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Número de estúdios de games no Brasil cresce 180% em quatro anos

Dados fazem parte de levantamento preliminar para censo da indústria brasileira de criação de jogos; proporção de mulheres subiu de 15% para 20% dentro do setor

Por Bruno Capelas
Atualização:
Jogo da gaúcha Aquiris, lançado em maio para o PlayStation 4, é exemplo da diversificação da indústria brasileira nos últimos anos Foto: Aquiris

A indústria brasileira de jogos segue crescendo: hoje, existem no País 375 empresas produzindo games, um crescimento de 180% na comparação com quatro anos atrás. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 28, durante palestra no BIG Festival, feira de jogos independentes realizada em São Paulo nesta semana, e fazem parte de informações preliminares do segundo Censo da Indústria Brasileira de Jogos Digitais. 

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O estudo completo deverá ser publicado em agosto e é promovido pelo Ministério da Cultura-- quem lidera a pesquisa é o professor Luiz Ojima Sakuda, da Fundação Educacional Iniaciana (FEI). Na primeira edição do estudo, realizada em 2014 com patrocínio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), havia 133 empresas de produção de jogos no País. 

"Do Planalto Central, é difícil saber o que priorizar, então é importante esse trabalho de diagnóstico", destacou Lucas Baruzzi, diretor do departamento de sustentabilidade e inovação do Ministério da Cultura. "Não basta colocar o dedo na língua e ver para que lado sopra o vento."

Cresceu também o número de profissionais envolvidos com a produção de jogos no País: há hoje 2.966 pessoas trabalhando no setor -- o dado considera o número de sócios e funcionários dos estúdios, bem como de autônomos produzindo por conta própria ou como terceirizados para outras empresas. Em 2014, eram 1.133 trabalhadores, em um aumento de 162% em quatro anos. 

A indústria também ficou um pouco mais diversa no que diz respeito ao gênero, mas não muito: a proporção de mulheres no setor subiu de 15% em 2014 para 20% hoje -- ao todo, o País têm 565 desenvolvedoras de jogos. Os números estão próximos da média global: dados revelados pela International Game Developer Association (IDGA, na sigla em inglês) no início de 2017, dão conta de que 74% dos desenvolvedores de jogos hoje são homens, contra 21% de mulheres -- o restante do percentual identifica outras orientações de gênero. 

Foco. Um dado que chamou a atenção, porém, foi a de que caiu o número de produções dos estúdios brasileiros. Em 2013, 1.417 jogos diferentes foram feitos pelas empresas do País; já entre 2016 e 2017, foram 1.718 games -- uma média de 859 jogos para cada temporada. 

A redução de títulos realizados, porém, se explica pelo aumento do nível de complexidade das produções -- em 2013, por exemplo, o Brasil ainda não produzia games para consoles; neste ano, já teve até produções lançadas em formato físico (caixinha) para o PlayStation 4, por exemplo, como é o caso de Horizon Chase Turbo, do estúdio gaúcho Aquiris. 

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A maioria dos games produzidos no País, porém, segue sendo de "jogos sérios" -- utilizados para saúde, educação e campanhas de conscientização, por exemplo. Entre 2016 e 2017, foram feitas 874 produções do tipo, contra 785 games voltados para o entretenimento. 

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