Com 3 milhões de usuários, game Cartola FC ganha versão paga

Organizado pela Globo, Cartola FC pede a jogadores que escalem seus times com atletas do Campeonato Brasileiro; pontuação é baseada no desempenho dentro de campo

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Por Bruno Capelas
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Diz o ditado popular que o Brasil tem 200 milhões de técnicos de futebol. Uma parte deles, no entanto, vai além de xingar o técnico da seleção e se diverte escalando seu próprio time com os craques do futebol nacional no Cartola FC, game que usa as estatísticas da vida real para dar pontos a seus jogadores, em um gênero conhecido como ‘fantasy game’. Gerenciado pela Rede Globo e com 3 milhões de usuários em 2015, o Cartola FC é hoje um dos games mais populares do Brasil. Em 2016, a competição ganha uma nova cara e uma novidade interessante: o Cartola Pro, versão paga do jogo cuja assinatura custará R$ 39,90 ao ano.

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Entre as vantagens do Cartola Pro, os jogadores poderão disputar prêmios, dados a quem conquistar as melhores pontuações e criar “copas” próprias em formato de mata-mata. Hoje, o jogo tem apenas um modo de disputa, em formato de liga por pontos corridos, tal como o Campeonato Brasileiro, torneio em cujas estatísticas o jogo se baseia.

O lançamento oficial do Cartola FC nesse ano acontece nessa terça-feira, 12, mas as rodadas de jogo só começam mesmo em 14 de maio, quando acontecerá a primeira rodada do Campeonato Brasileiro. Nos Estados Unidos, o gênero de fantasy games é bastante popular e costuma envolver apostas a dinheiro baseadas em campeonatos como a liga de basquete NBA e a liga de futebol americano NFL – recentemente, sites como Draft Kings e Fan Duel têm sido questionados por sua atuação. O Cartola FC, no entanto, não envolve apostas a dinheiro dos seus jogadores.

Como funciona. Para começar a jogar, um jogador recebe 100 “cartoletas” (a moeda do jogo), com as quais poderá comprar 11 jogadores e um técnico para escalar o seu time, como se fosse o dirigente de um clube. A cada rodada, os jogadores marcam pontos, de acordo com o seu desempenho dentro de campo.

“Se o atacante marca um gol ou faz várias finalizações em um jogo do Brasileirão, ele marca mais pontos”, explica Gustavo Poli, diretor do Globoesporte.com, que comanda o jogo. “Ao marcar mais pontos, o jogador ganha o direito de zoar seus amigos.” Dependendo do desempenho de seus atletas, o jogador também pode receber dividendos sobre suas apostas, como se cada atleta fosse uma ação na Bolsa de Valores.

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Para 2016, a estrutura do jogo continua a mesma, mas a interface mudou bastante, com a parte gráfica e de usabilidade renovada. “Antes, o jogador ficava consultando planilhas que pareciam um Excel para escalar seus atletas. Agora, queremos deixar tudo mais fácil”, diz Poli. Além das mudanças no site oficial do game, houve uma reforma no aplicativo oficial do Cartola, uma das apostas da organização nesse ano para fazer crescer ainda mais o número de usuários – a Globo, no entanto, não faz metas para quantos jogadores quer ter em 2016 no Cartola.

Receita. Para Gustavo Poli, o sucesso do game se deve a dois fatores: o amor do brasileiro pelo futebol e pelas características sociais. “Muita gente dizia que os brasileiros não iam gostar da receita dos fantasy games, que são muito populares nos Estados Unidos por suas estatísticas. Provamos o contrário”, diz o executivo.

Segundo ele, o Cartola provocou uma mudança no comportamento de seus jogadores: com o interesse em atletas de outros times, os jogadores passaram a acompanhar partidas de outros times que não os de sua preferência. “O Cartola tem agregado bastante para a audiência do futebol”, diz Poli, que acredita que o novo modelo de assinatura do Cartola pode fazer o jogo se tornar algo além de um produto divertido da Globo. “A ideia é que ele se torne rentável. Hoje, o jogo caminha com o futebol, mas vamos ver como o público responde a essa novidade.”

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