Após 21 anos, Age of Empires está de volta aos PCs com versão remasterizada

Game ganha edição com resolução 4K, gráficos, áudio e menus refeitos; jogo será tira-gosto para nova iteração da série, Age of Empires IV, ainda sem previsão para lançamento

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Por Bruno Capelas
Atualização:
Nova versão do game estará á venda a partir desta terça-feira, 20, por R$ 40 Foto: Microsoft

“Wololo!”: um dos maiores clássicos dos games nos anos 1990, o primeiro jogo da série Age of Empires está de volta! Nesta terça-feira, 20, a Microsoft lança Age of Empires: Definitive Edition, uma versão remasterizada do título que deu origem à franquia de combates históricos em tempo real, na qual os jogadores poderiam encarnar Alexandre, o Grande, Ramsés ou Júlio César e desenvolver suas civilizações na Idade Antiga. 

A jogabilidade de sempre continua lá, mas é quase só isso. “Refizemos praticamente todo o jogo, dos gráficos e áudios aos menus. Tinha muitas coisas datadas e foi um desafio”, diz Adam Isgreen, diretor criativo da Microsoft Studios. O principal destaque, diz o executivo, fica por conta da reformulação gráfica: agora, o jogo está em resolução 4K (Ultra HD), em compasso com os últimos lançamentos do mundo dos PCs. “Queríamos fazer justiça ao passado da franquia.”

Jogo terá modo especial para comparar duas versões – a original, de 1997, e a de 2018 Foto: Microsoft

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Para os fãs do jogo de 1997, porém, Isgreen avisa: há um modo no qual é possível comprar os gráficos das duas versões – a original e a de agora. Além disso, algumas marcas registradas da série – como a expressão que abre esse texto, usada pelos pastores para converter soldados de tribos inimigas – seguem em seu lugar. “Nunca poderíamos tirar o Wololo! do jogo!”, avisa o diretor criativo, aos risos depois de ser questionado especificamente sobre o assunto pela reportagem.

O jogo está disponível apenas para PCs e pode ser comprado apenas na Windows Store por R$ 39,65 – por questões de negociação, o game não será vendido na Steam, principal mercado (e rede de jogos multiplayer) para PCs da atualidade. “Tivemos diferenças e por isso o jogo só sairá na Windows Store. Mas acredito que a competição no mercado é boa”, explica o executivo da Microsoft. “A Windows Store nos dá o suporte para a melhor versão de Age of Empires que poderíamos divulgar hoje.” 

Nostalgia. Para quem viveu os combates épicos entre hititas, romanos e persas, entre outras civilizações, voltar a jogar Age of Empires terá evidente sabor nostálgico. Isgreen, porém, se diz curioso para saber o que jogadores mais novos – abaixo dos 25 anos – acharão do game. “Passamos muito tempo tentando adequá-lo à realidade de hoje. Mas acho que será interessante: uma das grandes coisas de Age é que você nunca joga do mesmo jeito para vencer.” 

Nos anos 1990, jogar Age of Empires era imergir na Antiguidade em longas partidas, que chegavam a durar horas. Agora, no entanto, talvez não funcione da mesma forma – com smartphones, notificações pululando a todo tempo e as atribulações da vida adulta, talvez os jogadores de outrora tenham de mudar sua experiência. 

Não que isso seja um problema: “Tem gente que consegue jogar por meia hora, depois salva o jogo e segue em frente. Tem gente que joga por horas a fio. Acho que não há um jeito certo de se jogar, a experiência se encaixa para todos”, diz Isgreen. “Nos dias de hoje, talvez as pessoas só se encaixem em partidas de 20 minutos, mas entendemos que há como dar prazer a elas nisso.”

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Questionado se outros jogos clássicos da Microsoft Studios – caso de Microsoft Flight Simulator, Pandora’s Box ou o irmão mais novo da franquia histórica, Age of Mythology – poderiam voltar aos PCs em um tratamento parecido, o executivo despista: “não temos planos, mas seria ótimo mexer nisso”. 

Por enquanto, porém, a empresa se dedica também a criar Age of Empires IV, nova iteração da franquia, ainda sem data prevista para chegar ao mercado. Uma coisa, porém, é certa: além de divertir, o game também quer ajudar a ensinar história. “Sei que muita gente fez isso nos anos 1990. Acho incrível o potencial de educar pelos jogos. Estamos tentando trazer isso de novo.” Já quanto à velha rivalidade da franquia com a rival Civilization, série de estratégia com bases históricas criada por Sid Meier, Isgreen despista: “Competição é boa para levar os gêneros adiante.” Que seja assim, então – sem "Wololo!". 

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