A série de games de tiro em primeira pessoa Far Cry é conhecida por algumas características: humor peculiar, exploração em cenários isolados e pitorescos, vilões com um bocado de insanidade e ambientações ousadas, como o Nepal ou a Pré-História. Em 2018, porém, é diferente: em Far Cry 5, que chegou às lojas para PS4, Xbox One e PC nesta terça-feira, 27, a produtora francesa Ubisoft resolveu colocar o dedo na ferida do extremismo que pode morar ao lado – no caso, no meio dos Estados Unidos.
No game, o jogador é colocado no papel de um xerife em Hope County, no estado de Montana. Lá, ele deve recrutar apoio para combater o culto radical de Joseph Seed e sua família, que começam a pregar que “o fim está próximo” – para se salvar, as pessoas devem doar seus bens (de forma forçada, é claro) à igreja de Seed.
“A religião é a ferramenta dos vilões para recrutar seus soldados. Eles sequestram os símbolos da religião em seu próprio benefício”, explica Alexander Karpazis, diretor de arte e produtor do jogo, que conversou com o Estado durante a Brasil Game Show em 2017.
Extremismo. A ideia de ambientar o game nos Estados Unidos – que dificilmente viria de uma produtora americana – foi criticada na época do anúncio do jogo no Twitter, especialmente após uma eleição tão dividida quanto a de Donald Trump à presidência.
Segundo Karpazis, Montana se encaixava na proposta de Far Cry. “Nunca tivemos um jogo que está no ‘nosso quintal’. Montana tem diversidade de paisagens e muitos caçadores e pescadores”, diz. Ele, porém, nega qualquer associação política. “Passamos cinco anos fazendo esse jogo. O que acontece é que às vezes a realidade se torna tão estranha quanto a ficção esquisita que criamos no jogo”.
Customização. Há outras novidades em Far Cry 5 além da ambientação, é claro. Pela primeira vez, o jogador poderá escolher como será o protagonista – em características como gênero, personalidade e aparência física.
Outra funcionalidade nova é a presença de “mercenários” e “itens para contratar” – isto é, colegas de batalha e coisas que podem ser usadas durante combates e mudam o modo do jogador enfrentar inimigos. O principal deles, é claro, é o cachorro Boomer, que pode roubar armas dos vilões. “Você também pode fazer carinho nele”, brinca Karpazis.
Além disso, segundo Karpazis, o jogo tem a narrativa mais não-linear da franquia até aqui. “Tudo o que você fizer no mapa será considerado pelo jogo, mesmo que não queira seguir as missões principais”, diz ele. Isso acontece porque o jogo tem um novo termômetro, o Medidor da Resistência – que mostra a força do grupo que combate os vilões liderados por Seed. “Até quando você pesca você contribui para o medidor. Mas toda ação tem uma reação por parte dos radicais”, diz o produtor do game.
Far Cry 5Produtora: UbisoftPlataformas: PS4, Xbox One e PCPreço: R$ 200Já disponível no Brasil