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Horizon Forbidden West: game aprofunda tom pessimista com questões climáticas

Desenvolvido para PS5 e PS4, estúdio Guerrila Games promete que mundo futurista de Aloy deve rodar bem nos dois consoles, mesmo com gráficos de última geração

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Por Guilherme Guerra
Atualização:
Jogo Horizon Forbidden West está à venda por R$ 350 para PlayStation 4 e PlayStation 5 Foto:

No universo do jogo Horizon Zero Dawn (2017), quem mantém a ordem do mundo é a tecnologia, por meio de inteligências artificiais (IA) que regulam o bioma de uma Terra dominada por máquinas robóticas que acuam tribos primitivas de humanos indefesos. Porém, na continuação Horizon Forbidden West (2022), lançada no próximo dia 18 exclusivamente para PlayStation 5 (PS5) e PlayStation 4 (PS4), é essa mesma tecnologia responsável por desarranjar biomas, causar pragas e promover escassez de alimentos — a IA não é a mocinha, e sim a vilã.

A sequência do tão aguardado jogo, testada pelo Estadão em um PS5 a convite da Sony, aprofunda o pessimismo com mudanças climáticas e o papel da tecnologia: morte e fome tornam-se temas comuns à trama, muito mais ambiciosa tematicamente do que no game anterior. Faz sentido esse “mau humor”: desde o lançamento do primeiro título, nosso mundo está de fato mais sombrio. Além de uma pandemia de um vírus mortal que paralisou o Planeta e matou 5,7 milhões de pessoas, as questões climáticas se acentuaram e demandam medidas urgentes. Também aqui, morte e fome também vêm ganhando manchetes com mais frequência.

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Apesar disso, o estúdio Guerrilla Games, responsável pelos dois Horizon, desenvolveu um jogo divertido. Não é o tom sombrio e emocionalmente denso de The Last of Us: Parte 2 (2020), tampouco a diversão em família da franquia Ratchet & Clank. Na prática, é um equilíbrio bem-costurado entre uma boa história que ora eleva os temas tratados anteriormente (como o papel da tecnologia para melhorar a sociedade), ora adiciona novos elementos para dar sentido à narrativa (como brigas internas entre as tribos).

Em Horizon Forbidden West, cuja história pós-apocalíptica se passa a mil anos da Terra de hoje, a protagonista Aloy está mais confiante do seu papel no mundo, como a salvadora de um planeta dominado por máquinas e IAs corrompidas. No segundo jogo, a missão da garota é ir ao Oeste Proibido (o que hoje chamamos de a costa oeste dos Estados Unidos) para tentar reverter a peste que assola o Planeta. Apesar dessa simplicidade na história, são os novos conflitos inseridos que dão grandiosidade à trama — nada de spoilers por aqui, porém.

Com gráficos de ponta, Horizon Forbidden West traz mundo maior, com mais missões e tarefas para o jogador Foto: Divulgação/Sony

Mundo aberto está mais legal

O mundo de Aloy está muito mais legal de se jogar. Além das missões principais, que avançam com a história, as tarefas secundárias estão menos expositivas (um dos pecados do primeiro jogo, que abusa de muitos e muitos diálogos) e divertidas. Ao exigir certo nível de esforço, elas também complementam a narrativa geral e aumentam o nível do jogador, permitindo que mais armas, trajes e outras bugigangas sejam compradas.

Aliás, uma das novidades deste Horizon Forbidden West são os apetrechos levados por Aloy. Como se fosse um Batman e seu cinto de utilidades, a protagonista possui um “guincho” para escalar rapidamente e também um planador para saltar de planaltos, entre outros aparelhos que ela vai desbloqueando ao longo da jornada.

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Uma das novidades de Horizon Forbidden West são as missões aquáticas, ampliando o mundo a ser explorado Foto: Divulgação/Sony

O estúdio Guerrilla Games também melhorou bastante a jogabilidade de ataque. Como é de se esperar, novas armas estão disponíveis, mas a grande novidade é que a lança de Aloy está mais rápida e poderosa. Na prática, isso torna o jogo mais aberto a confrontos diretos com máquinas e humanos, e menos suscetível a optar por uma jogabilidade mais furtiva, como era anteriormente.

Outra novidade está no mundo aquático, com missões (principais e secundárias) se passando em rios, lagos e em instalações inundadas. A adição torna os cenários para explorar ainda mais vastos, bem como adiciona um novo nível de dificuldade ao exigir melhor gerenciamento do tempo de fôlego debaixo d’água.

Por fim, um dos diferenciais desta sequência é o aumento de NPCs, os personagens não jogáveis que acompanham a Aloy na história. Além de tornar a jogatina menos solitária (algo comum em games do tipo de mundo aberto), confere mais desafio às missões: afinal, se há mais pessoas para derrotar um chefão, por que não aumentar o nível de dificuldade?

Desafio do PS4

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Horizon Forbidden West tem um grande desafio, muito maior do que entregar uma história para agradar os fãs da franquia: rodar bem no PlayStation 4, console lançado em 2013. Ao contrário do que esperava a Sony, dona do aparelho, o lançamento do PlayStation 5, de 2020, tem sido afetado pela escassez mundial de chips, o que dá sobrevida à antiga geração. A fabricante japonesa pretendia interromper sua produção neste ano, mas decidiu postergá-la e continuar fabricando a quarta família do seu famoso videogame.

Com isso, Horizon Forbidden West é lançado com exclusividade para as duas gerações. Desta vez, a missão da Guerrilla Games é entregar um título que usufrua do poder de capacidade do PS5, mas também aguente o tranco no “velhinho” PS4.

Gráficos de última geração de Horizon Forbidden West podem exigir bastante da capacidade de processamento do PlayStation 4, lançado em 2013 Foto: Divulgação/Sony

Nas últimas semanas, para acalmar os fãs, o estúdio liberou uma demonstração de como deve rodar o game no antigo console. Sem engasgos e bugs, o jogo foi rodado em um PS4 “virgem”, isto é, saído de fábrica e sem os anos de uso dos dispositivos encontrados nas casas dos consumidores. Para os aparelhos mais velhos, é preciso ter cautela e paciência para aguentar longas telas de carregamento, no mínimo.

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Já antecipando dores de cabeça e para incentivar o novo console, a Sony permite que os jogadores rodem o jogo comprado para PS4 em um PS5, bastando atualizar o game.

Horizon Forbidden West chega às lojas físicas e digitais por R$ 350 a partir da próxima sexta-feira, dia 18.

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