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Switch supera vendas do Nintendo 64, mas resultados da Nintendo desapontam

Empresa encerrou ano fiscal abaixo das metas de venda de consoles e de jogos esperada para o período; presidente também reduziu expectativas sobre versão mais barata e lançamento na China

Por Bruno Capelas
Atualização:
Nintendo Switch: console virou um hit da gigante da games. Foto: Timothy Clary/AFP

O Nintendo Switch, atual videogame da Nintendo, bateu recentemente uma marca histórica: com 34,74 milhões de unidades vendidas até o final de março de 2019, o aparelho superou o Nintendo 64 em vendas, mesmo estando há apenas dois anos no mercado. Os dados foram divulgados pela Nintendo na manhã desta quinta-feira, 25, e fazem parte de seus resultados financeiros. 

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Apesar da marca, a empresa decepcionou os investidores, ao fechar o ano com vendas de videogames e de jogos abaixo da meta esperada pelo mercado. A japonesa encerrou seu ano fiscal, que compreende o intervalo entre abril de 2018 e março de 2019, com 17 milhões de Switch vendidos – meio milhão abaixo da estimativa do mercado, mas 3 milhões abaixo da expectativa inicial da própria empresa. 

Além disso, a Nintendo encerrou o período com 119 milhões de títulos vendidos para o aparelho, um pouco abaixo dos 121 milhões esperados pelos analistas. Para o período que vai de abril de 2019 até março de 2020, a empresa espera vender outras 18 milhões de unidades do Switch e 125 milhões de jogos. Para analistas, há dúvidas de como a empresa pretende realizar isso – especialmente depois que o presidente executivo da Nintendo, Shuntaro Furukawa jogou dois baldes de água fria nos investidores.

O primeiro foi o negar o rumor corrente no mercado que a Nintendo estaria pronta para anunciar uma versão mais barata do Switch em junho, durante a E3, feira de games que acontece todos os anos em Los Angeles e traz os principais anúncios do setor. "Estamos sempre trabalhando em novos aparelhos, mas só vamos anunciar quando estivermos prontos para vender. Não há planos para fazer isso na E3, em junho", disse o executivo. 

O outro foi adiantar que, apesar de licença recente concedida pelo governo chinês à Tencent para lançar o Switch na China, a companhia do encanador Mario ainda está longe de explorar esse novo mercado. "Ainda precisamos de licenças para os nossos jogos, é algo que vai levar tempo", declarou Furukawa. Na última sexta-feira, as ações da companhia subiram 17% após a divulgação da concessão de licença. 

Ao todo, a empresa encerrou o ano fiscal com lucro de US$ 1,7 bilhão e receitas na casa de US$ 10,7 bilhões. Para o trimestre entre janeiro e março de 2019, os números foram de US$ 332 milhões e US$ 1,82 bilhão, respectivamente. Mesmo abaixo das expectativas do mercado, os números são os melhores resultados da japonesa desde 2009. 

Previsão

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Para analistas, há dúvidas se o calendário de jogos esperado para chegarem às prateleiras este ano será suficiente para levar as vendas da Nintendo para cima – até o Natal, são esperados games como Pokémon, Zelda e Animal Crossing. "Parece pouco", disse Tomoichiro Kubota, analista da Matsui Securities, à agência de notícias Bloomberg. Junto do balanço, a Nintendo divulgou ainda que Super Mario Maker 2, nova versão do game que permite aos jogadores criarem suas próprias fases com o encanador Mario, chegará ao mercado em 2 de junho. 

Outra novidade foi a de que a empresa pretende iniciar no mês que vem os testes de Mario Kart Tour, versão para celulares do game de corrida de seu principal personagem. Anunciado no início de 2018, o jogo já teve seu lançamento adiado, mas é visto por analistas como a chance da empresa faturar dentro dos dispositivos móveis, reduzindo sua dependência do Switch – no ano fiscal encerrado em março, 86% das receitas da empresa foram provenientes de vendas do Switch e jogos para o console. 

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