Após 21 anos, Age of Empires está de volta aos PCs com versão remasterizada
Game ganha edição com resolução 4K, gráficos, áudio e menus refeitos; jogo será tira-gosto para nova iteração da série, Age of Empires IV, ainda sem previsão para lançamento
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Por Bruno Capelas
Atualização:
“Wololo!”: um dos maiores clássicos dos games nos anos 1990, o primeiro jogo da série Age of Empires está de volta! Nesta terça-feira, 20, a Microsoft lança Age of Empires: Definitive Edition, uma versão remasterizada do título que deu origem à franquia de combates históricos em tempo real, na qual os jogadores poderiam encarnar Alexandre, o Grande, Ramsés ou Júlio César e desenvolver suas civilizações na Idade Antiga.
A jogabilidade de sempre continua lá, mas é quase só isso. “Refizemos praticamente todo o jogo, dos gráficos e áudios aos menus. Tinha muitas coisas datadas e foi um desafio”, diz Adam Isgreen, diretor criativo da Microsoft Studios. O principal destaque, diz o executivo, fica por conta da reformulação gráfica: agora, o jogo está em resolução 4K (Ultra HD), em compasso com os últimos lançamentos do mundo dos PCs. “Queríamos fazer justiça ao passado da franquia.”
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Para os fãs do jogo de 1997, porém, Isgreen avisa: há um modo no qual é possível comprar os gráficos das duas versões – a original e a de agora. Além disso, algumas marcas registradas da série – como a expressão que abre esse texto, usada pelos pastores para converter soldados de tribos inimigas – seguem em seu lugar. “Nunca poderíamos tirar o Wololo! do jogo!”, avisa o diretor criativo, aos risos depois de ser questionado especificamente sobre o assunto pela reportagem.
O jogo está disponível apenas para PCs e pode ser comprado apenas na Windows Store por R$ 39,65 – por questões de negociação, o game não será vendido na Steam, principal mercado (e rede de jogos multiplayer) para PCs da atualidade. “Tivemos diferenças e por isso o jogo só sairá na Windows Store. Mas acredito que a competição no mercado é boa”, explica o executivo da Microsoft. “A Windows Store nos dá o suporte para a melhor versão de Age of Empires que poderíamos divulgar hoje.”
Nostalgia. Para quem viveu os combates épicos entre hititas, romanos e persas, entre outras civilizações, voltar a jogar Age of Empires terá evidente sabor nostálgico. Isgreen, porém, se diz curioso para saber o que jogadores mais novos – abaixo dos 25 anos – acharão do game. “Passamos muito tempo tentando adequá-lo à realidade de hoje. Mas acho que será interessante: uma das grandes coisas de Age é que você nunca joga do mesmo jeito para vencer.”
Nos anos 1990, jogar Age of Empires era imergir na Antiguidade em longas partidas, que chegavam a durar horas. Agora, no entanto, talvez não funcione da mesma forma – com smartphones, notificações pululando a todo tempo e as atribulações da vida adulta, talvez os jogadores de outrora tenham de mudar sua experiência.
Não que isso seja um problema: “Tem gente que consegue jogar por meia hora, depois salva o jogo e segue em frente. Tem gente que joga por horas a fio. Acho que não há um jeito certo de se jogar, a experiência se encaixa para todos”, diz Isgreen. “Nos dias de hoje, talvez as pessoas só se encaixem em partidas de 20 minutos, mas entendemos que há como dar prazer a elas nisso.”
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Questionado se outros jogos clássicos da Microsoft Studios – caso de Microsoft Flight Simulator, Pandora’s Box ou o irmão mais novo da franquia histórica, Age of Mythology – poderiam voltar aos PCs em um tratamento parecido, o executivo despista: “não temos planos, mas seria ótimo mexer nisso”.
Por enquanto, porém, a empresa se dedica também a criar Age of Empires IV, nova iteração da franquia, ainda sem data prevista para chegar ao mercado. Uma coisa, porém, é certa: além de divertir, o game também quer ajudar a ensinar história. “Sei que muita gente fez isso nos anos 1990. Acho incrível o potencial de educar pelos jogos. Estamos tentando trazer isso de novo.” Já quanto à velha rivalidade da franquia com a rival Civilization, série de estratégia com bases históricas criada por Sid Meier, Isgreen despista: “Competição é boa para levar os gêneros adiante.” Que seja assim, então – sem "Wololo!".