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Injustice 2 usa superpoderes para criar grande jogo de luta

Feito por produtora de Mortal Kombat, game reforça universo da DC Comics ao mesmo tempo em que consegue ser acessível e divertido

Por Bruno Capelas
Atualização:
Game com os heróis da DC é continuação de Injustice: Gods Among Us, de 2013 Foto: Netherrealm

Um mundo em que os grandes heróis estão divididos e preferem combater uns aos outros a lutar pelo bem comum. Parece 2017, mas é mesmo a história de Injustice 2, novo jogo de luta do universo da DC Comics – a fantástica fábrica de quadrinhos responsável por heróis como Batman, Super-Homem, Mulher Maravilha, Flash e Lanterna Verde, para não falar em vilões da estirpe de Coringa, Arlequina e Mulher-Gato. Lançado em maio para PS4, Xbox One e PC, o novo game reúne os principais personagens da empresa em um jogo que conta com a grife Mortal Kombat em suas bases. 

Isso porque quem cuida de Injustice 2 – bem como do título anterior da série, Injustice: Gods Amongs Us, lançado em 2013 para a geração anterior de consoles – é a Netherrealm, produtora fundada por um dos criadores de Mortal Kombat, Ed Boon. Assim, não é de se espantar que este Injustice 2 guarde várias semelhanças com o recente Mortal Kombat X, lançado em 2015 pela empresa para a nova geração de consoles. Dos comandos dos controles – como golpes especiais – à forma como os personagens interagem com os cenários, Injustice 2 herdou muito de seu irmão mais velho. 

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É um ótimo ponto de partida: tanto novatos como veteranos vão se sentir à vontade com a jogabilidade de Injustice 2. É fácil aprender os principais comandos básicos e até mesmo alguns golpes especiais, ao mesmo tempo em que os “combos” (sequências de golpes) mais efetivos são difíceis de serem dominados. (Vale o aviso: apertar todos os botões ao mesmo tempo pode até parecer eficaz. Mas não é). Por sua acessibilidade, Injustice 2 pode ser um ótimo jogo de festa, além de servir como convite a fãs de super-heróis a se aproximarem dos games – especialmente no momento em que Mulher Maravilha, grande demonstração do girl power contemporâneo, é fenômeno de audiência nos cinemas. 

Modos de jogo. Há muito para se fazer em Injustice 2 – um dos grandes trunfos do game é contar com uma variedade de modos de jogo tal que o jogador sempre tem algo novo para explorar. Se você gosta de jogar sozinho, por exemplo, pode enfrentar a “máquina” em algumas partidas até dominar os principais comandos e alguns personagens principais. 

Modo História do jogo tem narrativa pouco envolvente, mas ganha pontos por ajudar jogador a conhecer personagens Foto: Netherrealm

Daí, é possível embarcar no Modo História: sintonizado com as histórias em quadrinhos da DC, este modo traz a continuação dos eventos apresentados em Injustice: Gods Among Us. Tudo começa com o Super-Homem preso pelo Batman após o primeiro ter assassinado o Coringa – em uma série de eventos que cria um racha na Liga da Justiça. No entanto, a ameaça de Brainiac – vilão responsável pelo fim de Krypton, o planeta do Super-Homem – acabar com a Terra faz com que os heróis tenham de se unir, de alguma forma. 

O melhor jeito de fazer isso? Lutando, é claro: entre as cenas que fazem a narrativa avançar, o jogador é convidado a lutar em batalhas com diferentes personagens – indo até a coadjuvantes como Nuclear e Besouro Azul, por exemplo. É o grande ponto forte dessa área do game: ao forçar o jogador a testar diferentes heróis, Injustice 2 abre espaço para que cada um descubra as formas mais divertidas e confortáveis de jogar – eu, por exemplo, descobri que funciono bem com o Batman, Arqueiro Verde e Besouro Azul, mas sou péssimo com a dupla Super-Homem e Supergirl. De resto, o Modo História é um pouco frustrante por ter pouco estofo dramático e investir em uma sequência de acontecimentos com pouco para que o jogador consiga se emocionar. 

Injustice 2 é feito pela Netherrealm, a mesma produtora responsável por Mortal Kombat X Foto: Netherrealm

Ainda para quem gosta de jogar sozinho, outro bom ponto é o Multiverso, espaço em que aparecem diversas missões a serem completadas pelos jogadores em sequências de lutas – nos últimos dias, depois da estreia de Mulher Maravilha, por exemplo, havia uma missão inteirinha dedicada à heroína. Cada desafio tem suas especificidades – realizar um golpe por algumas vezes em uma batalha, vencer todas as lutas com um determinado personagem – e suas recompensas. E é aí que entra outro ponto importante de Injustice 2: sua capacidade de customização. 

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Ao superar os desafios, cada jogador ganha caixas com itens – normalmente, partes das vestimentas dos herois. Cada item tem um determinado atributo e pode ser usado por um herói em específico, melhorando suas capacidades de defesa, ataque, vida e habilidades. Colecioná-los para turbinar os seus heróis é não só algo divertido – como preencher um álbum de figurinhas –, mas também pode ser vital durante as batalhas online, outro ponto forte de Injustice 2. 

Com bons gráficos, jogabilidade acessível e personagens carismáticos, Injustice 2 é um dos jogos mais bacanas deste ano Foto:

Nos testes feitos pela reportagem do Estado, os servidores de Injustice 2 apresentaram sólido desempenho – por poucas vezes as partidas tiveram problemas de latência, algo crucial em um tipo de jogo (luta) em que cada milissegundo pode fazer a diferença. Online, há uma variedade de modos – é possível disputar partidas casuais, fazer campeonatos ao vivo ou até mesmo entrar em um ranking mundial para provar quem é o Rei do Pedaço. Além disso, como manda a tradição dos games de luta, há um bom modo para vários jogadores, para quem quer enfrentar um amigo naquele “multiplayer de sofá” ou animar uma festa com o game.

Vale a pena? Injustice 2 parte de uma combinação muito bem vinda: os personagens da DC Comics e a jogabilidade da Netherrealm, produtora que deu nova vida a Mortal Kombat nas duas últimas edições do game. Combinando heróis clássicos, vilões históricos e personagens menos conhecidos – Besouro Negro, Monstro do Pântano –, o game tem vários modos de jogo, suficientes para agradar novatos, veteranos, antissociais e fanáticos por batalhas online. Se falta dramaticidade ao Modo História, há aqui boas chances de testar novos personagens e uma dublagem competente – ainda que a versão original, em inglês, seja bem mais interessante. Com bons gráficos, jogabilidade acessível e personagens carismáticos, Injustice 2 é um dos jogos mais bacanas deste ano – e, caso a concorrência não atrapalhe, periga ser o melhor game de luta de 2017. Não é pouco. 

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