicidade

Conclusão. O XZ é um aparelho de qualidade, com bom tamanho e acabamento premium que deve agradar consumidores mais exigentes. Sua velocidade de processamento é muito boa, rodando aplicativos e jogos pesados sem fazer muito esforço. Seu principal chamariz são as câmeras (frontal de 23 MP e traseira de 13 MP), que capazes de capturar fotos e vídeos com qualidade Full HD com cores vivas e brilho ideal.

O leitor de impressões digitais é uma ótima adição ao produto, junto com o leitor de NFC para efetuar pagamentos de forma digital. No entanto, toda essa tecnologia impacta no preço, deixando o smartphone na faixa dos 3.500 reais – acima de aparelhos como o Samsung Galaxy S7 Edge ou o Moto Z, que também oferecem recursos avançados.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.